sexta-feira, 16 de agosto de 2024

A Era dos Reajustes - As observações de Felipe Prasino (2024). Obs:. 14° livro de Felipe Prasino.

Cor: Branca


Símbolo matemático: Chaves


Temas: Interesse, voz, limite, preparação, condição, decepção, aparência, aventura, escolha, indagação, advertência, ação, reajustes


Data aproximada de escrita: julho e agosto de 2024


1. O pedaço que agrada


O pedaço que agrada

Pula tudo o que importa

Esconde o lado mais bonito

Mostra ao próximo o que deplora


O pedaço que agrada

Joga fora o que espanta

Esconde o lado mais sublime

Mostra ao próximo o que arranca


Esquece, ou faz questão de esquecer

Existem dois lados, duas bases

Existem respeitos a esmaecer


Repele, ou faz questão de repelir

Reúnem dois fardos, duas fases

Reúnem direitos a resistir


O pedaço que agrada

Não confere o escrutínio

A força que desaba

Não concebe o extermínio


O pedaço que agrada

Não impele a renovação 

A natureza que degrada

Não ingere a reprovação


Escrevo, ou faço questão de escrever

Envio dois bardos, dois carismas

Envio romances a escolher


Canto, ou faço questão de cantar

Cavo dois brados, dois prismas

Cavo histórias a reconsiderar


O pedaço que importa

Vai cair por ter mentido

Jogou fora a confiança

Vai sofrer por ter omitido


O pedaço que importa


Vai cair por ser questionado

Pulou fora a temperança

Vai sofrer por ter manipulado


O pedaço que agrada

E agradou

Não agradará sozinho


O pedaço que agrada

E agradou

Não definirá caminho


2. Só falarei... (Não consigo)


Agora só falarei o trivial

Tomar um lado me trouxe problema

Esquecerei o mundo tão desigual

Confrontar não burlou o sistema


Agora só falarei a futilidade

Estudar o fato me trouxe dilema

Descansarei a mente em saudade

Lamentar não derrubou o esquema


Só falarei...

Não consigo

Só falarei...

Não consigo


Não consigo desver a desigualdade

A crueldade cometida desde muito tempo

Não consigo desver a cumplicidade

A humildade ignorada desde muito evento


Gênero que se impôs a custa do outro

Vida repressora como sinal de desgosto

A imprudência sendo validade por um lado

Vida privativa como sinal de imposto


Liberdade que se trilhou a custa da outra

Vida cansativa como sinal de aprovação

A angústia sendo incentivada por um lado

Vida supressora como sinal de redenção


Só falarei o que quero alterar

Malgrado a posição que me defronta

Sei que tenho muito a remexer

Malgrado a situação que me remonta


Só falarei o que quero indicar

Malgrado a limitação que me avança

Sei que tenho muito a conceber

Malgrado a inspiração que me balança


Medo que se criou, alegando proteção

Trauma que se fincou, alegando reputação

Ódio que se alastrou, alegando distinção

Ensino que se evitou, alegando rebelião


Casamento que se arranjou, alegando companhia

Felicidade que se enterrou, alegando histeria

Posse que se retirou, alegando mentoria

Vida que se travou, alegando alegria


Só falarei...

Não consigo

Só falarei...

Não consigo


3. O limite em ceder


Exaustão

Apagamento

Confusão

Isolamento


Imposição

Afobamento

Decepção

Sofrimento


O limite em ceder

Quanto poderei diminuir?

A rotina de sorver

Quanto poderei garantir?


O limite em ceder

Quanto poderei recuperar?

A fadiga de prever

Quanto poderei sustentar?


O desprezo em não perceber

O esforço pra não demolir

O perigo em não entender

O cuidado pra não afligir


O descaso em não precaver

O pedido pra não explodir

O barulho em não acolher

O jeito pra não ressentir


Quem estudará o limite?

Quem estudará o ceder?

Se uma parte sempre suporta tudo

Quando a outra irá receber?


Quem estudará a necessidade?

Quem praticará o ceder?

Se uma parte sempre aproveita tudo

Quando a outra irá devolver?


Ceder

Sem ofender sua condição

Ceder

Sem exaltar sua posição


Ceder

Sem fixar seu pensamento

Ceder

Sem remover seu sentimento


O limite em ceder


4. Preparação


Quatro anos me dediquei

Os poemas são as minhas indagações

Houve vezes que repensei

As respostas são as minhas sugestões


Várias linhas escreverei

Os problemas são as minhas reparações

Houve perdas que lastimei

As lições são as minhas depurações


Preparação


Questiono frequentemente

Porque continuar o ofício de escrever?

O vazio será preenchido escrevendo?

E quando eu não conseguir discorrer?


Sofro conscientemente

Porque trilhar o caminho de procurar?

O saber será alcançado procurando?

E quando eu não conseguir encontrar?


Preparação


Quantos séculos me desviei

Os delírios são as minhas provações

Houve vezes que fraquejei

As quedas são as minhas punições


Vários livros meditarei

Os conceitos são as minhas expansões

Houve vezes que hesitei

As lacunas sãos as minhas motivações


Preparação


A igualdade que eu almejei

A rima que eu conquistei

O respeito que eu lapidei

O descaso que eu indiquei


A valorização que eu levantei

A beleza que eu transmutei

O reajuste que eu amparei

O período que eu informei


Preparação


5. Condição


Reafirmo, cravo o pé

Minha condição não é sortilégio

Realizo, chamo a fé

Minha condição não traz privilégio


Desconfio, cravo o pé

Minha condição não é império

Desafio, chamo a fé

Minha condição não traz mistério


Mentalizo, cravo o pé

Minha condição não é dispensa

Medianizo, chamo a fé

Minha condição não traz ofensa


Reescuto, cravo o pé

Minha condição não é licença

Refuto, chamo a fé

Minha condição não traz doença


Condição


O gênero que não é respeitado

É preciso gritar?

O caminho que é desprezado

É preciso gritar?


A ignorância que é continuada?

É preciso gritar?

A orientação que é atacada?

É preciso gritar?


O sexo que é estimado?

É preciso gritar?

O medo que é incitado?

É preciso gritar?


A luta que é zombada?

É preciso gritar?

A vida que é dizimada

É preciso gritar?


Condição não é limite

Sexualidade não é limite

Religião não é limite

Arte não é limite


Política não é limite

Sociedade não é limite

Ciência não é limite

Opinião não é limite


Não deixe te maltratar!

Não deixe te apagar!

Não deixe te governar!

Não deixe te arruinar!


Não se limite!

Não se limite!

Não deixe te limitar!

Não deixe te limitar!


Condição


6. Ainda gostará de mim?


Ainda gostará de mim?

Quando apontar as ruínas?

Quando desgastar a sociedade?

Quando refazer as gravuras?

Quando incomodar a maldade?


Ainda gostará de mim?

Quando desagradar as criaturas?

Quando esquecer a utilidade?

Quando remover as falhas?

Quando apurar a felicidade?


A sexualidade será estudada, respeitada

A empatia será incentivada, valorizada

A ignorância será abandonada, evitada

A harmonia será retomada, desejada


A existência será ponderada, melhorada

A igualdade será encontrada, almejada

A mentira será condenada, rechaçada

A busca será aguçada, orientada


Ainda gostará de mim?

Quando o reajuste terminar?

Ainda gostará de mim?

Quando a ira abrandar?


Ainda gostará de mim?

Quando o respeito começar?

Ainda gostará de mim?

Quando a discórdia revidar?


Talentos são diferentes

Escolhas deveriam florescer

Preconceitos são controversos

Multidões deveriam conhecer


Medos são enganosos

Ideias deveriam construir

Conflitos são horrorosos

Uniões deveriam instruir


Ainda gostará de mim?

Quando tudo for falado?

Ainda gostará de mim?

Quando tudo for lembrado?


Ainda gostará de mim?

Quando tudo for guardado?

Ainda gostará de mim?

Quando tudo for mudado?


7. Nada segura (O vazio da aparência)


Olho pra você

Não tenho nada pra dizer

Você olha pra mim

Não tenho nada pra contar


Pergunto pra você

Não tenho nada pra rever

Você pergunta pra mim

Não tenho nada pra somar


Nada segura

Se a superfície desabar

Se é complexo perdura

Até o mistério decifrar


Nada segura

Se a imagem engessar

Se é esbelto costura

Até o manto depurar


Nada segura

(O vazio da aparência)


Sua masculinidade forçada

Ninguém atura

Sua feminilidade forjada

Ninguém atura


Sua integridade forçada

Ninguém atura

Sua moralidade forjada

Ninguém atura


O vazio da aparência

Não pode mais apoiar

O poder que é cesura

Não pode mais saciar


O vazio da aparência

Não pode mais afastar

O prazer que é loucura 

Não pode mais simular


Nada segura

(O vazio da aparência)


8. Minhas andanças


Minhas andanças me afastaram de você

Eu não poderia apoiar a desigualdade

Minhas lembranças me alertaram de você

Eu não poderia suportar a fragilidade


Minhas andanças me afastaram de você

Eu não poderia ajudar a insensatez

Minhas cobranças me livraram de você

Eu não poderia imaginar a mesquinhez


Minhas andanças


A fraqueza é um terreno perigoso

Pisei em solos que poderiam me ceifar

O desgosto é um remédio doloroso

Tomei em goles que deveriam me curar


A independência é um voo belicoso

Respirei em ares que poderiam me lograr

O aprimoramento é um meio laborioso

Trabalhei em feitos que deveriam me lavar

Minhas andanças


Andanças que mostraram o vazio

A tranquilidade que ainda não atingi

Andanças que chamaram desafio

O conhecimento que ainda não refleti


Andanças que moldaram o caminho

A hesitação que ainda não resolvi

Andanças que ajeitaram o desalinho

O entendimento que ainda não acolhi


Minhas andanças


Andanças confrontam divisões

Os focos que são letais

Andanças confrontam imitações

As brigas que são banais


Andanças confrontam multidões

Os medos que são mentais

Andanças confrontam omissões

As vigas que são centrais


Minhas andanças


9. Por que, Feminino?


A repressão te limitou

A mancha foi ter te ignorado

O ódio te isolou

O golpe foi ter te arruinado


A ignorância te condenou

A traição foi ter te expulsado

O temor te apagou

O erro foi ter te assustado


Porque, Feminino?


Por que, Feminino?

Você foi tão desprezado?

Tão demonizado?


Por que, Feminino?

Você não foi estudado?

Não foi valorizado?


Por que, Feminino?

Você é tão vigiado?

Tão controlado?


Por que, Feminino?

Você não é respeitado?

Não é incentivado?


Por que, Feminino?


Você é muito cobrado

Os críticos te chamam de vitimista

Você é muito anulado

Os leigos te chamam de feminista


Você é muito previdente

Os machistas te acusam de privilégios

Você é muito consciente

Os moralistas te acusam de sortilégios


Por que, Feminino?


Masculino, reconhecerá a produção do Feminino?

Masculino, reconhecerá a estima pelo Feminino?


Masculino, reconhecerá a relevância do Feminino?

Masculino, reconhecerá a admiração pelo Feminino?


Por que, Feminino?


10. Evito gente alienada (Sou alienado?)


Evito gente alienada

Que não enxergam a própria condição

Que tem desprezo pela situação

Que só pensa nos próprios problemas


Evito gente alienada

Que não ajudam a conhecida multidão

Que tem fascínio pela rebelião

Que só grita pelos antigos dilemas


Evito gente alienada


Perdi meu tempo com gente alienada

Foi um erro que paguei alto preço

Me ignoram no virtual e na rua

Ampará-los me causou só tropeço


Perdi meu tempo com gente alienada

Foi um desgosto que recebi espinho

Me odiaram no sol e na lua

Estimá-los me legou só desalinho


Evito gente alienada


Alienados e alienados, se estudem!

Não veem que a vossa alienação atrapalha o mundo?

Não veem que a exaltação geral não dura um segundo?

Não veem que o desvio não mostra tudo?


Alienados e alienadas, se estudem!

Não veem que a vossa alienação impede a apuração da humanidade?

Não veem que a renovação total estraçalha a maldade?

Não veem que o vazio não ensina tudo?


Evito gente alienada


Sou alienado? Contribuo para alienação?

Quais impressões são alienadas?

Quais produções são alienadas?

Quais observações são alienadas?


Sou alienado? Contribuo para alienação?

Quais hesitações são alienadas?

Quais informações são alienadas?

Quais reflexões são alienadas?


Evito gente alienada


11. Não, não vão!


Zombaram de você

O que dizia é sem sentido?

Não!


Cansaram de você

O que vivia é sem sentido?

Não!


Roubaram de você

O que queria é sem sentido?

Não!


Ocultaram de você 

O que sabia é sem sentido?

Não!


Não vão zombar, não!

Já tentaram me calar

Não!


Não vão cansar, não!

Já tentaram me julgar

Não!


Não vão roubar, não!

Já tentaram me vetar

Não!


Não vão ocultar, não!

Já tentaram me matar

Não!


Não, não vão!


Não adoeçam mais!

Reformem o viver!

Não atrapalhem mais!

Instruam o poder!


Não ofendam mais!

Rejeitem a divisão!

Não estraguem mais!

Destruam a opressão!


Será que vão?


12. A Era dos Reajustes


Meu amor, estamos na Era dos Reajustes

Não endossaremos banalidades


A Era dos Reajustes

A mulher deverá viver

O erro que nos desune

Irá se arrepender


A Era dos Reajustes

O homem deverá respeitar

A ideia que nos assume

Irá se aprimorar


A Era dos Reajustes

A mulher deverá prosperar

O cuidado que nos habita

Irá reaproximar


A Era dos Reajustes

O homem deverá entender

A divisão que nos limita

Irá desaparecer


Pessoas, essa é a Era dos Reajustes!

Pessoas, não queremos mais embustes!


Pessoas, essa é a Era dos Reajustes!

Pessoas, não queremos mais abutres!


Mulheres, sejam as donas de todas as eras!

Mulheres, sejam as donas! Percebam as esperas!


Mulheres, sejam as donas de todas as eras!

Mulheres, sejam as donas! Percebam as esferas!


A Era dos Reajustes é agora!

Vamos aprender com a era!


A Era dos Reajustes é agora

Vamos escrever com a era!


Meu amor, estamos na Era dos Reajustes

Não endossaremos atrocidades


É proibida a reprodução desta obra sem a devida citação/menção do autor.


Todos os direitos reservados

Nomes e Vidas - As existências de Felipe Prasino (2024). Obs:. 13° livro de Felipe Prasino.

Cor: Bronze


Símbolo matemático: Expoente


Temas: Arquétipos, alter-egos, reencarnação, regressão, diásporas


Data aproximada de escrita: maio e junho de 2024


1. Próspero (Fábio)


Fábio

Revisor das lacunas

Agricultor de pensamentos

Comprovador das mudanças


Fábio

Admirador das tragédias

Leitor dos pergaminhos

Divulgador das memórias


Fábio

Seu trabalho é historiar

Analisar a História do povo do Lácio


Fábio

Sua ascendência é grega e romana

Escreva a prosperidade do saber latino


Prospero é o seu trabalho

Próspero é o seu interesse


Próspero é o seu tributo

Próspero é o seu legado


Da Antiguidade a Pós-Modernidade

Do Império Romano a Itália

Seu escritos ressoam

Malgrado as batalhas


Das ruínas aos museus

Das epopeias aos romances

Seus trabalhos persistem

Malgrado os discordantes


Analisou estátuas, caminhos

Investigou fatos, desatinos

Permitiu a continuação da cultura

Informou o jogo da política


Avaliou mapas, histórias

Confrontou relatos, memórias

Incentivou a busca por moderação

Recomendou o estudo da filosofia


Flávio

Plante feijões

Plante invenções

Tudo o que você conseguir


Flávio

Mostre opções

Mostre explorações

Tudo o que você inquirir


2. Prudente (Faruk)


Faruk

Defensor da razão

Professor das virtudes

Explorador dos conceito


Faruk

Apoiador do respeito

Mediador dos conflitos

Pacificador dos ódios


Faruk

Seu trabalho é filosofar

Meditar a Filosofia do povo do Nilo


Faruk

Sua ascendência é diversa

Inspire o saber egípcio e árabe


Prudente é o seu julgamento

Prudente é o seu compromisso


Prudente é o seu prestígio

Prudente é o seu discernimento


Da Núbia ao Levante

De Kemet ao Império Otomano

Seus conselhos ajudam

Malgrado as impurezas


Das civilizações as colonizações

Das invenções as replicações

Seus conselhos perduram

Malgrado as durezas


Apontou ilusões, erros

Desvendou mentiras, opiniões

Validou a construção de escolas

Fundamentou a necessidade de refletir


Ensinou símbolos, métodos

Relembrou escritos, biografias

Ampliou a noção de justiça

Dissipou o medo da ignorância


Faruk

Exale prudências

Exale inteligências

Tudo o que você conceber


Faruk

Viva a essência

Viva a coerência

Tudo o que você discorrer


3. Elegante (Loran)


Loran

Admirador da arte

Escultor dos diálogos

Compositor dos sonetos


Loran

Construtor dos romances

Entregador dos contos

Fomentador das peças


Loran

Seu trabalho é escrever

Escrever a literatura do povo de Magno


Loran

Sua ascendência é suíça e belga

Divulgue as crônicas do povo franco


Elegante é o seu apontamento

Elegante é o seu incentivo


Elegante é o seu capricho

Elegante é o seu recolhimento


Da Gália a República Francesa

Dos francos aos franceses

Seus ornamentos cintilam

Apesar da revoluções


Do Iluminismo ao Positivismo

Dos poetas aos cientistas

Seus pensamentos motivam

Apesar das demolições


Escreveu discursos, fábulas

Rompeu tradições, regimes

Ergueu liberdades, ideais

Remeteu ensaios, tratados


Promoveu estilos, lembranças

Concedeu bases, abordagens 

Escolheu testes, argumentos

Preencheu atos, mentalidades


Loran

Entalhe sugestões

Entalhe divagações

Tudo o que você encontrar


Loran

Trace referências

Trace experiências

Tudo o que você refinar


4. Complemento (Giuseppe)


Giuseppe

Apreciador da natureza

Conhecedor da matéria

Observador dos fenômenos


Giuseppe

Criador da ciência

Forjador da prática

Inventor dos procedimentos


Giuseppe

Seu trabalho é testar

Testar a Física do povo da Itália


Giuseppe

Sua ascendência é italiana, portuguesa e espanhola

Experimente as descobertas da Península


Complemento é o seu auxílio

Complemento é o seu roteiro

Complemento é o seu apreço

Complemento é o seu critério


De Ítala a Itália

Dos etruscos aos italianos

Seus saberes documentam

Apesar dos inovadores


Da unificação a imigração

Das províncias a federação

Seus saberes fundamentam

Apesar dos competidores


Costurou teorias, movimentos

Revisou livros, pesquisas

Alertou problemas, doenças

Elaborou instrumentos, protocolos


Provocou convicções, máximas

Verificou linhas, pareceres

Traçou hipóteses, estruturas

Combinou modelos, elementos


Giuseppe

Mova talentos

Mova elementos

Tudo o que você classificar


Giuseppe

Projete energias

Projete melhorias

Tudo o que você esmiuçar


5. As identidades mudam


Os amores que tive não vem atrás

Os lugares que vivi não fascinam mais

As histórias que sonhei não fazem abrigo

Os temas que versei não fazem ruído


As buscas que tive não provocam mais

Os medos que vivi não vem atrás

As ilhas que almejei não formam retiro

As horas que dediquei não mostram auxílio


As identidades mudam conforme os interesses

O que era passado não limita o futuro

Se eu largar tudo aquilo que eu fui?

Se eu mudar estarei mais seguro?


As identidades mudam conforme as existências

O que errei não impedirá as provações

Se eu analisar tudo aquilo que eu fiz?

Se eu focar afastarei as ilusões?


As brigas que tive não me provocam mais

Os louros que recebi não vem atrás

As revoltas que tramei não mostram legados

As besteiras que esbocei não formam extratos


As identidades mudam conforme as tendências

O que era esquecido não limita a pesquisa

Se eu largar a certeza que eu inventei?

Se eu protestar atiçarei a intriga?


As identidades mudam conforme as migrações

O que revisei não impedirá as objeções

Se eu comentar a ideia que eu encontrei?

Se eu resgatar as formas de conexões?


As identidades mudam conforme tempos

Regressões, reencarnações

Arquétipos, alter-egos


As identidades mudam conforme espaços

Diásporas, metáforas

Lados, fardos


As identidades mudam


6. Meus outros nomes (Minhas outras vidas)


Meu outros nomes

Minhas outras vidas

Minhas outras pontes

As despedidas


Meu outros nomes

Minhas outras pistas

Minha outras fontes

As recaídas


Outros nomes que eu tive

Antes de estar assim

Antes de botar pra fora

O incômodo que há em mim


Outros nomes que eu tive

Outros apreços e afetos

Antes de tentar romper

Os sonhos tão desertos


Outros nomes que eu tive

Antes de ser intermitente

Antes de desamargar

O coração é que é carente


Outros nomes que eu tive

Antes dos melhores dias

Antes de pensar e recolher

As escolhas tão vazias


Outros nomes que eu tive

Antes dos meus retrospectos

Antes de por na mesa e julgar

Os meu atos incorretos


Outros nomes que eu tive

Antes dos vários devaneios

Antes de mostrar o calcanhar

Aos olhares alheios


Outros nomes que eu tive

Antes das muitas vistas

Antes de expandir e expressar

Os interesses dos artistas


Outros nomes que eu tive

Antes dos tristes colapsos 

Antes de pensar e escrever

Os motivos dos fracassos


Meus outros nomes

Minhas outras vidas

Meus outros montes

As sacudidas


Meus outros nomes

Minhas outras vidas

Meus outros frontes

As retraídas


7. Difusões


Ao longo dos séculos me evitei

Permiti que a esperança se afastasse

Ao longo das quedas me definhei

Consenti que a maldade se instalasse


Ao longo dos séculos me odiei 

Reparti a família que era necessária

Ao longo das falhas me limitei

Convergi a força que era temporária


Difusões


Ao longo das vidas me questionei

Permiti que a mudança se mostrasse

Ao longo dos laços me motivei

Consenti que a bondade me inspirasse


Ao longo das vidas me encontrei

Reparti a ajuda que era habitual

Ao longo dos feitos me melhorei

Convergi a estima que era natural


Difusões


As quedas

As falhas

Não me impediram


Os laços 

Os feitos

Só me somaram


A família

A esperança

Só me instruíram


A ajuda

A estima

Não me amolaram


Os séculos

As vidas

Só me expandiram


Os séculos

As vidas

Não me pararam


Difusões


8. Nomes e Vidas


As vidas me convocam a querer

Os ângulos que ainda não vivi

Expandir é remover, entender

Os orgulhos que ainda não perdi


Os nomes me exortam a sofrer

Os medos que ainda não medi

Acudir é preparar, completar

Os hiatos que ainda não enchi


Nomes e Vidas

Fardos e calos

Pessoas resilientes

Altos contrastes


Nomes e Vidas

Terras e guerras

Forças persistentes

Altos desastres


As páginas me convocam a escrever

Os textos que ainda não produzi

Instruir é fortalecer, requerer

As virtudes que ainda não consegui


As telas me exortam a coser

As formas que ainda não tingi

Progredir é erguer, responder

As promessas que ainda não cumpri


Nomes e Vidas

Violências e decadências

Espíritos inconsequentes

Altos combates


Nomes e Vidas

Arquivos e motivos

Guias eminentes

Altos debates


Os tempos me convocam a partilhar

Servir


As ideias me exortam a perguntar

Seguir


Nomes e Vidas


9. Mensageira (Angélica)


Angélica

Mensageira das inteligências

Carteira da renovação

Parceira da cautela


Angélica

Escudeira das ponderações

Arqueira da natureza

Herdeira da gentileza


Angélica

Seu trabalho é transportar

Levar a Mensagem dos povos jê


Angélica

Sua ascendência é diversa

Informe o viver tupi e guarani


Mensageira é a sua entrada

Mensageira é a sua conversa


Mensageira é sua linguagem

Mensageira é a sua jornada


De Pindorama ao Brasil

Dos rios aos litorais

Seus tesouros transcendem

Apesar dos imorais


Da comunidade a metrópole

Das festas aos festivais

Seus reparos acolhem

Apesar dos tribunais


Enveredou estradas, memórias

Citou músicas, acontecimentos

Respeitou ancestrais, plantas

Curou mazelas, deserções


Aconselhou passos, escolhas

Cravou sementes, aspirações

Ligou imagens, culturas

Comentou distâncias, regiões


Angélica

Respire primores

Respire valores

Tudo o que você confirmar


Angélica

Valorize canais

Valorize sinais

Tudo o que você propagar


10. Permanente (Killara)


Killara

Administradora dos costumes

Zeladora das trajetórias

Portadora das convicções


Killara

Contadora dos relatos

Protetora das sociedades

Organizadora das informações


Killara

Seu trabalho é preservar

Cuidar das obras dos povos oceânicos


Killara

Sua ascendência é diversa

Guarde o dever aborígene e polinésio


Permanente é a sua procura

Permanente é a sua dedicação


Permanente é a sua luta

Permanente é a sua postura


De Uluru a Austrália

Dos desertos aos oceanos

Seus cuidados promovem 

Apesar dos insanos


Da federação a comunidade

Dos nativos aos australianos 

Seus afetos comovem

Apesar dos profanos


Questionou personagens, notícias

Formulou exposições, tecnologias

Acompanhou descobertas, coleções

Preparou museus, exposições


Treinou profissionais, ajudantes

Revelou falsidades, exageros

Solicitou proteções, recursos

Ajudou colegas, viajantes


Killara

Guarde artefatos

Guarde distratos

Tudo o que você ajuntar


Killara

Convoque reflexões

Convoque aceitações

Tudo o que você propagar


11. Guerreira (Nsona)


Nsona

Flautista das épocas

Corista das nações

Pianista das auras


Nsona

Harpista das emoções

Jurista das críticas

Florista das almas


Nsona

Seu trabalho é tocar

Soar as notas dos povos africanos


Nsona

Sua ascendência é diversa

Sopre os sons congoleses e beninenses


Guerreira é a sua partitura

Guerreira é a sua música


Guerreira é a sua habilidade

Guerreira é a sua figura


De Benim ao Congo

Dos africanos aos europeus

Seus arranjos transbordam

Apesar dos liceus


Da tradição a novidade

Dos ricos aos prebleus

Seus afetos concordam

Apesar dos apogeus


Planejou concertos, saraus

Destacou apresentações, hinos

Melhorou sinfonias, minuetos

Adornou compassos, tempos


Estipulou notas, escalas

Considerou atos, intervalos

Orientou maestros, orquestras

Misturou instrumentos, acordes


Nsona

Comova multidões

Comova reparações

Tudo o que você alinhar


Nsona

Aproxime empatias

Aproxime cantorias

Tudo o que você esmerar


12. Fraterna (Cendira)


Cendira

Desenhista das intenções

Paisagista das bençãos

Estilista das coragens


Cendira

Arquivista das belezas

Copista das feições

Retratista das índoles


Cendira

Seu trabalho é desenhar

Esboçar as estruturas do povo brasileiro


Cendira

Sua ascendência é diversa e brasileira

Meça as lutas de todos os continentes


Fraterna é a sua competência

Fraterna é a sua técnica


Fraterna é a sua atenção

Fraterna é a sua influência


Do lápis ao pincel

Da folha ao digital

Seus riscos superam

Apesar do espiral


Do mote a inspiração

Da exuberância ao trivial

Seus esforços nivelam

Apesar do desigual


Ilustrou jornais, revistas

Contornou rostos, horizontes

Adornou tons, fragmentos

Emendou cenários, brilhos


Encaminhou cores, pontos

Considerou olhares, tendências

Acentuou diferenças, proporções

Indicou espaços, gêneros


Cendira

Lance amizades

Lance qualidades

Tudo o que você dedicar


Cendira

Consiga proezas

Consiga sutilezas

Tudo o que você melhorar


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