quinta-feira, 18 de abril de 2024

Rompem-se as insistentes mentiras - As buscas de Felipe Prasino (2024). Obs:. 11° livro de Felipe Prasino.

Cor: Dourado

Símbolo matemático: Implicação

Temas: Conformismo, incoformismo, mentiras, insistências, distorções, distrações, procura, violências, ignorância, repressão, verdade, ilusões, repetição, reunião, fingimento, perversidade, recusa, competição, comparação, fixação, conscientização

Data aproximada de escrita: janeiro, fevereiro e março de 2024


1. Se lasca ou se cala


Quem não entra na caixa se lasca

Atrapalha a via da mentira

Se unge, se consagra

Entende tudo que suspira


Quem entra na caixa se cala

Ajuda a via da mentira

Não se une, não se abraça

Confirma aquilo que aspira


Se lasca ou se cala


Até que ponto apoiei a caixa?

Até que ponto desejei a caixa?


Queriam me colocar na caixa

Não deixei

Seria desprezar tudo que sei

Tudo que pensei, lutei, tentei


Queriam me colocar na caixa

Escapei

Seria aprisionar tudo que indaguei

Tudo que joguei, errei, mudei


Se lasca ou se cala


Até que ponto limitei a marcha?

Até que ponto separei marcha?


Quantos foram jogados

Pisados, rechaçados

Pelo caminho da enganação


Quantos foram condenados

Humilhados, ignorados

Por aquilo que brandiram


Quantos foram coniventes

Indecentes, imprudentes

Por desprezarem desigualdades


Quantos foram excludentes

Inconsequentes, impacientes

Por apoiarem atrocidades


Se lasca ou se cala


Até que ponto?

Até que ponto?


Se lasca ou se cala


2. Não ambiciono


Não ambiciono a tal dicotomia

O bem e o mal carregam suas facetas

O radical faz disso melodia

A ordem e o caos revelam suas tretas


Não ambiciono a tal hegemonia

O baixo e o alto sorvem seus pretéritos

O novato faz disso alegria

A vida e a morte trazem seus deméritos


Separações que só acusam

Mentiras novas que circulam

Ambições sem receios


Grosserias que só disputam

Contendas fúteis que recrutam

Enganações sem freios


Porque ambicionar o saber?

Porque ambicionar a verdade?

É preciso ainda conhecer?

É preciso ter criticidade?


Porque ambicionar a harmonia?

Porque ambicionar o dever?

É preciso ter empatia?

É preciso ainda entender?


Mentiras insistentes foram espalhadas

Pra assim conter a faixa da verdade

Poesias atraentes foram comentadas

Pra assim suster a faixa da vaidade


Pessoas comoventes trouxeram lições

Pra assim dizer a via da esperança 

Coroas deprimentes trouxeram trovões 

Pra assim romper a via da mudança 


Mentiras

Não ambiciono

Mentiras

Não intenciono

Coroas

Não ambiciono

Coroas

Não ambiciono


Não ambiciono


3. Histórico da repressão


A repressão esconde o que a enerva

Pensando que o silêncio tampa sua sujeira

A ação do ser humano que não tolera

O faz suspeito de tudo aquilo que rejeita


A repressão esconde o pacto com a mentira

Pensando que a verdade vai morrer

A ação da maldade que transpira

A faz culpada por todo mal que aparecer


Vem cá!

Não se arrepende, repressão?

Por todos que indagaram sua mão?

Por todos que morreram em maldição?


Vem cá!

Não te comove, repressão?

Por todos que rejeitaram sua ação?

Por todos que choraram em aflição?


Você, adepta da maldade

Tem responsabilidade

Não importa falsidade

Não importa pós-verdade


Você, adepta da guerra

Do medo, da perseguição

Não importa instituição

Não importa educação


Seu histórico é longo

Apoiou e apoia tudo que não presta

Não quer ter a verdade triunfante

E ver o brilho que longe ela desperta


Seu momento chega ao fim

Você foi e é um instrumento da maldade

Não quer ter a bondade incessante

E ser um meio de conquistar a liberdade


Adeus, repressão

E todo seu histórico de maldade


4. Verdade!


Verdade!

Mostre a verdadeira face da repressão

Mostre a verdadeira face da maldade

Mostre o porquê de tudo

Inclusive da comodidade


Verdade!

Mostre os tempos de bondade

Mostre os tempos de sinceridade

Mostre o porquê da vida

Inclusive da saudade


Verdade!


Verdade!

Seja o vento da temperança

Seja o barco da segurança

Seja o rumo da esperança

Traga o porquê do ódio

Inclusive da liderança


Verdade!

Seja a ideia da transformação

Seja a forma da indignação

Seja a base da reconstrução

Traga o porquê do medo

Inclusive da decepção


Eu te clamo, Verdade!

Venha, Verdade!


Rompa os mitos da mentira

Procure os erros da maldade


Eu te apoio, Verdade!

Lute, Verdade!


Combata os frutos da violência

Derrube a temida desigualdade


Não nos abandone, Verdade!


Verdade!


5. Caia, Ilusão


Caia, Ilusão

Caia o tempo do rancor

Caia o fardo da distorção


Caia, Ilusão

Caia o jogo do terror

Caia o rumo da distração


Caia, llusão


Caia, Ilusão

Você que motivou a rebelião

Você que instituiu a vaidade

E vários meios de alienação


Caia, Ilusão

Você que semeou a ingratidão

Você que construiu a ansiedade

E várias horas de preocupação


Caia, Ilusão

Tudo que você cultivou

Caia

Tudo que você infernizou

Caia

Tudo que você dispersou

Caia

Tudo que você inventou

Caia


Quantos não sucumbiram?

Quantos andaram em vão?

Caia, Ilusão


Quando não perceberam?

Quantos sofreram em vão?

Caia, Ilusão


Leve as intrigas

Leve as mentiras

Leve a separação


Caia, Ilusão


6. Distorção, distração


Distorção, distração


O último anúncio saiu

Houve mais medo que comoção

Passaram a vender a maldade

Com vários sabores de aceitação


A pós-verdade vingou

Trazendo ainda mais distorção

A sociedade aceitou

E ainda a tornou distração


Distorção, distração

Vejam quem desenvolveu

Se apoio pra não rebater

Esqueço o que já sucedeu


Distorção, distração

Vejam quem arrefeceu

Se o outro não é meu dever

Esqueço o que já percorreu


Distorção da nação

A meritocracia mais enganosa

Distorção da nação

A democracia mais enganosa


Distração da união

A igualdade sexual mais enganosa

Distração da união

A igualdade social mais enganosa


Distorção da noção

A igualdade racial mais enganosa

Distração da noção

A igualdade salarial mais enganosa


O que não é distorcido?

Quem não é distraído?


Por que distorcem?

Por que distraem?


Em tempos de futilidade

Não há questionamento da ação

Em um mundo de banalidade

Só nos resta distorção, distração


7. Pra que procurar?


Pra que procurar a felicidade humana?

Se ela precisa mentir pra suster?

Pra que procurar a verdade humana?

Se ela precisa iludir pra reter?


Pra que agitar?

Explorar?

A verdade traz tonturas


Pra que ajudar?

Repensar?

A mentira faz torturas


Não procuro relembrar

Tudo aquilo que passou

Se o passado é um fardo

O culpado já trilhou?


Não procuro limitar 

Tudo que ainda não tem

Se o futuro é um charada

O culpado será quem?


No meio das mentiras

Insistentes falsidades

Ressentidas intrigas

Escondendo raridades

Cadê sinceridade?


No meio das cantigas

Fatigantes personagens

Conhecidas inimigas

Cadê singularidade?


Pra que procurar?


Pra que procurar?

Se não revelar safiras?

Pra que procurar?

Se não derrubar mentiras?


Pra que procurar?

Se não quiser descobrir?

Pra que procurar?

Se não quiser repartir?


Pra que procurar?


8. Repetição é reunião


O que escrevo? Repito

O que acredito? Reuno

As mentiras? Repito

As carências? Reuno


Minhas falhas? Repito

Meus decretos? Reuno

As insistências? Repito

As futilidades? Reuno


Repetição

De ordinários desertos

De espelhos incorretos

Lacunas


Reunião

De cansativas proezas

De vaidosas destrezas

Escombros


Repetição é reunião

Reunião de mentiras que impedem a ascensão


Repito o que não querem ouvir

Mas eu preciso indicar

Os deveres são coletivos

Não posso me eximir de ajudar


Repito o que muitos falaram

Mas não causaram comoção

As vidas estão dispersadas

Não devo esperar a aclamação


As desistências? Todos repetem

As covardias? Todos reúnem

As intrigas? Todos repetem

As mágoas? Todos reúnem


Os infortúnios? Todos repetem

Os desleixos? Todos reúnem

Os conflitos? Todos repetem

Os remorsos? Todos reúnem


Repetição é reunião

Reunião de insistências que levam a exaustão


9. Fingimento interminável


Você não é assim

Quanto durará esse fingimento?

Você não cansou

Quanto adiará esse melhoramento?


Você não é assim

Quanto durará nesse sofrimento?

Você não cansou

Quanto adiará esse conhecimento?


Fingimento em vários quadros

Nos detalhes, no geral

Monotonia em vários modos

Nas ideias, na realidade


Fingimento em várias trilhas

Nos monumentos, nos buracos

Monotonia em vários sons

Nos arranjos, na embalagem


Fingimento interminável

Do que sente realmente

Do que deseja

Do que tem saudade


Fingimento interminável

Do que pensa realmente

Do que planeja

Do que tem amizade


A masculinidade insustentável

A feminilidade insustentável

A mentira desegradável

Para agradar o mundo alienável


A riqueza insustentável

A beleza insustentável

A insistência desagrável

Para apoiar a vida inviável


A arte insustentável

A filosofia insustentável

A ignorância desagradável

Pra atiçar o medo incontrolável


10. Lógica perversa


Lógica perversa que eu não quero entrar

Trabalhar à beça até não mais aguentar

Enricar a festa que eu não vou entrar

Lógica perversa, eu não quero me estressar


Meritocracia, a vergonha da economia

Faz o pobre se sentir mal, todo dia


Capitalismo, um sistema da desigualdade

Faz a fome se tornar normal, sem maldade


Lógica perversa que eu não quero entrar

Evitar a miséria que não querem cessar

Informar as proles que devem enricar

Lógica perversa, eu não quero me enganar


Moralismo, a doença da sociedade

Faz o humano se sentir central, com vontade


Igualdade, o terror do liberalismo

Faz o certo se tornar imortal, sem elitismo


Lógica perversa que eu não quero entrar

Aceitar mentiras que não vão acalmar

Esquecer princípios que eu vou relembrar

Lógica perversa, eu não quero me fechar


Socialismo, a proposta da justiça

Faz o meio se tornar vital, sem preguiça


Ignorância, a patroa da falsidade

Faz o tolo se sentir legal, com vaidade


Lógica perversa que eu não quero entrar

Complicar a vida que não vão melhorar

Adiar a verdade que querem evitar

Lógica perversa, eu não quero me acabar


Lógica perversa, eu não quero te ajudar

Lógica perversa, eu não quero te ajudar

Lógica perversa, eu não quero me acabar

Lógica perversa, eu não quero me acabar


11. Recusa


A falta da verdade

Recusa

A própria falsidade

Recusa


A falta de prudência

Recusa

A própria decadência

Recusa


A tristeza alheia não provoca comoção

O sofrimento não é lembrado

O genocídio faz vários planos

O mal não é controlado


A trajetória alheia não provoca reflexão

O delírio não é estudado

O golpe faz vários enganos

O erro não é alertado


Recusa


Solos inteiros foram desmatados

Desgraçados, destrinchados

Povos inteiros foram amedrontados

Assassinados, aniquilados

Tudo é recusado


Culturas inteiras foram esvaziadas

Evitadas, enterradas

Tempos inteiros foram alterados

Arquivados, apagados

Tudo é recusado


A mentira virou rotina

Há o apoio à futilidade

Manipulam, perseguem

Há a construção de rivais


A verdade ganhou desprezo

Há a falsa independência

Impõem, rotulam

Há a mudança dos fatos


Recusa


12. Competição, comparação


Competição

Batalha dos insensatos

Comparação

Vazio dos aparatos


Competição

Tristeza dos rejeitados

Comparação

Ócio dos alienados


Competição 

Comparação


O outro ganha mais que você

Não pensa no desemprego

E em tudo que vê


A outra gasta mais que você

Não pensa no ambiente

E em tudo que lê


Você, não ganha e não gasta

Pensa no desemprego, ambiente

Só vê, lê e se desgasta


Competição

Comparação


Competirão por um lugar inacessível

Sonharão com um instante perecível

Perceberão frustrações desagradáveis

Alcançarão doenças incuráveis


Compararão por uma postura transitória

Esperarão com uma ilusão vexatória

Lembrarão insistências destrutivas

Alimentarão mentiras repulsivas


Competição

Comparação


Você, não compete e compara

Pensa suas escolhas

Se previne, sossega e afasta


Competição

Comparação


13. Guerra de mentiras


Usando o nome da pátria

Mascaram seus alojamentos

Esquecem a ética e direitos

Partilham os chãos violentos


Usando o nome da divindade

Mascaram seus faturamentos

Esquecem a paz e simplicidade

Disputam os ralos pagamentos


Guerra de mentiras

Que arrastam multidões

Há delírios, traições

Incitando secessão

Arruinando relações


Usando o nome da ciência

Mascaram seus investimentos

Esquecem a vida e natureza

Aumentam os seus segmentos


Usando o nome da moralidade

Mascaram seus atrevimentos

Esquecem a vontade e respeito

Inventam os seus sofrimentos


Guerra de mentiras

Que aniquilam multidões

Há delírios, confusões

Incitando repressão

Enganando gerações


Usam o nome da política

Mascaram seus comportamentos

Esquecem o povo e democracia

Falseiam os seus argumentos


Usam o nome da ordem

Mascaram seus impedimentos

Esquecem o plano e segurança

Bloqueiam os seus fundamentos


Guerra de mentiras

Que alarmam multidões

Há delírios, exclusões

Incitando repulsão

Falseando conclusões


14. Fixação


Entrou naquele grupo

"Ah, vou arrasar"

Largou aquele senso

"Ah, vou aceitar"


Entrou naquela firma

"Ah, vou escalar"

Largou aquela dúvida

"Ah, vou esperar"

 

Fixação


A mentira traz fixação

A insistência traz fixação

Enterram a própria opinião

Enterram a própria instrução


A carência traz fixação

A ignorância traz fixação

Expõem a própria aflição

Expõe a própria condição

Fixação


Entrou naquele trilho

"Ah, vou acertar"

Largou a humildade

"Ah, vou enricar"


Entrou naquela ideia

"Ah, vou apoiar"

Largou a diferença

"Ah, vou evitar"


Fixação


O apego traz fixação

O desprezo traz fixação

Enterram a própria mutação

Enterram a própria redenção


O egoísmo traz fixação

O traz fixação

Expõem a própria ingratidão

Expõem a própria alienação


Fixação


15. Acordemos!


Acordemos!

Gostamos mesmo é da patota

Acordemos!

Geramos a própria derrota


Acordemos!

Nunca conseguimos se entrever

Acordemos!

Nunca conseguimos se resolver


Os culpados por nossas mentiras somos nós

Nós, que não tivemos sensibilidade

Sensibilidade de buscar a verdade

A verdade apesar das mentiras


Os culpados por nossas insistências somos nós

Nós, que não tivemos criticidade

Criticidade de buscar a piedade

A piedade apesar das mágoas


Não nos enganemos

O tempo da transição está ensinando

Não nos ofendamos

O tempo da revelação está confirmando


Não nos enganemos

O mundo de aflições está piorando

Não nos ofendamos

O mundo das ilusões está acabando


Acordemos!

Gostamos mesmo é da confusão

Acordemos!

Geramos a própria destruição


Acordemos!

Nunca conseguimos ter empatia

Acordemos!

Nunca conseguimos ter sintonia


O culpado por tudo que acontece somos nós

Nós que não percebemos que tudo nos afeta

Nós que não nos ajudamos e não nos questionamos

O culpado por tudo que nos assusta somos nós


Não nos enganemos

Não nos ofendamos


Acordemos!


16. Rompem-se as insistentes mentiras


Algum tempo ignorei o universo que existia

A estrada da verdade eu ainda não seguia

Algum tempo desviei o trabalho que pedia

Na estrada da mentira eu ainda me iludia


Rompem-se as insistentes mentiras

Rompem-se os medos incertos

Rompem-se as envolventes intrigas

Rompem-se os ledos desertos


Algum tempo ignorei o saber que esvaia

A chance da mudança eu ainda não sentia

Algum tempo rejeitei o desejo que surgia

Na escrita da aflição eu ainda me perdia


Rompem-se as insistentes mentiras

Rompem-se os remotos temores

Rompem-se as atraentes liras

Rompem-se os rotos dissabores


Vem chegando a verdade

Rompendo todas as mentiras

Rompendo todas as insistências

Vem chegando a verdade


Vem chegando o amor

Construindo todos os vínculos

Construindo todos os grupos

Vem chegando o amor


Vem chegando a inteligência

Questionando todas as criações

Questionando todas as mudanças

Vem chegando a inteligência


Rompem-se conceitos

Rompem-se preconceitos

Rompem-se desrespeitos


Rompem-se caixas

Rompems-se ódios

Rompem-se hierarquias


Rompem-se a fome

Rompem-se a violência

Rompem-se a maldade


Rompem-se a perseguição

Rompem-se a estagnação

Rompem-se a separação


Findará a humilhação

Findará a manipulação

Findará a dominação


Findará a alienação

Findará a opressão

Findará a conspiração


Rompem-se as insistentes mentiras


É proibida a reprodução desta obra sem a devida citação/menção do autor.


Todos os direitos reservados.



Serão os seus melhores dias - As expectativas de Felipe Prasino (2024). Obs:. 12° livro de Felipe Prasino.

Cor: Prata

Símbolo matemático: Conclusão

Temas: Solidão, companhia, intempéries, espera, hesitações, ajuda, calma, resiliência, mudança, futuro, sutileza, motivações, reflexões, repetição, leveza, experiências, desprendimento, divagações, previsões

Data aproximada de escrita: janeiro, fevereiro, março e abril de 2024


1. Solidão, antiga companheira


Ninguém me fará feliz na Terra

Tentei vários jeitos, mas não encontrei

O problema da vida é não ter espera

Não tive respostas, mas não importei


Nenhum humano suprirá meu vazio

A sede é enorme, mas não saciei

O problema da crise é não ter desvio

Não tive escoras, mas não desabei


Solidão, companheira...

Solidão, companheira...


Solidão, antiga companheira

Não estou mais zangado

Não fico na soleira

Esperando algo à mão


Solidão, antiga companheira

Não estou mais cansado

Não fico na trincheira

Enfrentando algo em vão


Solidão, companheira....

Solidão, companheira...


Solidão, me afasta da decepção

Me aproxima da solicitude

E de toda forma de atenção


Solidão, me afasta da alienação

Me desvia do menosprezo

E de toda forma de ilusão


Solidão, companheira...

Solidão, companheira...


Solidão, antiga companheira

Não fico mais tão quieto

Não guardo mais poeira

Escondendo o uso da razão


Solidão, antiga companheira

Não fico mais tão triste

Não tenho mais ciumeira

Escolhendo o uso da paixão 


Solidão, companheira...

Solidão, companheira...


2. Intempéries do Destino


Quando não fazia nada

Evitando tudo em mim

Eu andava a maratona

Sem adivinhar o fim


Quando eu ficava em casa

Estudando o tão falado

Eu olhava a multidão

Sem ficar incomodado


Intempéries do Destino

Grato pelo que mudou

Imagina se me enterro

No tempo que findou


Intempéries do Destino,

O trajeto eu repensei

Se agora me revivo

É porque já superei...


Intempéries, intempéries

Quando digo o que imagino

Demonstrando meu intento

Peso logo na balança

Evitando mais tormento


Quando grito a mudança

Declarando o que sei

Pego logo o fundamento

É porque já suportei...


Intempéries, intempéries


Intempéries do Destino

Tudo isso já doeu?

Sempre atento a névoa triste

Ela quase me venceu


Intempéries do Destino

Tudo isso já firmou?

Sempre atento ao vento firme

Ele quase me empurrou...


Intempéries, intempéries


3. Não espero nada de você


Não espero nada de você

Sei que poderá me evitar

Sei das suas questões

Não serei mais um fardo


Não espero nada de você

Sei que poderá me odiar

Sei das suas aflições

Não serei mais um espinho


Não espero nada de você

Mas, talvez...


Mas, talvez, no futuro, poderemos conversar

Entenderei você, e talvez te ajudarei

Construirei com você, se você aceitar

Transformarei com você, se você gostar


Mas, talvez, no futuro, poderemos explanar

Escutarei você, e talvez te motivarei

Lançarei com você, se você caminhar

Alçarei com você, se você sublimar


Não espero nada de você

Mas, talvez...


Assim, sem esperar, não cobro exigências

Não mostro carências

Não faço planos irreais


Assim, sem esperar, não mostro urgências

Não mostro divergências

Não faço conexões tóxicas


Não espero nada de você

Mas, talvez...


Não espero nada de você

Tudo irá se encaminhar

Talvez não consiga mais te ver

Mas vou tentar me informar


Não espero nada de você

Tudo irá se encontrar

Talvez não consiga mais te ler

Mas vou tentar me adaptar


Não espero nada de você

Mas, talvez...


4. Se ajudar, se acalmar


Se ajudar

É repensar a própria imagem

Se acalmar

É rebuscar o próprio trilho


Se ajudar

É repensar a própria viagem

Se acalmar

É rebuscar o próprio brilho


Se ajudar, se acalmar


Lidar a carga, o lamento

Lidar a vida, o pensamento

Amar o vigor, o movimento

Amar o zelo, sentimento


Lidar a queda, o afastamento

Mudar a vaga, o contratempo

Amar o código, juramento

Pesar o futuro, o desalento


Se ajudar, se acalmar


Captar o sofrimento

Deixar o sofrimento

Ganhar a possibilidade

Ligar a possibilidade


Superar o sofrimento

Tratar o sofrimento

Amar a possibilidade

Falar a possibilidade


Se ajudar, se acalmar


Se ajudar, se acalmar

Sem causar afobamento

Se ajudar, se acalmar

Sem causar isolamento


Se ajudar, se acalmar

E causar conhecimento

Se ajudar, se acalmar

E causar melhoramento


Se ajudar, se acalmar


5. Não preciso mais gritar


Não preciso desabar se não vejo um fim

Ser sincero me causou uma enorme contenda

Não busco alcançar para sempre um sim

O caminho é processo para que eu me transcenda


Não preciso explicar se não vejo um sentido

Ser direto me ajudou a alertar o declínio

Não pretendo agradar para sempre o zunido

O desgosto é estímulo para o meu raciocínio


Não preciso mais gritar


Não preciso incomodar

Poucos lembram a brevidade

Não preciso me estressar

Poucos buscam a raridade


Não preciso estacionar

Muitos isolam a novidade

Não preciso provocar

Muitos assolam a qualidade


Não preciso mais gritar


Não preciso gostar se não vejo um afeto

Ser sozinho me causou um enorme dilema

Não busco ignorar para sempre um trajeto

A sociedade é movida a cair num esquema


Não preciso incomodar se não vejo ironia

Ser eclético me levou a vários estilos

Não consigo destruir a sagaz grosseria

O tormento acompanha os vários vacilos


Não preciso mais gritar


Não preciso relembrar

Poucos mudam a vontade

Não preciso apontar

Poucos clamam a caridade


Não preciso agradar

Muitos buscam a validade

Não preciso revirar

Muitos buscam a nulidade


Não preciso mais gritar


6. O que fazer (Vou indo)


O que fazer?

Buscou, mas não te buscaram

Se importou, mas nunca se importaram


O que fazer?

Chorou, mas não choraram

Se isolou, mas nunca se isolaram


Vou indo

Amando como devia ter amado

Criticando como devia ter criticado

Me lascando como devia ter me lascado


O que fazer?

Esqueceram, mas não esqueceu

Romperam, mas não rompeu


O que fazer?

Venceram, mas não venceu

Cresceram, mas não cresceu


Vou indo

Inventando como devia ter inventado

Cooperando como devia ter cooperado

Me arruinando como devia ter arruinado


Como ser feliz e ignorar o tumulto?

Serei sincero ou alienado?

Serei único ou comum?

Foi um erro ter me questionado?


Como ser estável e apontar o egoísmo?

Serei hipócrita ou acomodado?

Serei atento ou distraído?

Foi um erro ter me preocupado?


Vou indo

Concebendo que precisa ser concebido

Escrevendo o que precisa ser escrito

Debatendo o que precisa ser debatido


Vou indo

Recolhendo o que precisa ser recolhido

Movendo o que precisa ser movido

Dizendo o que precisa ser dito


O que fazer?

Vou indo


7. Lembro


Lembro quando eu ainda pretendia

Conquistava com a minha inteligência

Passou a infância, a adolescência

Acabou a escola, mas ainda remexia


Sorria, ao viver a juventude

A primeira faculdade, muita temeridade

Sofria, ao estranhar minha atitude

A busca por agradar, ao tentar me encaixar


Lembro quando eu ainda ressentia

Rejuntava com a minha tristeza

Passou o medo, a incerteza

Acabou a primeira faculdade, mas ainda exigia


Queria, ao correr da juventude

A segunda faculdade, muita curiosidade

Sabia, ao rever minha vontade

A busca por mudar, ao tentar a completude


Lembro quando eu ainda despedia

Revoltava com a minha solidão

Passou a quarentena, a união

Acabou a segunda faculdade, mas ainda ressentia


Ouço, ao findar a juventude

A terceira faculdade, muita adversidade

Respiro, ao tecer sinceridade

Deixei a terceira faculdade, mas não minha saúde


8. Porvir


Porvir

Questione a criação

Inspire a poesia, o futuro

E os meios da arte


Porvir

Questione o disparate

Inspire as pessoas, as mudanças

E os meios do debate


Todos terão bem?

Não haverá mesquinhez?

A enganação ficará no passado

Eu quero outro tipo de união


Todos viverão bem?

Não haverá escassez?

A população focará no futuro

Eu quero outro tipo de atenção


Porvir, os dias passaram

Houve reflexão?

O medo do futuro

Vem da falta da ação


Porvir, os erros perduram

Houve instrução?

O medo do desfecho

Vem da falta de noção

 

Todos ficarão bem?

Não haverá monopólio?

A informação focará na verdade

Eu quero outro tipo de transmissão


Todos entenderão bem?

Não haverá atrito?

A missão ficará no pensamento

Eu quero outro tipo de sublimação


Porvir

Espalhe a confiança, a esperança

Espalhe a sabedoria, a autoria

Espalhe a honestidade no caminhar


Porvir

Reúna a semelhança, a temperança

Reúna a companhia, a empatia

Reúna a maturidade no ajudar


9. Sutileza


A graça para espalhar a sutileza

Uma arte que aprende no observar

Uma ação que expande aos poucos

Uma ideia que permite transformar


A força para construir a sutileza

Uma luta que ganha sem brigar

Uma estrada que pondera os detalhes

Uma coluna que permite sustentar


Sutileza...


A poesia que diz é atrelada ao sentir Sutileza

A música que canta é atrelada ao chamar sutileza

A peça que ensaia é atrelada ao expandir sutileza


A filosofia que resiste é atrelada ao agregar sutileza

A ciência que cria é atrelada ao explorar sutileza

A religião que melhora é atrelada ao preservar sutileza


Sutileza...


Sutileza

Grande pregadora do mundo

Muda o rumo num segundo

Exalto a sua proeza


Sutileza

Grande protetora da vida

Muda a atenção esquecida

Exalto a sua beleza


Sutileza...


Grande poetisa

Grande cantora

Grande atriz


Grande filósofa

Grande cientista

Grande religiosa


Sutileza...


10. Motivos para refletir


O padrão forçado não deu certo

Já chorei as desgraças existentes

O incômodo se tornou indiscreto

Já procurei as ruínas decadentes


A mentira recontada não deu certo

Já critiquei as mazelas esquecidas

O abismo se tornou concreto

Já enfrentei as crises repelidas


O segredo incentivado não deu certo

Já evitei as cansativas valsas

O brilho se tornou abjeto

Já afundei as fracas balsas


O poder irrefletido não deu certo

Já calculei os nítidos motivos

O sucesso se tornou incorreto

Já estudei os recentes arquivos


Motivos para refletir

Mesmo na ingratidão

Motivos para refletir

Mesmo na trepidação


Motivos para refletir

Mesmo nos insultos

Motivos para refletir

Mesmo nos tumultos


Coragem

Motivo pra refletir

Mesmo nas exigências

Mesmo nas desistências


Esperança

Motivo para refletir

Mesmo nos exageros

Mesmo nos desesperos


Simpatia

Motivo para refletir

Mesmo nos acasos

Mesmo nos descasos


Proteção

Motivo para refletir

Mesmo nas frivolidades

Mesmo nas dificuldades

Motivos para refletir


11. Seguir sobrando


Agora sei que estava sobrando

Se aceitei é porque estava limitado

Se estiquei é porque estava apegado

Agora sei que estava errando


Agora sei que estava sobrando

Se tolerei é porque estava ignorado

Se demorei é porque estava afundado

Agora sei que estava evitando


Seguir procurando

Seguir sobrando


A sensação de estar sobrando

Eu juntava só ilusão

A sensação de estar livrando

Agora junto só união


A sensação de estar sobrando

Eu ganhava só rastelos

A sensação de estar mudando

Agora ganho só castelos


Seguir estudando

Seguir sobrando


A sensação de estar sobrando

Eu ganhava só minutos

A sensação de estar contando

Agora ganho só produtos


A sensação de estar sobrando

Eu dizia só parcelas

A sensação de estar grafando

Agora digo só janelas


Seguir relembrando

Seguir sobrando


Sobrarei?

Sobrei?

Não sobro?

Sobrar?


Seguir sobrando


12. Hoje de manhã


Hoje de manhã sonhei

No sonho eu "hablei" muito

Me sinto mais leve

Não guardo mais o que sinto


Hoje de manhã melhorei

A reflexão me ajudou muito

Me sinto mais consciente

Não guardo mais o que penso


Muitas vezes me anulei

Pensando que assim eu agradava

Mas de toda forma me evitavam

Não importava o que eu dissesse


Muitas vezes me calei

Pensando que assim não chateava

Mas toda forma me paravam

Não importava o que eu fizesse


Hoje de manhã apontei

Na nota já teci universos

Me sinto mais inspirado

Não guardo mais o que escrevo


Hoje de manhã encontrei

Na procura eu relembrei muito

Me sinto mais conectado

Não guardo mais o que acredito


Muitas vezes me evitei

Pensando que assim eu avançava

Mas de toda forma me estressavam

Não importa o que eu inventasse


Muitas vezes me isolei

Pensando que assim eu melhorava

Mas de toda forma me olhavam

Não importa o que eu tentasse


Hoje de manhã eu pensei

Na mente eu versei muito

Me sinto mais expansivo

Não guardo mais o que labuto


13. Experiências


A busca que só atrapalha

A busca que não se contenta

Experiências


A dúvida que só desagrada

A dúvida que não se contenta

Experiências


A ideia que só se propaga

A ideia que só atormenta

Experiências


A sorte que só se destaca

A sorte que só atormenta

Experiências


Experiências

Recusam convites

Apontam limites

Não mandam condolências


Experiências

Provocam ansiosos

Desdenham os invejosos

Não guardam coerências


Experiências


O apoio que só se separa

O apoio que não se intenta

Experiências


O juízo que só se amarga

O juízo que não se intenta

Experiências


O trabalho que só dilata

O trabalho que não comenta

Experiências


O sossego que só embaralha

O sossego que não comenta

Experiências


Experiências

Recusam presentes

Apontam correntes

Não mandam rigores


Experiências

Provocam intervenções

Desdenham convenções

Não guardam rancores


14. Larguei, melhorei


Não me procuravam

Não me pertenciam

Não me ajudavam

Não me preenchiam


Não se esforçavam

Não se escolhiam

Não se acalmavam

Não se esqueciam


Larguei, melhorei


Estima não se força

Fui muito e procurei

Descaso já se nota

Fui besta e me fechei


Interesse não se força

Disse muito e chateei

Ausência já se nota

Fui carente e me lasquei


Larguei, melhorei


Suportei certo período

Larguei

Não aguentei tanto pretexto

Larguei


Suportei certo lugar

Larguei

Não aguentei tanto lamento

Larguei


Larguei, melhorei


Não me inspiravam

Não me convenciam

Não me atendiam


Não me questionavam

Não me aconselhavam

Não me transformavam


Larguei, melhorei


15. Divagações


Minha busca não depende de ninguém

A arte é a vontade de influenciar

O medo sempre mostra um desdém

O problema traz o dever de prosperar


Meu impacto amplia com mistérios

A recorrência é o ensejo de sofrer

O tumulto nunca avalia os critérios

A solução traz o desejo de conhecer


Divagações


Minha tarefa não depende de ninguém

A mudança é o medo de reproduzir

O vício sempre mostra um desdém

O trabalho traz o direito de construir


Meu conflito atrai as divergências

A derrota é a forma de entender

O troféu nunca apoia imprudências

A persistência traz o tempo de vencer



Minha escrita não depende de ninguém

A certeza é a técnica para estagnar

O estorvo sempre mostra um desdém

A crise traz o apelo para conversar


Meu silêncio ajuda as interpretações

A referência é o aceno para examinar

O estudo nunca impede as revisões

A franqueza traz o respeito para criticar


Divagações


Meu futuro não é assunto de ninguém

A história nunca esgota a variedade

O engodo sempre mostra um desdém

A poesia traz o gosto da eternidade


Minha melhoria reclama os esforços

A atenção é o local para examinar

O dia sempre deixa alguns destroços

A resistência traz o mérito de superar


Divagações


16. Serão os seus melhores dias


"Felipe, hão de ser os seus melhores dias"

Ela me disse em sonho


Serão os seus melhores dias


Os momentos indicaram, quase revelações

As dúvidas renovaram, várias discussões

Os caminhos testaram, vários livramentos

As firmezas acabaram, quase fragmentos


Os conflitos ensinaram, quase decisões

As metas ampliaram, várias combinações

As obras dedicaram, vários pensamentos

Os valores juntaram, quase complementos


Tenho que examinar

Tenho que considerar


"Felipe, hão de ser os seus melhores dias"

Ela me disse em sonho


Serão os seus melhores dias


As dívidas serão constantes

Os medos podem voltar

As provas serão irritantes

Os erros podem atrapalhar


As redenções serão persistentes

Os defeitos podem extrapolar

As petições serão comoventes

Os insultos podem assombrar


Tenho que elaborar

Tenho que colaborar


"Felipe, hão de ser os seus melhores dias"

Ela me disse em sonho


Serão os seus melhores dias


O futuro não isenta os erros do passado

Não pensamos nos limites da repetição


O mundo não entende os atos do presente

Não pensamos nas forças da cooperação


Felipe, hão de ser os seus melhores dias"

Ela me disse em sonho


Serão os seus melhores dias


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