Cor: Cinza
Símbolo matemático: Aproximadamente igual à
Temas: Autoperdão, serenidade, resiliência, fé, cooperação, limites, respeito, responsabilidade, esquecimento e consciência
Data aproximada de escrita: julho de 2023
1. Eu não choro, alegria
Eu não choro, alegria
Eu não choro, é a vida
Eu não choro, alegria
Eu não choro, é a vida
Lembra o muito que eu gritei
Lembra o muito que eu sofri
Se eu ficasse nessa lógica
Teria chegado até aqui?
Lembra o muito que eu procurei
Lembra o muito que eu aprendi
Se eu não tocasse o meu barco
Teria uma rede por mim?
Eu não choro, alegria
Eu não choro, é a vida
Eu não choro, alegria
Eu não choro, é a vida
Lembra o muito que eu tentei
Lembra o muito que eu vivi
Se eu não suportasse aquele fardo
Teria quem o erguesse pra mim?
Lembra o muito que rezei
Lembra o muito que eu perdi
Se eu não me religasse
Teria quem o fizesse por mim?
Eu não choro, alegria
Eu não choro, é a vida
Eu não choro, alegria
Eu não choro, é a vida
Lembra o muito que eu pensei
Lembra o muito que eu escrevi
Se eu não me transformasse
Teria quem lembrasse de mim?
Eu não choro, alegria
Eu não choro, é a vida
Eu não choro, alegria
Eu não choro, é a vida
Lembra o muito que eu juntei
Lembra o muito que eu expeli
Se eu não me questionasse
Teria quem lutasse por mim?
Eu não choro, alegria
Eu não choro, é a vida
Eu não choro, alegria
Eu não choro, é a vida
2. Recolhimento
Eu quero coisa que não existe
Só pra satisfazer a minha vontade
Por mais que eu esteja mais triste
Estou desejando saber a verdade
O vazio não me dá mais o medo
Estou chegando ao momento fatal
É um tempo que não existe segredo
O caminho verdadeiro afasta o mal
Recolhimento
Recolhimento
Me afastei de tudo
Daquele mundo que não tinha paz
Me cansei do mundo
Daquele tudo que não satisfaz
Me afastei da briga
Daquela intriga que não procurava
Me cansei do imundo
Daquela ideia que não concordava
Aquela vida
Tão iludida
Já esquecida
Sobre o que é amor
Aquele meio
Em devaneio
Com muito anseio
Sobre o que é temor
Recolhimento
Um só momento
Lembro o lamento
Do que era prova
Recolhimento
Afastamento
Lembro o tormento
Do que se renova
Recolhimento
Um novo intento
Lembro o vento
Do que se informa
Recolhimento
Discernimento
Lembro do tempo
Do que se transforma
Recolhimento
Recohimento
3. Coisas da vida
Será que um dia saberei o que é o fim?
Será que eu dia saberei o que foi o começo?
Talvez saberei quem nos fez assim
Se foi o acaso, um descuido, um tropeço
Será que um dia saberei sobre tudo?
Será que um dia saberei a essência
Talvez saberei quem vingou, enfim
Se foi a calma, a perda ou a sobrevivência
São coisas da vida, meu bem
São coisas que o tempo vai decidindo
São coisas da vida, meu bem
Não adianta brigar, sofrer e ficar insistindo
São coisas da vida, meu bem
São coisas que o tempo vai explicando
São coisas da vida, meu bem
São coisas que o caminho vai alterando
São coisas da vida, meu bem
São coisas da vida
Será que um dia saberei o porquê de tanta luta?
Será que um dia saberei o porquê de tanto enterro?
Talvez saberei o valor da conduta
Seja pela instrução, sagacidade ou erro
Será que um dia saberei amar?
Será que um dia saberei reunir?
Talvez saberei a de orar
Seja pela divindade, cosmo ou altar
São coisas da vida, meu bem
São coisas que o sublime vai espalhando
São coisas da vida, meu bem
São coisas que o exemplo vai destacando
São coisas da vida, meu bem
São coisas que a união vai fortalecendo
São coisas da vida, meu bem
São coisas que a mente vai concebendo
São coisas da vida, meu bem
São coisas da vida
4. Perdão, Felipe
Perdão, Felipe
Perdão
Perdão, Felipe
Perdão
Perdão por tudo que te fiz aceitar
Perdão por tudo que te fiz passar
Perdão por querer pular jornadas
Perdão, te limitei, eu sei
Perdão por tudo que eu provoquei
Perdão por tudo que eu inventei
Perdão por querer fingir saber tudo
Perdão, te forçei, eu sei
Perdão, Felipe
Perdão
Perdão, Felipe
Perdão
Perdão
Nos momentos de recolhimento
Posso entender o quanto mudei
A reflexão me trouxe discernimento
Sobre todo o caminho que já trilhei
Perdão
Pensando nos dias que já passaram
Consigo analisar como eu lutei
A via me legou várias dúvidas
Sobre tudo que eu vivi e viverei
Perdão
Mais uma vez
Perdão
Perdão
Eu tentei
Perdão
Perdão
Eu chorei
Perdão
Perdão
Eu resisti
Perdão
Perdão
Por tudo que eu sofri
Por tudo que eu fiz por ti
Por tudo que eu fiz por mim
Perdão, Felipe
Perdão
Perdão, Felipe
Perdão
5. Queria
Queria que te respondesse
Mas mal sabia as perguntas
Queria que tu resolvesse
Mas mal sabia o que procuras
Queria que te protegesse
Mas mal pressentia as agruras
Queria que tu precavesse
Mas mal sabia o que aventuras
O grande mal da humanidade
É esperar que outro preencha
Preencha o vazio existente
Causa de muitos problemas
A grande sina do ser humano
É encontrar um meio de entender
Crescer na reflexão contínua
É um estímulo para continuar
Queria que te falasse
Mal eu mal sabia me expressar
Queria que tu ajudasse
Mas mal sabia como suportar
Queria que te agradasse
Mas eu mal sabia me comportar
Queria que tu provocasse
Mas mal sabia como questionar
Outro mal da humanidade
É esperar pela mudança alheia
Repensar toda possibilidade
Vai agindo no que te rodeia
Outra sina do ser humano
É buscar o amor no outro ser
Florescer o autoamor sem engano
Melhora todo tipo de envolver
Queria que me falasse tantas coisas
Eu queria te falar tantas coisas
E que nesses tantas palavras
Me lembrasse do que é importante
Queria que me entendesse tantas vezes
Eu queria te entender tantas vezes
E que nessas tantas vezes
Me lembrasse de todo instante
Queria
6. Limites
Limites
Me irritam
Pois se deslocam
E se estiram
Limites
Me irritam
Pois se convidam
E se aglutinam
Limites que me inspiram
Limites que me atraem
Ideias que não viram
Momentos que esvaem
Limites que me irritam
Limites que me distraem
Questões que não afirmam
Valores que abstraem
Limite de tempo
Inteligência, paciência
Limite de exemplo
Consciência, resistência
Limite de afeto
Amizade, lealdade
Limite de teto
Vontade, igualdade
Limites
Limite de inovação
Limite de personalidade
Limite de educação
Limite de honestidade
Limite de respeito
Limite de sabedoria
Limite de conceito
Limite de democracia
Limites
Estou perto de atingir os limites
Será que aceitarei as consequências?
Voltar atrás agora é imprudente
Pois teria que negar toda minha vivência
Estou perto de atingir os limites
Será que suportarei as turbulências?
Deixar tudo que eu fiz é inútil
Pois teria que aceitar toda coveniência
Limites
7. Por favor (Te peço, me peça)
Por favor
Não posso ver o amor onde não existe
Não posso fingir que sinto falta
Não posso entender tanta mentira
Por favor
Não posso ser uma pessoa ideal
Não posso ignorar que erro muito
Não posso evitar essa sinceridade
Por favor
Por favor
Te peço que seja exceção
Te peço que seja resiliência
Te peço que seja acréscimo
Por favor
Me peça que seja superação
Me peça que seja tentativa
Me peça que seja diferença
Por favor
Te peço
Me peça
Por favor
Não posso ver o medo onde existe luta
Não posso fingir que ignoro o fútil
Não posso entender tanta maldade
Por favor
Não posso ser uma pessoa amarga
Não posso ignorar que falo muito
Não posso evitar essa criticidade
Por favor
Te peço
Me peça
Eu te peço
Você me peça
E aos tropeços
A gente vai pedindo
Refletindo, desenhando
Eu te peço
Você me peça
E aos recomeços
A gente vai subindo
Transmitindo, motivando
Por favor
Te peço
Me peça
8. Sereno
Sereno
Encontrei outro terreno
Onde poderei crescer
Sereno
Encontrei outro aceno
Onde poderei dizer
Todo aquele ímpeto
Ódio e aflição
Passaram feito estalo
Ficaram na alusão
Toda aquela raiva
Mágoa e aversão
Passaram feito tempo
Ficaram na extinção
Sereno
Encontrei outra verdade
Tão distante da maldade
Que eu mesmo tolerei
Sereno
Encontrei tranquilidade
Tão distante da vaidade
Que eu mesmo cultivei
Sereno
Encarei a falsidade
Tão perto da realidade
Que eu mesmo sustentei
Sereno
Encarei a futilidade
Tão perto da ansiedade
Que eu mesmo despertei
Sereno
Tão perto
Tão certo
Sereno
Tão distante
Tão vigilante
Sereno
Estarei mais ameno
E poderei então envolver
Sereno
Estarei mais pleno
E poderei então escrever
9. Defendam, respeitem a arte
Olhem, defendam
Respeitem a arte
Questionem, se entendam
Previnam um desastre
Eu
Artesão da palavra
Sei que ela tem que ser cuidada
A palavra não deve ser maltratada
Eu
Burilador do conceito
Sei que ele sempre impacta
O conceito não deve ser desprezado
Eu
Pupilo do movimento
Sei que ele deve ser incentivado
O movimento não deve ser exilado
Eu
Descendente da expressão
Sei que ela sempre ultrapassa
A expressão não deve ser desviada
Eu
Defensor da palavra
Defensor do conceito
Defensor do movimento
Defensor da expresão
Eu
Defensor da música
Defensor da literatura
Defensor da lírica
Defensor da arte
Vocês
Responsáveis pelo saber
Responsavéis pelo dizer
Responsáveis pelo comover
Nós
Responsáveis pela tristeza
Responsáveis pela beleza
Responsáveis pela franqueza
Olhem, defendam
Valorizem a arte
Construam, se unam
Antes que o mal se alargue
Defendam, respeitem a arte
10. Acreditar
Quando tudo pareceu perdido
Nunca parei de acreditar
Mesmo quando tinha esquecido
Sempre lembrei de tentar
Quando tudo pareceu marasmo
Nunca parei de acreditar
Mesmo quando perdia o sarcasmo
Nunca parei de inventar
Acreditar
Nas pessoas
Na verdade
Nas inspirações
Nas possibilidades
Acreditar
Nos auxílios
No caminho
Nos sentidos
Nos carinhos
Acreditar
Quando tudo pareceu maldade
Nunca parei de constestar
Mesmo quando vi o nevoeiro
Sempre lembrei de observar
Quando tudo pareceu tristeza
Nunca parei de animar
Mesmo quando vi a desordem
Sempre lembrei de rogar
Acreditar
Nas qualidades
Na ideia
Nas ajudas
Nas estreias
Acreditar
Nos ensinos
No infinito
Nos pilares
Nos escritos
Acreditar
Sempre
Tentar
Acreditar
Sempre
Inventar
Acreditar
Sempre
Observar
Acreditar
Sempre
Rogar
Acreditar
11. Esquecimento
Perdoar é quase impossível
Esquecer é ainda mais
Se lembro tudo que foi dito
Apenas ficarei mordaz
Perdoar é quase indefinível
Esquecer é ainda mais
Se lembro todos os bloqueios
Apenas ficarei tenaz
Esquecimento
Dos próprios erros
Dos erros alheios
Dos vários tropeços
De todo passado
Esquecimento
Dos próprios resultados
Dos tormentos alheios
Dos vários desgostos
De todo receio
Esquecimento
Das próprias dificuldades
Das faltas alheias
Das várias escolhas
De toda queda
Esquecimento
Das próprias indecisões
Das relutâncias alheias
Das várias mágoas
De toda recaída
Esquecimento
Perdoar é importante
Esquecer é ainda mais
Se perdoo tudo que foi feito
Descansarei vivaz
Perdoar é inspirador
Esquecer é ainda mais
Se perdoo todos os defeitos
Descansarei sagaz
Esquecimento
De tudo
De todos
Esquecimento
Dos afetos
Dos outros
Esquecimento
12. Consciência
Não se esqueçam da consciência
Ela ultrapassa a limitação
Ela lembra da ausência
E também da distração
Eu fico bem quieto
Fixando a correria
Os que se pensam espertos
Mas gastam mal a energia
Eu fico afastado
Fixando a confusão
O que se pensam letrados
Mas enganam a multidão
Eu fico bem triste
Fixando o desespero
O que pensam que existe
Mas é tudo exagero
Eu fico revoltado
Fixando a explicação
O que se pensam iluminados
Mas só trazem repressão
Consciência
Cada dia da existência
É preparar a paciência
É entender a reticência
É analisar a influência
Consciência
Cada palavra de sapiência
É exercitar a clemência
É construir a resiliência
É ampliar a inteligência
Consciência
Consciência
Energia
Multidão
Exagero
Repressão
Consciência
Existência
Paciência
Reticência
Influência
Consciência
Sapiência
Clemência
Resiliência
Inteligência
Consciência
Não se esqueçam da consciência
Ela revela a enganação
Ela fala da persistência
E também da sucessão
Consciência
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