quinta-feira, 18 de maio de 2023

Retrospecto - As recordações de Felipe Prasino (2023). Obs:. 5° livro de Felipe Prasino.

Cor: Marrom

Símbolo matemático: Igual

Temas: Memória, lembrete, infância, adolescência, escrita, leitura, lar, casas, livros, utensílios domésticos, trajetória, árvores, quintal, frutas, comidas, relações sociais, diferenças, saudades, escola, aulas, arte, religião, natureza, família, culinária, sensações

Data aproximada de escrita: março de 2023


1. Não te quero na minha vida


Não te quero, já te suportei bastante

Não te quero, já te ajudei bastante


Não te quero, já me fez sofrer bastante

Não te quero, já me fez errar bastante


Não te quero....


Não te quero na minha vida

Não esqueci que me fez muito mal

Por mais que eu possa ter uma recaída

Te afastar de mim foi fundamental


Não te quero na minha vida

Não esqueci todo o seu desprezo 

Por mais que eu possa ter uma retraída

Te situar no seu lugar foi bem coeso


Não quero te quero na minha vida

Não esqueci sua falta de respeito

Por mais que eu possa ter uma saída

Te lembrar seus intentos é o único jeito


Não quero você na minha vida

Não esqueci todos os seus ardis

Por mais que eu possa ter uma ferida

Te alertar foi o que eu sempre quiz


Talvez...


Talvez pode estar arrependido

Suponho já tenha até repensado

Penso em tudo o que tenho vivido

Procuro não ficar mais ressentido


Talvez pode estar transfigurado

Suponho já tenha até melhorado

Penso em tudo o que tenho rechaçado 

Procuro não ficar mais preocupado



Na retrospectiva da minha vida

Você foi um ponto do passado

Pode até ser mencionado

Mas não merece ser festejado


Na retrospectiva da minha vida

Você foi um erro a ser analisado

Pode até ser suscitado

Mas não merecer ser destacado


Não te quero na minha vida


2. Minhas paródias


(Nas minhas aulas de Artes

A professora sempre pedia uma paródia de uma música

E eu adorava fazer paródias

Talvez ali estava o começo da minha vontade de brincar com as palavras)


Qual o tema da paródia que eu vou fazer?

Como é possível rimar sem sofrer?


Qual a música da paródia que eu vou fazer?

Como é possível cantar sem sofrer?


Qual o sentido da paródia que eu vou fazer?

Como é possível criar sem sofrer?


Qual a nota da paródia que eu vou fazer?

Como é possível mudar sem sofrer?


Nas minhas paródias

Invento histórias

Talvez trajetórias

De outros viveres


Nas minhas paródias

Evoco memórias

Talvez transitórias

De outros saberes


Por meio das minhas paródias

Exercitei minha liberdade criativa

Apesar delas ainda serem gérmens

Foi com elas que fui construindo a minha vida


Por meio das minhas paródias

Demonstrei minhas várias emoções

Apesar delas ainda serem simples

Foi com elas que fui criando as minhas expressões


Obrigado minhas paródias, muito obrigado


3. Chinelos marrons


Aqueles chinelos marrons

Teve que decifrar outros tons

Teve que burilar alguns dons

Aqueles chinelos marrons


Aqueles chinelos marrons

Teve que escutar outros sons

Teve que guiar alguns bons

Aqueles chinelos marrons


Aqueles chinelos marrons viram muitas novidades

Viram casas construídas, viram comportamentos mudados


Aqueles chinelos marrons viram muitas histórias

Viram gerações se sucederem, viram calendários trocados


Aqueles chinelos marrons tiveram muitas lembranças

Lembraram fatos esquecidos, lembraram pessoas ignoradas


Aqueles chinelos marrons tiveram muitos amores

Amaram galhos da mesma árvore, amaram árvores do mesmo pomar


Aqueles chinelos marrons suportaram muitos dissabores

Suportaram a incompreensão, suportaram o sofrimento


Aqueles chinelos marrons suportaram muitas ramificações

Suportaram rupturas, suportaram despedidas


Mas, apesar de suportar muitas coisas

Aqueles chinelos marrons foram muito inspiradores

Inspiraram resiliência, inspiraram saudade


Aqueles chinelos marrons legaram coragem

Legaram tantas coisas boas que não podem ser resumidas em poucas palavras


Aos chinelos marrons, desejo toda a gratidão possível e impossível


4. Casa de adobo, fundação de pedra


Casa de adobo, fundação de pedra

A vida se expressa na mais simples união

Casa de adobo, fundação de pedra

A vida se rebela contra toda ingratidão


Casa de adobo, fundação de pedra

O mundo se eleva na mais pura emoção

Casa de adobo, fundação de pedra

O mundo se revela contra toda dispersão


Casa que foi feita pelas mãos de alguns pendores

Casa que foi feita pelas mãos de algumas flores 


Casa que foi eleita para o lar de alguns louvores

Casa que foi eleita para o lar de algumas dores


Casa que foi base para algumas gerações

Casa que foi base para algumas divisões


Casa que foi fase para um prosseguir maduro

Casa que foi fase para um refletir seguro


Casa, adobo, fundação, pedra

Pedra, fundação, adobo, casa


Casa, adobo, fundação, pedra

Pedra, fundação, adobo, casa


Não deixem a casa desabar!

Se a casa acabar acabam-se histórias, memórias

Acabam-se personagens e cenários

Acabam-se afetos e identidades


Não deixem a casa desabar!

Se a casa acabar tudo vai se perder

Não vai adiantar se comover depois

A decisão precisa ser direta e simples


Não deixem a casa desabar!


Casa de adobo, fundação de pedra

A vida se expressa na mais simples união

Casa de adobo, fundação de pedra

A vida se rebela contra toda ingratidão


Casa de adobo, fundação de pedra

O mundo se eleva na mais pura emoção

Casa de adobo, fundação de pedra

O mundo se revela contra dispersão


5. Livro de Português


De Português?

Sim, tenho certeza

Era o livro didático de Português


De Português?

Sim, tenho certeza

É o livro do primário que me fez


Hoje eu lembrei

Eu lendo aquele livro de Português

A série era a terceira do Fundamental

Pensando que o tempo não volta outra vez


Hoje eu lembrei

Eu lendo aquele livro de Português

A capa era azul claro

Pensando que a memória é um gosto da infância  


Hoje eu lembrei

Eu lendo aquele livro de Português

Na casa de adobo, fundação de pedra

Piso vermelhão bem encerado

Pensando quão agradável era aquela leitura no chão


Hoje eu lembrei

Eu lendo aquele livro de Português

Livro bem ilustrado, textos interessantes

Pensando quão agradável pode ser a leitura infantil


De Português

Sim, de Português

O livro que me fazia viajar nas histórias

Era o livro de Português


De português

Sim, de Português

O livro que me faz evocar minhas lembranças

É o livro de Português


6. Filtro de barro


O filtro de barro, com a água espalhada

Arruma o filtro, com a vela quebrada


Completa o filtro, com a água esperada

Repara na água, que sai bem filtrada


O filtro de barro, com portes diversos

Marrom e vermelho, nuances dispersos


Contempla o filtro, a linda estética

Peças e linhas, a forma sincrética


O filtro de barro pesava na espinha

O filtro de barro gostava da despensa

O filtro de barro ficava na cozinha

O filtro de barro estava na expensa


O filtro de barro, se abro agora

Recordo da minha essência

Talvez da minha existência


O filtro de barro, se tampo agora

Recordo dos meus cuidados

Talvez dos meus legados


O filtro de barro, se encho agora

Assumo os ritos das minhas memórias

Talvez de muitas histórias


O filtro de barro, se limpo agora

Repito os atos dos meus precedentes

Talvez dos meus subsequentes


O filtro de barro

O filtro de barro


O filtro de barro

A brasilidade

Na localidade

Do lar brasileiro


O filtro de barro

A criatividade

Na plasticidade

Da argila moldada


O filtro de barro


7. Retrospecto


Quando penso em mim

Sobre tudo que eu fiz

Vejo a vida lembrar outros inventos


Quando entro em mim

Sobre tudo que eu quis

Vejo a vida lembrar outros momentos


Quando olho em mim

Sobre tudo que eu fiz

Vejo a vida em um introspecto


Quando sinto em mim

Sobre tudo que eu quis

Vejo a vida em um retrospecto


Retrospecto

De tudo que eu perdi

De tudo que eu achei


Retrospecto

De tudo que eu parti

De tudo que eu ganhei


Retrospecto

De tudo que eu criei

De tudo que eu sofri


Retrospecto

De tudo que eu falei

De tudo que que eu vivi


A minha vida é uma eclética caminhada

Eu já fui assim, assado

Eu já coloquei tudo o que sentia para fora


A minha vida é um eclético aprendizado

Eu já fiz parte de um processo intermitente

Eu já desamarguei, ou, pelo menos, tentei


No futuro mostrarei meu calcanhar para todos

Mostrarei quantas nuances minhas forem necessárias

Viver é respeitar a eterna construção da existência humana


Retrospecto

Eu tudo que eu digo

Em tudo que eu serei


8. Meu pé de acerola


Meu pé de acerola

O termo sempre assola

Meu pé de acerola

O termo sempre isola


Meu pé de acerola

A paz nunca controla

Meu pé de acerola

A paz nunca amola


Meu de acerola era lindo

Bem verde e cuidado

Cheio de acerola vermelha


Meu pé de acerola era infindo

Bem grande e amado

Cheio de fruta parelha


Mas meu pé de acerola

Como tudo de bem nesse mundo

Descansou bem lá no fundo

Do chão do meu quintal


Mas meu pé de acerola

Como tudo que tem memória

Fez jus a sua triste história

Criou raízes no meu astral


Mas meu pé de acerola

Me rendeu umas lembranças

Do tempo que as esperanças

Não pereciam no total


Mas meu pé de acerola

Através dos meus versos

E também dos meus excessos

Transformou-se em imortal


Meu pé de acerola

Seu amigo se lembra

Meu pé de acerola

Seu amigo te acena


Meu pé de acerola

Você é um fato

Meu pé de acerola

Eu sou muito grato 


Meu pé de acerola


9. Torta de banana


Eu relembrei daquela torta de banana

Que eu comi em 2006

Eu relembrei de toda aquela varanda 

Que eu desci outra vez


Eu relembrei daquela torta de banana

Que eu senti em 2006

Eu relembrei de toda aquela ciranda

Que eu reuni outra vez


Eu relembrei

Da torta de banana

Eu relembrei

Daquela varanda


Eu relembrei

Da torta de banana

Eu relembrei

Daquela ciranda


Eu jamais vou esquecer

Eu quero a torta de banana

Que ficou na minha memória


Eu sempre vou entender

Eu quero a torta de banana

Que marcou minha trajetória


Daquela torta de banana

O sabor não lembro mais

A pressa da vida é insana

Só restam os fatos banais


Daquela torta de banana

Quem a fez eu lembro mais

A luta da vida é profana

Só restam os ritos locais


Eu relembrei

Não vou esquecer

Eu relembrei

Eu vou entender


Eu já cansei de te dizer

Eu quero a torta de banana

Que eu vivi em 2006


10. Momentos catequéticos


Eu gostava dos momentos catequéticos


Eu gostava de pintar

Mas minha pintura era feia

Eu gostava mais de observar

A pintura que era alheia


Eu gostava de rezar

Mas minha reza era automática

Eu gostava mais de cantar

A música que era enfática


Pinturas

Observações

Rezas

Músicas


Eu gostava de brincar

Mas minha brincadeira era veloz

Eu gostava mais de esperar

O fim da partida que era feroz


Eu gostava de dançar

Mas minha dança era terrível

Eu gostava mais de imaginar

Se a história da música era possível


Brincar

Veloz

Esperar

Feroz


Dançar

Terrível

Imaginar

Possível


Eu gostava, eu gostava

De um jeito ou de outro

Eu gostava


Eu gostava, eu gostava

De um ano para outro

Eu não sentia que acabava


Foram quase 7 anos

Dos momentos catequéticos

Eu gostava, eu gostava

Eu não sentia os céticos


11. Amenidades, disparidades


No curto recreio da minha escola

Eu ia bem feliz comer o meu lanche

Às vezes eu comprava de outrem

Isso quando eu não trazia na mochila


Amenidades, disparidades

Amenidades, disparidades


Pastel, enroladinho, pão

Batata chips, refrigerante

Bolacha, biscoito, pipoca-doce

Era comprada a unidade ou o fardo


Amenidades, disparidades

Amenidades, disparidades


Os anos 2000 acontecendo

Os 2010 se apresentando

Gerações e gerações se convergindo

A infância e adolescência se encaixando


Amenidades, disparidades

Amenidades, disparidades


Embaixo do pé de sete-copas 

A sombra bem-vinda que acalma

O calor que o sol da tarde ainda provoca

Lembranças de uma vida pouco amarga


Amenidades, disparidades

Amenidades, disparidades


Sentados num banco de madeira

A base do banco é feita de pedras

Conversas que saem verdadeiras

O mundo se altera bem depressa


Amenidades, disparidades

Amenidades, disparidades


Deitado e lendo o meu livro de literatura

Imagens e ideias povoam a minha cabeça

Na tarde de um sábado bem pacato

Escritores e movimentos me enleiam


Amenidades, disparidades

Amenidades, disparidades


Os anos e as décadas correm depressa

Foi indo 90, 2000, 2010

Os anos 2020 ainda começam

São os mesmos dramas, outros papéis


Amenidades, disparidades

Amenidades, disparidades


Eu sinto que após longos 10 anos

Muitas coisas mudaram em muitos pontos

Assuntos que jamais eram pensados

Pessoas que esqueceram desenganos


Amenidades, disparidades

Amenidades, disparidades


12. Algumas saudades


Algumas saudades eu digo

Algumas saudades eu ouço

Algumas saudades eu vejo

Algumas saudades eu sinto


Algumas saudades


Algumas saudades me lembram

Lembram-me do tempo que passou 

Algumas saudades me alertam

Alertam-me da vida que já mudou


Algumas saudades me alimentam

Alimentam-me dos momentos que vivi

Algumas saudades me inspiram

Inspiram-me nas chances que não perdi 


Algumas saudades me ensinam

Ensinam-me dos erros que cometi

Algumas saudades me animam

Animam-me na esperança que aprendi


Algumas saudades me confrontam

Confrontam-me dos atos que arrependi

Algumas saudades me questionam

Questionam-me das ideais que corrigi


Algumas saudades


Algumas saudades das pessoas

Pessoas que estão em outros lugares

Algumas saudades das garoas

Garoas nos arredores de muitos lares


Algumas saudades das estimas

Estimas exibidas de vários jeitos

Algumas saudades dos valores

Valores protegidos em muitos feitos 


Algumas saudades da verdade

Verdade na conduta bem sincera

Algumas saudades da felicidade

Felicidade espalhada na atmosfera


Algumas saudades da cortesia

Cortesia que era pouco ignorada

Algumas saudades da fantasia

Fantasia que era muito celebrada


Algumas saudades


Algumas saudades eu conservo

Algumas saudades eu manifesto

Algumas saudades eu partilho

Algumas saudades eu eternizo


Algumas saudades


13. Se eu tivesse


Se eu tivesse te confrontado

Se eu tivesse te orientado

Se eu tivesse te revelado

Se eu tivesse te ajudado


Se eu tivesse me transformado

Se eu tivesse me informado

Se eu tivesse me afirmado

Se eu tivesse me poupado


Se eu tivesse te incentivado

Se eu tivesse te respeitado

Se eu tivesse te inspirado

Se eu tivesse te cativado


Se eu tivesse me aproximado

Se eu tivesse me destacado

Se eu tivesse me estudado

Se eu tivesse me revoltado


Se eu tivesse, se eu tivesse

Conectado

Recordado

Analisado

Exaltado


Se eu tivesse todas os meios

Meios para tentar

Apesar dos defeitos


Se eu tivesse todas as vontades

Vontades para caminhar

Apesar das temeridades


Se eu tivesse todos os tempos

Tempos para plantar

Apesar dos impedimentos


Se eu tivesse todas as glórias

Glórias para lutar

Apesar das trajetórias


Se eu tivesse, se eu tivesse

Pensamentos

Conflitos

Ações


14. Várias


Faz tempo, eu não te vejo

Desde aquele verão de 2014

Faz tempo, eu não percebo

O quanto mudou de repente


Faz tempo, eu reconheço

Que eu preciso te dizer

Faz tempo, eu reconheço

O quanto me fez conhecer


Você já foi de várias cores

Branca, verde, amarela

Agora é azul

Que cor você terá amanhã?


Você já teve várias turmas

Anos, séries, turnos

Agora é pequena

Que jeito você terá amanhã?


Você era

Você é

Você será

Várias


15. Último dia de aula


Hoje é o último dia de aula

Dia de brincar e sorrir

Há muitos colegas que irão sumir

E muitos não vão se reunir

Desde o último dia de aula


Hoje é o último dia de aula

Dia de brincar e pensar

Há muitos colegas que irão mudar

E muitos não vão se comunicar

Desde o último dia de aula


Hoje é o último dia de aula

Dia de brincar e viver

Há muitos colegas que irão descrer

E muitas ideias vão se perder

Desde o último dia de aula


Hoje é último dia de aula 

Dia de cultivar a amizade

Há muitos que irão ver a maldade

E vão lidar com a adversidade

Desde o último dia de aula


Hoje não é o último dia de aula

Já não brincaram e sentiram

Há muitos colegas que já partiram

E muitas lembranças já se extinguiram

Desde o último dia de aula


16. Sensações do meu mundo


Sensações do meu mundo

Onde tudo eu vivia

Mal sabia que a vida

Não era só aquilo


Sensações do meu mundo

Na sala de informática

Conhecendo a Internet

Expandindo o que eu pensava


Sensações do meu mundo

Assistindo algum filme

Criando a identidade

Percebendo as mudanças


Sensações do meu mundo

Meu espaço eu já fazia

A leitura era amiga

Dos dias que passavam


Sensações

De um tempo que passou

De uma vida que mudou

Para mal ou para bem


Sensações

De sonhos que eu construí

De pessoas que eu convivi

Para mal ou para bem


Meu mundo

Campos, pastos, animais

Pessoas, trabalhos, roças

Gostasse ou não gostasse


Meu mundo

Botas, poeiras, estradas

Festas, reuniões, rezas

Gostasse ou não gostasse


Sensações do meu mundo

Que eu sei que lá no fundo

Ainda me acompanham

Por mais que ainda estranhem

Do tanto que que eu mudei


Sensações do meu mundo

Que eu volto em um segundo

Ainda me questionam

Por mais que ainda assustem

Do tanto que eu lembrei


É proibida a reprodução desta obra sem a devida citação/menção do autor.

Todos os direitos reservados.