quinta-feira, 18 de abril de 2024

Rompem-se as insistentes mentiras - As buscas de Felipe Prasino (2024). Obs:. 11° livro de Felipe Prasino.

Cor: Dourado

Símbolo matemático: Implicação

Temas: Conformismo, incoformismo, mentiras, insistências, distorções, distrações, procura, violências, ignorância, repressão, verdade, ilusões, repetição, reunião, fingimento, perversidade, recusa, competição, comparação, fixação, conscientização

Data aproximada de escrita: janeiro, fevereiro e março de 2024


1. Se lasca ou se cala


Quem não entra na caixa se lasca

Atrapalha a via da mentira

Se unge, se consagra

Entende tudo que suspira


Quem entra na caixa se cala

Ajuda a via da mentira

Não se une, não se abraça

Confirma aquilo que aspira


Se lasca ou se cala


Até que ponto apoiei a caixa?

Até que ponto desejei a caixa?


Queriam me colocar na caixa

Não deixei

Seria desprezar tudo que sei

Tudo que pensei, lutei, tentei


Queriam me colocar na caixa

Escapei

Seria aprisionar tudo que indaguei

Tudo que joguei, errei, mudei


Se lasca ou se cala


Até que ponto limitei a marcha?

Até que ponto separei marcha?


Quantos foram jogados

Pisados, rechaçados

Pelo caminho da enganação


Quantos foram condenados

Humilhados, ignorados

Por aquilo que brandiram


Quantos foram coniventes

Indecentes, imprudentes

Por desprezarem desigualdades


Quantos foram excludentes

Inconsequentes, impacientes

Por apoiarem atrocidades


Se lasca ou se cala


Até que ponto?

Até que ponto?


Se lasca ou se cala


2. Não ambiciono


Não ambiciono a tal dicotomia

O bem e o mal carregam suas facetas

O radical faz disso melodia

A ordem e o caos revelam suas tretas


Não ambiciono a tal hegemonia

O baixo e o alto sorvem seus pretéritos

O novato faz disso alegria

A vida e a morte trazem seus deméritos


Separações que só acusam

Mentiras novas que circulam

Ambições sem receios


Grosserias que só disputam

Contendas fúteis que recrutam

Enganações sem freios


Porque ambicionar o saber?

Porque ambicionar a verdade?

É preciso ainda conhecer?

É preciso ter criticidade?


Porque ambicionar a harmonia?

Porque ambicionar o dever?

É preciso ter empatia?

É preciso ainda entender?


Mentiras insistentes foram espalhadas

Pra assim conter a faixa da verdade

Poesias atraentes foram comentadas

Pra assim suster a faixa da vaidade


Pessoas comoventes trouxeram lições

Pra assim dizer a via da esperança 

Coroas deprimentes trouxeram trovões 

Pra assim romper a via da mudança 


Mentiras

Não ambiciono

Mentiras

Não intenciono

Coroas

Não ambiciono

Coroas

Não ambiciono


Não ambiciono


3. Histórico da repressão


A repressão esconde o que a enerva

Pensando que o silêncio tampa sua sujeira

A ação do ser humano que não tolera

O faz suspeito de tudo aquilo que rejeita


A repressão esconde o pacto com a mentira

Pensando que a verdade vai morrer

A ação da maldade que transpira

A faz culpada por todo mal que aparecer


Vem cá!

Não se arrepende, repressão?

Por todos que indagaram sua mão?

Por todos que morreram em maldição?


Vem cá!

Não te comove, repressão?

Por todos que rejeitaram sua ação?

Por todos que choraram em aflição?


Você, adepta da maldade

Tem responsabilidade

Não importa falsidade

Não importa pós-verdade


Você, adepta da guerra

Do medo, da perseguição

Não importa instituição

Não importa educação


Seu histórico é longo

Apoiou e apoia tudo que não presta

Não quer ter a verdade triunfante

E ver o brilho que longe ela desperta


Seu momento chega ao fim

Você foi e é um instrumento da maldade

Não quer ter a bondade incessante

E ser um meio de conquistar a liberdade


Adeus, repressão

E todo seu histórico de maldade


4. Verdade!


Verdade!

Mostre a verdadeira face da repressão

Mostre a verdadeira face da maldade

Mostre o porquê de tudo

Inclusive da comodidade


Verdade!

Mostre os tempos de bondade

Mostre os tempos de sinceridade

Mostre o porquê da vida

Inclusive da saudade


Verdade!


Verdade!

Seja o vento da temperança

Seja o barco da segurança

Seja o rumo da esperança

Traga o porquê do ódio

Inclusive da liderança


Verdade!

Seja a ideia da transformação

Seja a forma da indignação

Seja a base da reconstrução

Traga o porquê do medo

Inclusive da decepção


Eu te clamo, Verdade!

Venha, Verdade!


Rompa os mitos da mentira

Procure os erros da maldade


Eu te apoio, Verdade!

Lute, Verdade!


Combata os frutos da violência

Derrube a temida desigualdade


Não nos abandone, Verdade!


Verdade!


5. Caia, Ilusão


Caia, Ilusão

Caia o tempo do rancor

Caia o fardo da distorção


Caia, Ilusão

Caia o jogo do terror

Caia o rumo da distração


Caia, llusão


Caia, Ilusão

Você que motivou a rebelião

Você que instituiu a vaidade

E vários meios de alienação


Caia, Ilusão

Você que semeou a ingratidão

Você que construiu a ansiedade

E várias horas de preocupação


Caia, Ilusão

Tudo que você cultivou

Caia

Tudo que você infernizou

Caia

Tudo que você dispersou

Caia

Tudo que você inventou

Caia


Quantos não sucumbiram?

Quantos andaram em vão?

Caia, Ilusão


Quando não perceberam?

Quantos sofreram em vão?

Caia, Ilusão


Leve as intrigas

Leve as mentiras

Leve a separação


Caia, Ilusão


6. Distorção, distração


Distorção, distração


O último anúncio saiu

Houve mais medo que comoção

Passaram a vender a maldade

Com vários sabores de aceitação


A pós-verdade vingou

Trazendo ainda mais distorção

A sociedade aceitou

E ainda a tornou distração


Distorção, distração

Vejam quem desenvolveu

Se apoio pra não rebater

Esqueço o que já sucedeu


Distorção, distração

Vejam quem arrefeceu

Se o outro não é meu dever

Esqueço o que já percorreu


Distorção da nação

A meritocracia mais enganosa

Distorção da nação

A democracia mais enganosa


Distração da união

A igualdade sexual mais enganosa

Distração da união

A igualdade social mais enganosa


Distorção da noção

A igualdade racial mais enganosa

Distração da noção

A igualdade salarial mais enganosa


O que não é distorcido?

Quem não é distraído?


Por que distorcem?

Por que distraem?


Em tempos de futilidade

Não há questionamento da ação

Em um mundo de banalidade

Só nos resta distorção, distração


7. Pra que procurar?


Pra que procurar a felicidade humana?

Se ela precisa mentir pra suster?

Pra que procurar a verdade humana?

Se ela precisa iludir pra reter?


Pra que agitar?

Explorar?

A verdade traz tonturas


Pra que ajudar?

Repensar?

A mentira faz torturas


Não procuro relembrar

Tudo aquilo que passou

Se o passado é um fardo

O culpado já trilhou?


Não procuro limitar 

Tudo que ainda não tem

Se o futuro é um charada

O culpado será quem?


No meio das mentiras

Insistentes falsidades

Ressentidas intrigas

Escondendo raridades

Cadê sinceridade?


No meio das cantigas

Fatigantes personagens

Conhecidas inimigas

Cadê singularidade?


Pra que procurar?


Pra que procurar?

Se não revelar safiras?

Pra que procurar?

Se não derrubar mentiras?


Pra que procurar?

Se não quiser descobrir?

Pra que procurar?

Se não quiser repartir?


Pra que procurar?


8. Repetição é reunião


O que escrevo? Repito

O que acredito? Reuno

As mentiras? Repito

As carências? Reuno


Minhas falhas? Repito

Meus decretos? Reuno

As insistências? Repito

As futilidades? Reuno


Repetição

De ordinários desertos

De espelhos incorretos

Lacunas


Reunião

De cansativas proezas

De vaidosas destrezas

Escombros


Repetição é reunião

Reunião de mentiras que impedem a ascensão


Repito o que não querem ouvir

Mas eu preciso indicar

Os deveres são coletivos

Não posso me eximir de ajudar


Repito o que muitos falaram

Mas não causaram comoção

As vidas estão dispersadas

Não devo esperar a aclamação


As desistências? Todos repetem

As covardias? Todos reúnem

As intrigas? Todos repetem

As mágoas? Todos reúnem


Os infortúnios? Todos repetem

Os desleixos? Todos reúnem

Os conflitos? Todos repetem

Os remorsos? Todos reúnem


Repetição é reunião

Reunião de insistências que levam a exaustão


9. Fingimento interminável


Você não é assim

Quanto durará esse fingimento?

Você não cansou

Quanto adiará esse melhoramento?


Você não é assim

Quanto durará nesse sofrimento?

Você não cansou

Quanto adiará esse conhecimento?


Fingimento em vários quadros

Nos detalhes, no geral

Monotonia em vários modos

Nas ideias, na realidade


Fingimento em várias trilhas

Nos monumentos, nos buracos

Monotonia em vários sons

Nos arranjos, na embalagem


Fingimento interminável

Do que sente realmente

Do que deseja

Do que tem saudade


Fingimento interminável

Do que pensa realmente

Do que planeja

Do que tem amizade


A masculinidade insustentável

A feminilidade insustentável

A mentira desegradável

Para agradar o mundo alienável


A riqueza insustentável

A beleza insustentável

A insistência desagrável

Para apoiar a vida inviável


A arte insustentável

A filosofia insustentável

A ignorância desagradável

Pra atiçar o medo incontrolável


10. Lógica perversa


Lógica perversa que eu não quero entrar

Trabalhar à beça até não mais aguentar

Enricar a festa que eu não vou entrar

Lógica perversa, eu não quero me estressar


Meritocracia, a vergonha da economia

Faz o pobre se sentir mal, todo dia


Capitalismo, um sistema da desigualdade

Faz a fome se tornar normal, sem maldade


Lógica perversa que eu não quero entrar

Evitar a miséria que não querem cessar

Informar as proles que devem enricar

Lógica perversa, eu não quero me enganar


Moralismo, a doença da sociedade

Faz o humano se sentir central, com vontade


Igualdade, o terror do liberalismo

Faz o certo se tornar imortal, sem elitismo


Lógica perversa que eu não quero entrar

Aceitar mentiras que não vão acalmar

Esquecer princípios que eu vou relembrar

Lógica perversa, eu não quero me fechar


Socialismo, a proposta da justiça

Faz o meio se tornar vital, sem preguiça


Ignorância, a patroa da falsidade

Faz o tolo se sentir legal, com vaidade


Lógica perversa que eu não quero entrar

Complicar a vida que não vão melhorar

Adiar a verdade que querem evitar

Lógica perversa, eu não quero me acabar


Lógica perversa, eu não quero te ajudar

Lógica perversa, eu não quero te ajudar

Lógica perversa, eu não quero me acabar

Lógica perversa, eu não quero me acabar


11. Recusa


A falta da verdade

Recusa

A própria falsidade

Recusa


A falta de prudência

Recusa

A própria decadência

Recusa


A tristeza alheia não provoca comoção

O sofrimento não é lembrado

O genocídio faz vários planos

O mal não é controlado


A trajetória alheia não provoca reflexão

O delírio não é estudado

O golpe faz vários enganos

O erro não é alertado


Recusa


Solos inteiros foram desmatados

Desgraçados, destrinchados

Povos inteiros foram amedrontados

Assassinados, aniquilados

Tudo é recusado


Culturas inteiras foram esvaziadas

Evitadas, enterradas

Tempos inteiros foram alterados

Arquivados, apagados

Tudo é recusado


A mentira virou rotina

Há o apoio à futilidade

Manipulam, perseguem

Há a construção de rivais


A verdade ganhou desprezo

Há a falsa independência

Impõem, rotulam

Há a mudança dos fatos


Recusa


12. Competição, comparação


Competição

Batalha dos insensatos

Comparação

Vazio dos aparatos


Competição

Tristeza dos rejeitados

Comparação

Ócio dos alienados


Competição 

Comparação


O outro ganha mais que você

Não pensa no desemprego

E em tudo que vê


A outra gasta mais que você

Não pensa no ambiente

E em tudo que lê


Você, não ganha e não gasta

Pensa no desemprego, ambiente

Só vê, lê e se desgasta


Competição

Comparação


Competirão por um lugar inacessível

Sonharão com um instante perecível

Perceberão frustrações desagradáveis

Alcançarão doenças incuráveis


Compararão por uma postura transitória

Esperarão com uma ilusão vexatória

Lembrarão insistências destrutivas

Alimentarão mentiras repulsivas


Competição

Comparação


Você, não compete e compara

Pensa suas escolhas

Se previne, sossega e afasta


Competição

Comparação


13. Guerra de mentiras


Usando o nome da pátria

Mascaram seus alojamentos

Esquecem a ética e direitos

Partilham os chãos violentos


Usando o nome da divindade

Mascaram seus faturamentos

Esquecem a paz e simplicidade

Disputam os ralos pagamentos


Guerra de mentiras

Que arrastam multidões

Há delírios, traições

Incitando secessão

Arruinando relações


Usando o nome da ciência

Mascaram seus investimentos

Esquecem a vida e natureza

Aumentam os seus segmentos


Usando o nome da moralidade

Mascaram seus atrevimentos

Esquecem a vontade e respeito

Inventam os seus sofrimentos


Guerra de mentiras

Que aniquilam multidões

Há delírios, confusões

Incitando repressão

Enganando gerações


Usam o nome da política

Mascaram seus comportamentos

Esquecem o povo e democracia

Falseiam os seus argumentos


Usam o nome da ordem

Mascaram seus impedimentos

Esquecem o plano e segurança

Bloqueiam os seus fundamentos


Guerra de mentiras

Que alarmam multidões

Há delírios, exclusões

Incitando repulsão

Falseando conclusões


14. Fixação


Entrou naquele grupo

"Ah, vou arrasar"

Largou aquele senso

"Ah, vou aceitar"


Entrou naquela firma

"Ah, vou escalar"

Largou aquela dúvida

"Ah, vou esperar"

 

Fixação


A mentira traz fixação

A insistência traz fixação

Enterram a própria opinião

Enterram a própria instrução


A carência traz fixação

A ignorância traz fixação

Expõem a própria aflição

Expõe a própria condição

Fixação


Entrou naquele trilho

"Ah, vou acertar"

Largou a humildade

"Ah, vou enricar"


Entrou naquela ideia

"Ah, vou apoiar"

Largou a diferença

"Ah, vou evitar"


Fixação


O apego traz fixação

O desprezo traz fixação

Enterram a própria mutação

Enterram a própria redenção


O egoísmo traz fixação

O traz fixação

Expõem a própria ingratidão

Expõem a própria alienação


Fixação


15. Acordemos!


Acordemos!

Gostamos mesmo é da patota

Acordemos!

Geramos a própria derrota


Acordemos!

Nunca conseguimos se entrever

Acordemos!

Nunca conseguimos se resolver


Os culpados por nossas mentiras somos nós

Nós, que não tivemos sensibilidade

Sensibilidade de buscar a verdade

A verdade apesar das mentiras


Os culpados por nossas insistências somos nós

Nós, que não tivemos criticidade

Criticidade de buscar a piedade

A piedade apesar das mágoas


Não nos enganemos

O tempo da transição está ensinando

Não nos ofendamos

O tempo da revelação está confirmando


Não nos enganemos

O mundo de aflições está piorando

Não nos ofendamos

O mundo das ilusões está acabando


Acordemos!

Gostamos mesmo é da confusão

Acordemos!

Geramos a própria destruição


Acordemos!

Nunca conseguimos ter empatia

Acordemos!

Nunca conseguimos ter sintonia


O culpado por tudo que acontece somos nós

Nós que não percebemos que tudo nos afeta

Nós que não nos ajudamos e não nos questionamos

O culpado por tudo que nos assusta somos nós


Não nos enganemos

Não nos ofendamos


Acordemos!


16. Rompem-se as insistentes mentiras


Algum tempo ignorei o universo que existia

A estrada da verdade eu ainda não seguia

Algum tempo desviei o trabalho que pedia

Na estrada da mentira eu ainda me iludia


Rompem-se as insistentes mentiras

Rompem-se os medos incertos

Rompem-se as envolventes intrigas

Rompem-se os ledos desertos


Algum tempo ignorei o saber que esvaia

A chance da mudança eu ainda não sentia

Algum tempo rejeitei o desejo que surgia

Na escrita da aflição eu ainda me perdia


Rompem-se as insistentes mentiras

Rompem-se os remotos temores

Rompem-se as atraentes liras

Rompem-se os rotos dissabores


Vem chegando a verdade

Rompendo todas as mentiras

Rompendo todas as insistências

Vem chegando a verdade


Vem chegando o amor

Construindo todos os vínculos

Construindo todos os grupos

Vem chegando o amor


Vem chegando a inteligência

Questionando todas as criações

Questionando todas as mudanças

Vem chegando a inteligência


Rompem-se conceitos

Rompem-se preconceitos

Rompem-se desrespeitos


Rompem-se caixas

Rompems-se ódios

Rompem-se hierarquias


Rompem-se a fome

Rompem-se a violência

Rompem-se a maldade


Rompem-se a perseguição

Rompem-se a estagnação

Rompem-se a separação


Findará a humilhação

Findará a manipulação

Findará a dominação


Findará a alienação

Findará a opressão

Findará a conspiração


Rompem-se as insistentes mentiras


É proibida a reprodução desta obra sem a devida citação/menção do autor.


Todos os direitos reservados.