Cor: Dourado
Símbolo matemático: Implicação
Temas: Conformismo, incoformismo, mentiras, insistências, distorções, distrações, procura, violências, ignorância, repressão, verdade, ilusões, repetição, reunião, fingimento, perversidade, recusa, competição, comparação, fixação, conscientização
Data aproximada de escrita: janeiro, fevereiro e março de 2024
1. Se lasca ou se cala
Quem não entra na caixa se lasca
Atrapalha a via da mentira
Se unge, se consagra
Entende tudo que suspira
Quem entra na caixa se cala
Ajuda a via da mentira
Não se une, não se abraça
Confirma aquilo que aspira
Se lasca ou se cala
Até que ponto apoiei a caixa?
Até que ponto desejei a caixa?
Queriam me colocar na caixa
Não deixei
Seria desprezar tudo que sei
Tudo que pensei, lutei, tentei
Queriam me colocar na caixa
Escapei
Seria aprisionar tudo que indaguei
Tudo que joguei, errei, mudei
Se lasca ou se cala
Até que ponto limitei a marcha?
Até que ponto separei marcha?
Quantos foram jogados
Pisados, rechaçados
Pelo caminho da enganação
Quantos foram condenados
Humilhados, ignorados
Por aquilo que brandiram
Quantos foram coniventes
Indecentes, imprudentes
Por desprezarem desigualdades
Quantos foram excludentes
Inconsequentes, impacientes
Por apoiarem atrocidades
Se lasca ou se cala
Até que ponto?
Até que ponto?
Se lasca ou se cala
2. Não ambiciono
Não ambiciono a tal dicotomia
O bem e o mal carregam suas facetas
O radical faz disso melodia
A ordem e o caos revelam suas tretas
Não ambiciono a tal hegemonia
O baixo e o alto sorvem seus pretéritos
O novato faz disso alegria
A vida e a morte trazem seus deméritos
Separações que só acusam
Mentiras novas que circulam
Ambições sem receios
Grosserias que só disputam
Contendas fúteis que recrutam
Enganações sem freios
Porque ambicionar o saber?
Porque ambicionar a verdade?
É preciso ainda conhecer?
É preciso ter criticidade?
Porque ambicionar a harmonia?
Porque ambicionar o dever?
É preciso ter empatia?
É preciso ainda entender?
Mentiras insistentes foram espalhadas
Pra assim conter a faixa da verdade
Poesias atraentes foram comentadas
Pra assim suster a faixa da vaidade
Pessoas comoventes trouxeram lições
Pra assim dizer a via da esperança
Coroas deprimentes trouxeram trovões
Pra assim romper a via da mudança
Mentiras
Não ambiciono
Mentiras
Não intenciono
Coroas
Não ambiciono
Coroas
Não ambiciono
Não ambiciono
3. Histórico da repressão
A repressão esconde o que a enerva
Pensando que o silêncio tampa sua sujeira
A ação do ser humano que não tolera
O faz suspeito de tudo aquilo que rejeita
A repressão esconde o pacto com a mentira
Pensando que a verdade vai morrer
A ação da maldade que transpira
A faz culpada por todo mal que aparecer
Vem cá!
Não se arrepende, repressão?
Por todos que indagaram sua mão?
Por todos que morreram em maldição?
Vem cá!
Não te comove, repressão?
Por todos que rejeitaram sua ação?
Por todos que choraram em aflição?
Você, adepta da maldade
Tem responsabilidade
Não importa falsidade
Não importa pós-verdade
Você, adepta da guerra
Do medo, da perseguição
Não importa instituição
Não importa educação
Seu histórico é longo
Apoiou e apoia tudo que não presta
Não quer ter a verdade triunfante
E ver o brilho que longe ela desperta
Seu momento chega ao fim
Você foi e é um instrumento da maldade
Não quer ter a bondade incessante
E ser um meio de conquistar a liberdade
Adeus, repressão
E todo seu histórico de maldade
4. Verdade!
Verdade!
Mostre a verdadeira face da repressão
Mostre a verdadeira face da maldade
Mostre o porquê de tudo
Inclusive da comodidade
Verdade!
Mostre os tempos de bondade
Mostre os tempos de sinceridade
Mostre o porquê da vida
Inclusive da saudade
Verdade!
Verdade!
Seja o vento da temperança
Seja o barco da segurança
Seja o rumo da esperança
Traga o porquê do ódio
Inclusive da liderança
Verdade!
Seja a ideia da transformação
Seja a forma da indignação
Seja a base da reconstrução
Traga o porquê do medo
Inclusive da decepção
Eu te clamo, Verdade!
Venha, Verdade!
Rompa os mitos da mentira
Procure os erros da maldade
Eu te apoio, Verdade!
Lute, Verdade!
Combata os frutos da violência
Derrube a temida desigualdade
Não nos abandone, Verdade!
Verdade!
5. Caia, Ilusão
Caia, Ilusão
Caia o tempo do rancor
Caia o fardo da distorção
Caia, Ilusão
Caia o jogo do terror
Caia o rumo da distração
Caia, llusão
Caia, Ilusão
Você que motivou a rebelião
Você que instituiu a vaidade
E vários meios de alienação
Caia, Ilusão
Você que semeou a ingratidão
Você que construiu a ansiedade
E várias horas de preocupação
Caia, Ilusão
Tudo que você cultivou
Caia
Tudo que você infernizou
Caia
Tudo que você dispersou
Caia
Tudo que você inventou
Caia
Quantos não sucumbiram?
Quantos andaram em vão?
Caia, Ilusão
Quando não perceberam?
Quantos sofreram em vão?
Caia, Ilusão
Leve as intrigas
Leve as mentiras
Leve a separação
Caia, Ilusão
6. Distorção, distração
Distorção, distração
O último anúncio saiu
Houve mais medo que comoção
Passaram a vender a maldade
Com vários sabores de aceitação
A pós-verdade vingou
Trazendo ainda mais distorção
A sociedade aceitou
E ainda a tornou distração
Distorção, distração
Vejam quem desenvolveu
Se apoio pra não rebater
Esqueço o que já sucedeu
Distorção, distração
Vejam quem arrefeceu
Se o outro não é meu dever
Esqueço o que já percorreu
Distorção da nação
A meritocracia mais enganosa
Distorção da nação
A democracia mais enganosa
Distração da união
A igualdade sexual mais enganosa
Distração da união
A igualdade social mais enganosa
Distorção da noção
A igualdade racial mais enganosa
Distração da noção
A igualdade salarial mais enganosa
O que não é distorcido?
Quem não é distraído?
Por que distorcem?
Por que distraem?
Em tempos de futilidade
Não há questionamento da ação
Em um mundo de banalidade
Só nos resta distorção, distração
7. Pra que procurar?
Pra que procurar a felicidade humana?
Se ela precisa mentir pra suster?
Pra que procurar a verdade humana?
Se ela precisa iludir pra reter?
Pra que agitar?
Explorar?
A verdade traz tonturas
Pra que ajudar?
Repensar?
A mentira faz torturas
Não procuro relembrar
Tudo aquilo que passou
Se o passado é um fardo
O culpado já trilhou?
Não procuro limitar
Tudo que ainda não tem
Se o futuro é um charada
O culpado será quem?
No meio das mentiras
Insistentes falsidades
Ressentidas intrigas
Escondendo raridades
Cadê sinceridade?
No meio das cantigas
Fatigantes personagens
Conhecidas inimigas
Cadê singularidade?
Pra que procurar?
Pra que procurar?
Se não revelar safiras?
Pra que procurar?
Se não derrubar mentiras?
Pra que procurar?
Se não quiser descobrir?
Pra que procurar?
Se não quiser repartir?
Pra que procurar?
8. Repetição é reunião
O que escrevo? Repito
O que acredito? Reuno
As mentiras? Repito
As carências? Reuno
Minhas falhas? Repito
Meus decretos? Reuno
As insistências? Repito
As futilidades? Reuno
Repetição
De ordinários desertos
De espelhos incorretos
Lacunas
Reunião
De cansativas proezas
De vaidosas destrezas
Escombros
Repetição é reunião
Reunião de mentiras que impedem a ascensão
Repito o que não querem ouvir
Mas eu preciso indicar
Os deveres são coletivos
Não posso me eximir de ajudar
Repito o que muitos falaram
Mas não causaram comoção
As vidas estão dispersadas
Não devo esperar a aclamação
As desistências? Todos repetem
As covardias? Todos reúnem
As intrigas? Todos repetem
As mágoas? Todos reúnem
Os infortúnios? Todos repetem
Os desleixos? Todos reúnem
Os conflitos? Todos repetem
Os remorsos? Todos reúnem
Repetição é reunião
Reunião de insistências que levam a exaustão
9. Fingimento interminável
Você não é assim
Quanto durará esse fingimento?
Você não cansou
Quanto adiará esse melhoramento?
Você não é assim
Quanto durará nesse sofrimento?
Você não cansou
Quanto adiará esse conhecimento?
Fingimento em vários quadros
Nos detalhes, no geral
Monotonia em vários modos
Nas ideias, na realidade
Fingimento em várias trilhas
Nos monumentos, nos buracos
Monotonia em vários sons
Nos arranjos, na embalagem
Fingimento interminável
Do que sente realmente
Do que deseja
Do que tem saudade
Fingimento interminável
Do que pensa realmente
Do que planeja
Do que tem amizade
A masculinidade insustentável
A feminilidade insustentável
A mentira desegradável
Para agradar o mundo alienável
A riqueza insustentável
A beleza insustentável
A insistência desagrável
Para apoiar a vida inviável
A arte insustentável
A filosofia insustentável
A ignorância desagradável
Pra atiçar o medo incontrolável
10. Lógica perversa
Lógica perversa que eu não quero entrar
Trabalhar à beça até não mais aguentar
Enricar a festa que eu não vou entrar
Lógica perversa, eu não quero me estressar
Meritocracia, a vergonha da economia
Faz o pobre se sentir mal, todo dia
Capitalismo, um sistema da desigualdade
Faz a fome se tornar normal, sem maldade
Lógica perversa que eu não quero entrar
Evitar a miséria que não querem cessar
Informar as proles que devem enricar
Lógica perversa, eu não quero me enganar
Moralismo, a doença da sociedade
Faz o humano se sentir central, com vontade
Igualdade, o terror do liberalismo
Faz o certo se tornar imortal, sem elitismo
Lógica perversa que eu não quero entrar
Aceitar mentiras que não vão acalmar
Esquecer princípios que eu vou relembrar
Lógica perversa, eu não quero me fechar
Socialismo, a proposta da justiça
Faz o meio se tornar vital, sem preguiça
Ignorância, a patroa da falsidade
Faz o tolo se sentir legal, com vaidade
Lógica perversa que eu não quero entrar
Complicar a vida que não vão melhorar
Adiar a verdade que querem evitar
Lógica perversa, eu não quero me acabar
Lógica perversa, eu não quero te ajudar
Lógica perversa, eu não quero te ajudar
Lógica perversa, eu não quero me acabar
Lógica perversa, eu não quero me acabar
11. Recusa
A falta da verdade
Recusa
A própria falsidade
Recusa
A falta de prudência
Recusa
A própria decadência
Recusa
A tristeza alheia não provoca comoção
O sofrimento não é lembrado
O genocídio faz vários planos
O mal não é controlado
A trajetória alheia não provoca reflexão
O delírio não é estudado
O golpe faz vários enganos
O erro não é alertado
Recusa
Solos inteiros foram desmatados
Desgraçados, destrinchados
Povos inteiros foram amedrontados
Assassinados, aniquilados
Tudo é recusado
Culturas inteiras foram esvaziadas
Evitadas, enterradas
Tempos inteiros foram alterados
Arquivados, apagados
Tudo é recusado
A mentira virou rotina
Há o apoio à futilidade
Manipulam, perseguem
Há a construção de rivais
A verdade ganhou desprezo
Há a falsa independência
Impõem, rotulam
Há a mudança dos fatos
Recusa
12. Competição, comparação
Competição
Batalha dos insensatos
Comparação
Vazio dos aparatos
Competição
Tristeza dos rejeitados
Comparação
Ócio dos alienados
Competição
Comparação
O outro ganha mais que você
Não pensa no desemprego
E em tudo que vê
A outra gasta mais que você
Não pensa no ambiente
E em tudo que lê
Você, não ganha e não gasta
Pensa no desemprego, ambiente
Só vê, lê e se desgasta
Competição
Comparação
Competirão por um lugar inacessível
Sonharão com um instante perecível
Perceberão frustrações desagradáveis
Alcançarão doenças incuráveis
Compararão por uma postura transitória
Esperarão com uma ilusão vexatória
Lembrarão insistências destrutivas
Alimentarão mentiras repulsivas
Competição
Comparação
Você, não compete e compara
Pensa suas escolhas
Se previne, sossega e afasta
Competição
Comparação
13. Guerra de mentiras
Usando o nome da pátria
Mascaram seus alojamentos
Esquecem a ética e direitos
Partilham os chãos violentos
Usando o nome da divindade
Mascaram seus faturamentos
Esquecem a paz e simplicidade
Disputam os ralos pagamentos
Guerra de mentiras
Que arrastam multidões
Há delírios, traições
Incitando secessão
Arruinando relações
Usando o nome da ciência
Mascaram seus investimentos
Esquecem a vida e natureza
Aumentam os seus segmentos
Usando o nome da moralidade
Mascaram seus atrevimentos
Esquecem a vontade e respeito
Inventam os seus sofrimentos
Guerra de mentiras
Que aniquilam multidões
Há delírios, confusões
Incitando repressão
Enganando gerações
Usam o nome da política
Mascaram seus comportamentos
Esquecem o povo e democracia
Falseiam os seus argumentos
Usam o nome da ordem
Mascaram seus impedimentos
Esquecem o plano e segurança
Bloqueiam os seus fundamentos
Guerra de mentiras
Que alarmam multidões
Há delírios, exclusões
Incitando repulsão
Falseando conclusões
14. Fixação
Entrou naquele grupo
"Ah, vou arrasar"
Largou aquele senso
"Ah, vou aceitar"
Entrou naquela firma
"Ah, vou escalar"
Largou aquela dúvida
"Ah, vou esperar"
Fixação
A mentira traz fixação
A insistência traz fixação
Enterram a própria opinião
Enterram a própria instrução
A carência traz fixação
A ignorância traz fixação
Expõem a própria aflição
Expõe a própria condição
Fixação
Entrou naquele trilho
"Ah, vou acertar"
Largou a humildade
"Ah, vou enricar"
Entrou naquela ideia
"Ah, vou apoiar"
Largou a diferença
"Ah, vou evitar"
Fixação
O apego traz fixação
O desprezo traz fixação
Enterram a própria mutação
Enterram a própria redenção
O egoísmo traz fixação
O traz fixação
Expõem a própria ingratidão
Expõem a própria alienação
Fixação
15. Acordemos!
Acordemos!
Gostamos mesmo é da patota
Acordemos!
Geramos a própria derrota
Acordemos!
Nunca conseguimos se entrever
Acordemos!
Nunca conseguimos se resolver
Os culpados por nossas mentiras somos nós
Nós, que não tivemos sensibilidade
Sensibilidade de buscar a verdade
A verdade apesar das mentiras
Os culpados por nossas insistências somos nós
Nós, que não tivemos criticidade
Criticidade de buscar a piedade
A piedade apesar das mágoas
Não nos enganemos
O tempo da transição está ensinando
Não nos ofendamos
O tempo da revelação está confirmando
Não nos enganemos
O mundo de aflições está piorando
Não nos ofendamos
O mundo das ilusões está acabando
Acordemos!
Gostamos mesmo é da confusão
Acordemos!
Geramos a própria destruição
Acordemos!
Nunca conseguimos ter empatia
Acordemos!
Nunca conseguimos ter sintonia
O culpado por tudo que acontece somos nós
Nós que não percebemos que tudo nos afeta
Nós que não nos ajudamos e não nos questionamos
O culpado por tudo que nos assusta somos nós
Não nos enganemos
Não nos ofendamos
Acordemos!
16. Rompem-se as insistentes mentiras
Algum tempo ignorei o universo que existia
A estrada da verdade eu ainda não seguia
Algum tempo desviei o trabalho que pedia
Na estrada da mentira eu ainda me iludia
Rompem-se as insistentes mentiras
Rompem-se os medos incertos
Rompem-se as envolventes intrigas
Rompem-se os ledos desertos
Algum tempo ignorei o saber que esvaia
A chance da mudança eu ainda não sentia
Algum tempo rejeitei o desejo que surgia
Na escrita da aflição eu ainda me perdia
Rompem-se as insistentes mentiras
Rompem-se os remotos temores
Rompem-se as atraentes liras
Rompem-se os rotos dissabores
Vem chegando a verdade
Rompendo todas as mentiras
Rompendo todas as insistências
Vem chegando a verdade
Vem chegando o amor
Construindo todos os vínculos
Construindo todos os grupos
Vem chegando o amor
Vem chegando a inteligência
Questionando todas as criações
Questionando todas as mudanças
Vem chegando a inteligência
Rompem-se conceitos
Rompem-se preconceitos
Rompem-se desrespeitos
Rompem-se caixas
Rompems-se ódios
Rompem-se hierarquias
Rompem-se a fome
Rompem-se a violência
Rompem-se a maldade
Rompem-se a perseguição
Rompem-se a estagnação
Rompem-se a separação
Findará a humilhação
Findará a manipulação
Findará a dominação
Findará a alienação
Findará a opressão
Findará a conspiração
Rompem-se as insistentes mentiras
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