segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Esparsos e Reunidos - As variedades de Felipe Prasino (2024). Obs:. 16° livro de Felipe Prasino.

Cor: Bordô


Símbolo matemático: Parênteses


Temas: Superação, convenções sociais, homossexualidade, permanências, empatia, memorização, cancelamento, normalidade, fama, saúde, complexidade

Data aproximada de escrita: setembro, outubro e dezembro de 2024


1. Segui sem você


Seu jeito narcisista, vitimista

Pessimista

Me entristecia pra valer

Segui sem você


Seu jeito desdenhoso, orgulhoso

Desastroso

Me convidava pra sofrer

Segui sem você


Pode isso?

Me arruinar?

Me desgastar?

Por uma pessoa que não vai me ajudar?


Pode isso?

Me adoecer?

Me condoer?

Por uma pessoa que não vai me entender?


Segui sem você


Seu jeito carente, envolvente

Incoerente

Me conduzia pra acolher

Segui sem você


Seu jeito instável, notável

Detestável

Me avisava pra perdoar

Segui sem você


Posso isso?

Me humilhar?

Me esforçar?

Por uma pessoa que não vai me acrescentar?


Pode isso?

Me ofender?

Me encolher?

Por uma pessoa que não vai me agradecer?


Segui sem você


2. Eu não cumpri nenhuma delas


Tentando ser o maioral

Um peso em vez de suporte

Buscando ser o trivial

Um muro antes que transporte


Querendo ser o importante

Um prêmio em vez de virtude

Perdendo ser o brilhante

Um hiato em vez de atitude


A masculinidade e a homossexualidade têm regras

Eu não cumpri nenhuma delas


Tentando ser o diferente

Um desejo em vez de relação

Buscando ser o ausente

Um corpo em vez de afeição


Querendo ser o normal

Um acordo em vez de revolução

Perdendo ser o essencial

Um círculo em vez de inspiração


A masculinidade e a homossexualidade tem regras

Eu não cumpri nenhuma delas


Ser viril, ser delicado

Tão hostil, tão odiado

Ser gentil, e adorado


Ser forte, tão pequeno

Tão norte, tão obsceno

Ser consorte, e sereno


A masculinidade e a homossexualidade têm regras

Eu não cumpri nenhuma delas


Ser carinhoso, ignorante

Tão generoso, tão pedante

Ser formoso, e brilhante


Ser inteligente, tão maçante

Tão presente, tão frustante

Ser coerente, e vigilante


A masculinidade e a homossexualidade têm regras

Eu não cumpri nenhuma delas


3. Olhos doces


Como eu queria entender

Esses seus olhos doces

Como eu queria romper

Todos os ódios torpes


Como eu queria amparar

Esses seus olhos doces

Como eu queria enfrentar

Todos os medos torpes


Olhos doces

Com sonhos

Desejos e problemas


Olhos doces

Com deveres

Trabalhos e poemas


Olhos doces

Com famílias

Amizades e uniões


Olhos doces

Com chances

Respeitos e canções


Como eu queria inspirar

Esses seus olhos doces

Como eu queria apontar

Todos os contos torpes


Como eu queria reler

Esses seus olhos doces

Como eu queria deter

Todos os ditos torpes


Olhos doces

Com hortas

Obras e louvores


Olhos doces

Com remédios

Cálculos e valores


Olhos doces

Com ideias

Ensaios e projetos


Olhos doces

Com técnicas

Desenhos e trajetos


4. Algo nunca muda (Nada está bom)


Ontem a fogueira

Hoje o cancelamento

Sempre a cegueira

Nunca o questionamento


Ontem a contenda

Hoje o depósito

Sempre a emenda

Nunca o propósito


Algo nunca muda, né?

Nada está bom


Ontem a repressão

Hoje o alheamento

Sempre a divisão

Nunca o melhoramento


Ontem a pilhéria

Hoje o costume

Sempre a miséria

Nunca o perfume


Algo nunca muda, né?

Nada está bom


Ontem a vestimenta

Hoje o emprego

Sempre a tormenta

Nunca o sossego


Ontem a renúncia

Hoje o alimento

Sempre a pronúncia

Nunca o pagamento


Algo nunca muda, né?

Nada está bom


Ontem o descaso

Hoje a preocupação

Sempre o atraso

Nunca a reparação


Ontem a ambição

Hoje o desprendimento

Sempre a provocação

Nunca o entendimento


Algo nunca muda, né?

Nada está bom


5. Você entende?


O que você deseja

Quem você deseja

Te estimaria?


O que você procura

Quem você procura

Te procuraria?


Você entende

Não tenho paciência

Os jogos não me interessam

Não tenho tempo para isso


Você entende

Me diga o que está sentindo

A verdade não me incomoda

Não tenho vergonha disso


O que você questiona

Quem você questiona

Te questionaria?


O que você retoma

Quem você retoma

Te retomaria?


Você entende?

Não tenho fortuna

Os sonhos não me preenchem

Não tenho sede para isso


Você entende?

Me diga o que está planejando

A inércia não me protege

Não tenho raiva disso


A maldade

A trapaça

A falta de amparo

Te induziriam?


A vaidade

A preguiça

A falta de assunto

Te construiriam?


Você entende?

Você entende o que te motiva?


Você entende?

Você entende o que te vincula?


6. Não sei decorar conceitos


Não sei decorar conceitos

São tantos que perdi as contas

Não sei ignorar trejeitos

São vários que combati as afrontas


Não sei decorar conceitos

São tantos que temi a loucura

Não sei ignorar respeitos

São vários que repeli a amargura


Conceitos antigos

Modernos, contemporâneos

Superados, amigos

Eternos, instantâneos


Conceitos científicos

Filosóficos, espirituais

Gerais, específicos

Catastróficos, habituais


Não sei decorar conceitos


Não sei decorar conceitos

São cursos que perdi a lembrança

Não sei aumentar confeitos

São muitos que combati a segurança


Não sei decorar conceitos

São tantas que temi a lacuna

Não sei ignorar efeitos

São muitos que repeli a fortuna


Conceitos dogmáticos

Pragmáticos, harmoniosos

Agressivos, democráticos

Traumáticos, perigosos


Conceitos artísticos

Bonitos, dedicados

Responsáveis, críticos

Favoritos, preservados


Não sei decorar conceitos


Não consigo decorar meus poemas

Vou decorar conceitos?


Não consigo decorar meus dilemas

Vou decorar conceitos?


7. Olhos tristes


Comparei seus olhos tristes

Era o efeito da condição

Em muitos vi os medos firmes

Não contornava a solidão


Indaguei seu olhos tristes

Era o efeito da divisão

Em muitos vi os jeitos firmes

Não contornava a ingratidão


Olhos tristes


Querido

Eu não quero ver seus olhos tristes


Provoquei seus olhos tristes

Era o efeito da imprecisão

Em muitos vi os ideais firmes

Não contornava a opressão


Destaquei seus olhos tristes

Era o efeito da opinião

Em muitos vi os valores firmes

Não contornava a repetição


Olhos tristes


Querido 

Eu não quero ver seus olhos tristes


Não consigo suportar seus olhos tristes

Esse olhos me causam aflição

Apesar de continuar tão firmes

Esses olhos me revelam incompreensão


Não consigo ajudar seus olhos tristes

Esses olhos me sucitam precaução

Apesar de aguardar tão firmes

Esses olhos me revelam identificação


Olhos tristes


Querido

Eu não quero ver seus olhos tristes


Em que data essa tristeza acabará?

A nossa fortaleza consiste em escrever?


Em que região essa tristeza acabará?

A nossa proeza consiste em defender?


Olhos tristes


Querido

Eu não quero ver seus olhos tristes


8. Reis cancelados


O rei cancelado ficou triste

O rei cancelado adoeceu

Seu mundo já está ultrapassado

A sua dita fama já morreu


O rei cancelado ficou pasmo

O rei cancelado enlouqueceu

O mundo não está romantizado

A sua dita força já cedeu


Ei rei, seu triunfo já passou

Sua turma já andou

O seu brilho não durou


Ei rei, é melhor se adaptar

Tá na hora de buscar

Não se pode ocultar


Reis cancelados

Não estão sendo armados

Já estão incomodados

Por frotas rechaçados


Reis cancelados

Não estão sendo lembrados

Já estão abandonados

Por aldeias criticados


Reis cancelados

Não estão sendo guardados

Já estão expatriados

Por famílias destronados


Reis cancelados

Não estão sendo chamados

Já estão excomungados

Por igrejas condenados


Ei rei, seu legado já cansou

Sua fúria já baixou

O seu erro não vingou


Ei rei, é melhor se conformar

Tá na hora de indagar

Não se pode tapear


Reis cancelados

Não seram auxiliados


Reis cancelados

Não serão apreciados


9. Sou normal?


O bocejo eu tenho muito

O trabalho eu tenho pouco

Na pegada do fortuito

Ilusão me deixa louco


Me seguro, me contorço

Evitando me estressar

Não esqueço do esforço

Pra tentar me conformar


O ensejo eu tenho muito

O sumiço eu tenho pouco

Na pegada do intuito

Solidão me deixa louco


Me misturo, me distorço

Evitando me entregar

Não esqueço do reforço

Pra tentar me alegrar


Sou normal?


Um jardim em estilo Art Nouveau

Uma sala em estilo Art Decó

Decorando tudo misto

Imagino que é retrô


Um poema com rimas comuns

Uma canção com notas apuradas

Reunindo tudo esparso

Imagino as trapalhadas


Uma estágio com falas ilógicas

Uma partida com ideias reduzidas

Querendo tudo pronto

Imagino as medidas


Uma pasta em pilha estreita

Um jogo em caixa distante

Repondo tudo tenso

Imagino a estante


Sou normal?


Me convenço que não sou normal

Olha os meios acertados!


Me convenço que não sou normal

Olha os temas aplicados!


10. Ser só VIP


Flashes toda hora

Cabelo, maquiagem

Coisa da imagem

De ser só VIP


Autógrafos toda hora

Tietes, paparazzi

Coisa da imagem

De ser só VIP


Ser só VIP

Na capa da revista

Ou na fala de um filme


Ser só VIP

Na tela do outdoor

Ou na cena de um clipe


Na cena de um clipe

Na cena de um clipe


Very Importante Person


Críticos toda hora

Acertos, trairagens

Coisa da imagem

De ser só VIP


Atritos toda hora

Erros, vaidades

Coisa da imagem

De ser só VIP


Ser só VIP

No programa da TV

Ou na festa de um hit


Ser só VIP

Na live com os fãs

Ou na venda de um kit


Na venda de um kit

Na venda de um kit


Very Important Person


Roupas toda hora

Calçados, repostagem

Coisa da imagem

De ser só VIP


Desafios toda hora

Estilos, reportagem

Coisa da imagem

De ser só VIP


Ser só VIP

No ato de uma peça

Ou na hora de um clique


Ser só VIP

No meio da partida

Ou na hora de um tique


Na hora de um tique

Na hora de um tique


Very Important Person


11. Ficará conosco?


Ficará conosco?

As medidas se chocam

Ficará conosco?

Os afetos se afastam


Ficará conosco?

As feridas se agravam

Ficará conosco?

Os conflitos se alastram


Ficará conosco?

As bebidas se trincam

Ficará conosco?

Os saberes se findam


Ficará conosco?

As torcidas se assolam

Ficará conosco?

Os desejos se trocam


Poucos ficarão


Ficará conosco?

Os espelhos se quebram

Ficará conosco?

Os coelhos se revelam


Ficará conosco?

Os conselhos se esquecem

Ficará conosco?

Os joelhos se enrijecem


Ficará conosco?

As cantigas se apagam

Ficará conosco?

As bexigas se estragam


Ficará conosco?

As urtigas são aceitas

Ficará conosco?

As fadigas são refeitas


Poucos ficarão


Pense em quem ficará contigo

Quando não existir respostas


Pense em quem ficará contigo

Quando não existir propostas


Pense em quem ficará contigo

Quando só existir momentos


Pense em quem ficará contigo

Quando só existir lamentos


Poucos pensarão


Ficará conosco?

Poucos importarão


12. A base também desaba


A base também desaba

Se o peso não for dividido

A base também desaba

Se o remorso não for conhecido


A base também desaba

Se o gênero não for debatido

A base também desaba

Se o respeito não for seguido


A base também desaba

Ao contrário do que muitos inventam


A base também desaba

Se o saber não for melhorado

A base também desaba

Se o tempo não for apontado


A base também desaba

Se o desprezo não for rechaçado

A base também desaba

Se o motivo não for estudado


A base também desaba

Ao contrário do que muitos comentam


A base da sociedade

Algo que afirmam escutar

Algo que poucos se importam

Algo que adoram separar


A base da sociedade

Algo que figuram resguardar

Algo que poucos auxiliam

Algo que demoram libertar


A base da sociedade também desaba

Ao contrário do que muitos ostentam


A base da sociedade

Algo que procuram limitar

Algo que poucos entendem

Algo que permitem maltratar


A base da sociedade

Algo que estimam atarefar

Algo que poucos se comovem

Algo que assistem definhar


A base da sociedade também desaba

Apesar do que muitos orientam


13. Não me adoecerão


As coisas que não retornei

As pessoas que não disfarcei

Não me adoecerão


Os erros que não reparei

Os medos que não contornei

Não me adoecerão


Os versos que não suportei

Os focos que não apurei

Não me adoecerão


As lacunas que não ocupei

As histórias que não reparei

Não me adoecerão


Ninguém irá me adoecer

Ainda que encontre o desespero


Ninguém irá me adoecer

Ainda que encontre a ignorância


As provas que não aprovei

As contas que não acertei

Não me adoecerão


Os brilhos que não procurei

Os egos que não instiguei

Não me adoecerão


Os votos que não confirmei

Os louros que não exaltei

Não me adoecerão


As entregas que não ordenei

As esperas que não reclamei

Não me adoecerão


Ninguém irá me adoecer

Ainda que encontre o desprezo


Ninguém irá me adoecer

Ainda que encontre a incerteza


E todos os sonhos?

E todos os enganos?

Não ajudarei a adoecer a todos!


E todos os caminhos?

E todos os debates?

Não ajudarei a adoecer a todos!


Não me adoecerão!

Não me adoecerão!


Não me adoecerão!

Não me adoecerão!


14. Esparsos e Reunidos


Os meus versos são diversos

Controversos, modestos

Universos que talvez exploram


Os meus versos são dispersos

Submersos, manifestos

Reversos que talvez afloram


São esparsos, reunidos

Atrevidos, honestos

Convencidos que talvez amolam


São esparsos, reunidos

Repetidos, indigestos

Ressentidos que talvez pioram


Temas que não aturam?

Ideias que não costuram?


Pessoas que não perduram?

Formas que não seguram?


Esparsos e Reunidos

Esparsos e Reunidos


Os meus versos são complexos

Imersos, protestos

Adversos que talvez imploram


Os meus versos são adversos

Emersos, infestos

Tranversos que talvez ignoram


São esparsos, reunidos

Recolhidos, congestos

Oprimidos que talvez apavoram


São esparsos, reunidos

Combatidos, funestos

Preferidos que talvez valoram


Dilemas que não acabam?

Críticas que não desabam?


Palavras que não exalam?

Tempos que não abalam?


Esparsos e Reunidos

Esparsos e Reunidos


São versos esparsos e reunidos

Versos que não tem obrigação


São versos esparsos e reunidos

Versos que contêm consciência


É proibida a reprodução desta obra sem a devida citação/menção do autor.


Todos os direitos reservados.

Reatar Essências - As bases de Felipe Prasino (2024). Obs:. 15° livro de Felipe Prasino.

Cor: Coral


Símbolo matemático: Colchetes


Temas: Divindade, chakras, desapego, lutas, antepassados, explicação, transcendência, eternidade, evolução, afluência, convergência, instrumentos sagrados, início, espíritos, reunião, essências

Data aproximada de escrita: agosto, setembro e outubro de 2024


1. Partes de Deus


Amon-Rá, te considero parte de Deus

Brahma, te considero parte de Deus

Iluminação, te considero parte de Deus


Zeus, te considero parte de Deus

Javé, te considero parte de Deus

Tupã, te considero parte de Deus


Pacha Mama, te considero parte de Deus

Olodumarê, te considero parte de Deus

Logos, te considero parte de Deus


Partes de Deus


Natureza, te considero parte de Deus

Ser humano, te considero parte de Deus

Absoluto, te considero parte de Deus


Arte, te considero parte de Deus

Essência, te considero parte de Deus

Infinito, te considero parte de Deus


Ciência, te considero parte de Deus

Amor, te considero parte de Deus

Fé, te considero parte de Deus


Partes de Deus


Vejo partes de Deus em tudo

Não posso limitar a compreensão divina

Vejo nas horas, nos sonos

Não posso ignorar os avisos da vida


Vejo partes de Deus em tudo

Não posso vangloriar o fanatismo

Vejo nas ideias, nas ações

Não posso ocultar os saldos do destino


Partes de Deus


Partes de Deus concebem preceitos

Os prismas mudam, mas a luz é a mesma

Partes de Deus ampliam conceitos

O importante é desfazer toda estranheza


Partes de Deus ajudam na elevação

As linhas ajudam, mas a vontade é pessoal

Partes de Deus reduzem a separação

É necessário rever todo vendaval


Partes de Deus


Partes de Deus, eu as entendo

Partes de Deus, eu as respeito

Partes de Deus, eu as estudo

Partes de Deus, eu as observo


Partes de Deus, eu as descrevo

Partes de Deus, eu as procuro

Partes de Deus, eu as estimo

Partes de Deus, eu as divulgo


Inteligência Suprema, te considero parte de Deus

Universo, te considero parte de Deus

Deus, te considero parte de Deus


Partes de Deus


2. Sete redemoinhos


Do topo da cabeça roda a consciência

Do centro dos olhos roda a lucidez

Do centro da garganta roda a expressão


Do centro do coração roda o amor

Do centro do tórax roda a força

Do centro reprodutivo roda a criatividade


Da base do cóccix roda a energia


Sete redemoinhos


Sete redemoinhos rodam continuamente

Rodam mesmo se não acreditarem

Sete redemoinhos modelam

Modelam mesmo se não concordarem


Sete redemoinhos mostram precisamente

Mostram mesmo se evitarem

Sete redemoinhos rogam

Rogam mesmo se bloquearem


Sete redemoinhos


Violeta roda conhecimento

Anil roda intuição

Azul roda inspiração


Verde roda compaixão

Amarelo roda personalidade

Laranja roda sociabilidade


Vermelho roda segurança


Sete redemoinhos


Sete redemoinhos revisam nitidamente

Revisam mesmo se não estudarem

Sete redemoinhos arquivam

Arquivam mesmo se não buscarem


Sete redemoinhos agitam totalmente

Agitam mesmo se disfarçarem

Sete redemoinhos validam

Validam mesmo se alinharem


Sete redemoinhos


Conheçamos os nossos redemoinhos!

Valorizemos os nosso redemoinhos!


Sete redemoinhos


3. Não se apegue a Matéria


A amizade da infância? Só lembranças!

A paixão da adolescência? Só loucuras!

O esboço da vida adulta? Só lamentações!


O amor não é encontrado? Só carências!

O poema não é aplaudido? Só correções!

A pessoa foi apagada? Só tristezas!


Não se apegue, isso não é seu

Não se apegue à Matéria


O esforço do trabalho? Só críticas!

A dúvida da evolução? Só brigas!

A espera da melhoria? Só mentiras!


A ajuda não é aumentada! Só faltas!

A coragem não é incentivada! Só aversões!

O poder foi combatido? Só ganâncias!


Não se apegue, isso não é seu

Não se apegue a Matéria


A Matéria é temporária

O Espírito, atemporal

A mudança é temerária

O engodo, trivial


A Matéria é limitada

O Espírito, colossal

A atitude é evitada

O ócio, desigual


Não se apegue, isso não é seu

Não se apegue à Matéria


A visão é parcial

A sabedoria, completa

A alegria é sazonal

A felicidade, desperta


A audição é pontual

A palavra, reticente

A ideia, contextual

A ação, estridente


Não se apegue, isso não é seu

Não se apegue a Matéria


Não se apegue com o que foi escrito, isso não é nosso

Não se apegue com o que foi destacado, isso não é nosso


Não se apegue, isso não é seu

Não se apegue à Matéria


4. As lutas estão terríveis


A luta entre a matéria e o espírito está terrível

Não evito, mas tento me sublimar

A fuga de mim foi um abismo

A busca da saída irá me esmiuçar


A luta entre o consciente e o inconsciente está terrível

Não evito, mas tento me estudar

A ideia de mim foi um tabu

A busca da reflexão irá me indicar


As lutas estão terríveis


Nasceu em um tempo de transição?

Rebateu um monte de opinião?

Escrever em um tempo de aceleração?

Viver em um pódio de decepção?


Atiçar os problemas do fundo?

Ressaltar os ritos do moribundo?

Desprezar as escolhas do segundo?

Arruinar as fortalezas do mundo?


As lutas estão terríveis


A luta entre o bem e o mal está terrível

Não evito, mas tento me proteger

O descaso de mim foi uma tolice

A busca da verdade irá me responder


A luta entre a vida e a morte está terrível

Não evito, mas tento não adoecer

O ódio de mim foi uma sandice

A busca da paciência irá me envolver


As lutas estão terríveis


As angústias estão terríveis

As lutas expandem, consomem

As angústias estão visíveis

As lutas revelam, protelam


As mentiras estão terríveis

As lutas agridem, dividem

As mentiras estão visíveis

As lutas derrubam, perturbam


As lutas estão terríveis


5. Antes de mim


Hindus, antes de mim

Judeus, antes de mim

Budistas, antes de mim

Zoroastristas, antes de mim


Essênios, antes de mim

Epicuritas, antes de mim

Cristãos, antes de mim

Taoístas, antes de mim


Antes de mim


Mulçumanos, antes de mim

Sufistas, antes de mim

Católicos, antes de mim

Protestantes, antes de mim


Rosacruzes, antes de mim

Deístas, antes de mim

Espíritas, antes de mim

Teosofistas, antes de mim


Antes de mim


Espiritualistas, antes de mim

Umbandistas, antes de mim

Candomblecistas, antes de mim

Hermetistas, antes de mim


Humanidade, antes de mim

Fraternidade, antes de mim

Espíritos, antes de mim

Essência, antes de mim


Antes de mim


Diversas filosofias existiram antes de mim

Muitas formas de conceber a divindade

Diversas poesias aludiram antes de mim

Muitas horas para entender a verdade


Diversos movimentos existiram antes de mim

Muitas formas de conhecer a espiritualidade

Diversos conhecimentos instruíram antes de mim

Muitas normas para escrever a sublimidade


Todos, antes de mim

Todos, depois de mim


6. Não poderei ficar aqui


Não poderei ficar aqui

Vão me abandonar

Buscarei mudar aqui

Vão te abandonar


Não poderei ficar aqui

Vão me questionar

Tentarei chorar aqui

Vão te questionar


Não poderei ficar aqui

Vão...


Ficaria onde tudo é instável?

Onde o sofrimento parece não acabar?

Ficaria onde o medo é desejável?

Onde o conhecimento parece desmoronar?


Ficaria onde tudo é complicado?

Onde a tristeza parece não esgotar?

Ficaria onde o ódio é incentivado?

Onde a proeza parece escassear?


Não poderei ficar aqui

Vão...


Eu quero transcender!

Aqui não quero ficar!

Eu quero outras vidas!

A ilusão não vai prosperar!


Eu quero compreender!

Aqui não quero focar!

Eu quero outros sonhos!

A opinião não vai religar!


Não poderei ficar aqui

Vão...


A ganância é aplaudida

O apodo continua arruinando

A ignorância é homicida

O lodo continua piorando


A iniquidade é ocultada

O nome continua imperando

A banalidade é renovada

A fome continua enganando


Não poderei ficar aqui

Vão...


Precisamos sair daqui!

Precisamos elevar aqui!


Não poderei ficar aqui

Vão...


7. Versos Transcendentes


Estes versos são transcendentes

Transcendem todas as questões materiais

Buscam o capítulo do futuro

Almejam as histórias coerentes


Estes versos são transcendentes

Transcendem todas as questões mundiais

Plantam a harmonia do convívio

Juntam as sociedades resistentes


Versos Transcendentes

Transcendam as repetições do globo

Versos Transcendentes

Transcendam os conceitos da humanidade


Versos Transcendentes

Transcendam as rimas da poesia

Versos Transcendentes

Transcendam as tintas da pintura


Esses versos são transcendentes

Transcendem todas as religiões milenares

Forjam o olhar do pensamento

Apuram as bases da alma


Esses versos são transcendentes

Transcendem todas as filosofias seculares

Comparam o benefício do estudo

Frisam as semelhanças das ideias


Versos Transcendentes

Transcendam as noções de espiritualidade

Versos transcendentes

Transcendam os efeitos da existência


Versos Transcendentes

Transcendam as horas de aflição

Versos transcendentes

Transcendam as voltas da inconstância


Versos Transcendentes

Transcendam as verdades parciais!

Versos Transcendentes

Transcendam as conversas triviais!


Versos Transcendentes

Transcendam os poderes temporais!

Versos Transcendentes

Transcendam os argumentos desiguais!


8. Somos eternos


Somos eternos

Vivos, mesmo no desenlace

Somos eternos

Ricos, mesmo no embaraço


Somos eternos

Pacientes, mesmo na omissão

Somos eternos

Conscientes, mesmo no disparate


Eternos, com os sonhos

As promessas ao voltar

Eternos, bem risonhos

As vontades de apurar


Eternos, com os zelos

Os reparos ao sorver

Eternos, bem modelos 

Os ensejos de colher


Somos eternos

Acompanhamos

Somos eternos

Acrescentamos


Somos eternos

Gratos, mesmo na afliação

Somos eternos

Extratos, mesmo na rispidez


Somos eternos

Artistas, mesmo na algazarra

Somos eternos

Otimistas, mesmo na divisão


Eternos, com as escolhas

As atenções ao comentar

Eternos, com as folhas

As maneiras de cultivar


Eternos, com as tentativas

Os motivos ao responder 

Eternos, com as missivas

Os sentidos de percorrer


Somos eternos

Colaboramos

Somos eternos

Coordenamos


9. Ser em evolução


Quantas vezes tenho que lembrar?

Você é um ser em evolução

Todo fardo para encarar?

Sou um ser em evolução


Quantas vezes tenho que começar?

Sou um ser em evolução

Todo fardo para analisar?

Você é um ser em evolução


Ser em evolução


Ser em evolução

Que erra, chora, incomoda

Que procura entender a multidão


Ser em evolução

Que ama, implora, amola

Que procura suportar a ingratidão


Ser em evolução


Quantas vezes te critiquei?

Você é um ser em evolução

Sempre indo para desabar?

Sou um ser em evolução


Quantas vezes me amparei?

Sou um ser em evolução

Sempre indo para confrontar?

Você é um ser em evolução?


Ser em evolução


Ser em evolução

Que hesita, aproxima, magoa

Que busca chamar a atenção


Ser em evolução

Que afasta, tagarela, inspira

Que busca ocultar a solidão


Ser em evolução


Focando em coisas interessantes

Ser em evolução


Focando em coisas importantes 

Ser em evolução


10. Afluência, Confluência


As ideias afluem na minha mente

Convergem para os versos que eu escrevo

A inspiração não vem de forma recorrente

Meu limite se amolda ao meu desejo


As vidas afluem na minha mente

Convergem para os assuntos que eu pelejo

A dúvida não vem de forma consciente

Meu espírito se alarga ao meu relevo


Afluência, Convergência


Talvez não saiba os detalhes da Física

E muito menos as nuances da Biologia

Mas sei que a força sempre flui

Independentemente dos temores


Talvez não saiba as riquezas da Poesia

E muito menos as técnicas da Música

Mas sei que a mudança sempre fala

Independentemente das ignorâncias


Afluência, Convergência


Não conseguirei escrever, cantar tudo

Mas sei que é preciso me dedicar

Eu preciso comentar a interpretação

Não posso me abster do essencial


Não conseguirei explicar, mudar tudo

Mas sei que é preciso me preparar

Eu preciso aprimorar a comunicação

Não posso me convencer do trivial  


Afluência, Convergência


Sejam águas, palavras

Tudo aflui, converge

É indicado dedicar atenção


Sejam fases, espaços

Tudo diluí, repete

É indicado procurar conexão


Afluência, Convergência


Natureza, Qualidade

Afluência, Convergência


Pureza, Eternidade

Afluência, Convergência


11. Linguagens divinas (Os sons de Deus)


Sânscrito, Grego

Latim, Iorubá

Aramaico, Chinês

Árabe, Persa


Francês, Tupi

Português, Fon

Inglês, Guarani

Quíchua, Polinésio


Linguagens divinas

(Os sons de Deus)


Atabaques, órgãos

Flautas, violinos

Harpas, trombetas

Sinos, chocalhos


Conchas, apitos

Poemas, canções

Peças, juramentos

Danças, avisos


Linguagens divinas

(Os sons de Deus)


Escutem o silêncio

Analisem o tom

Procurem o vento

Vigiem o discurso


Apreciem a nota

Multipliquem a harmonia

Sustentem a palavra

Respeitem a voz


Linguagens divinas

(Os sons de Deus)


Coros, solos

Recitais, saraus

Monólogos, preces

Diálogos, parábolas


Pregações, rodas

Chamados, profecias

Rituais, declarações

Passos, filmes


Linguagens divinas

(Os sons de Deus)


12. Voltaremos ao ponto inicial


Voltaremos ao ponto inicial


Voltaremos ao ponto inicial

Onde a morte não vai atingir

Voltaremos ao ponto essencial

Onde a vida não vai agredir


Voltaremos ao ponto inicial

Onde o medo não vai produzir

Voltaremos ao ponto fraternal

Onde o ócio não vai existir


O ponto inicial

Onipotente

Onisciente

Onipresente


O ponto inicial

Eternidade

Bondade

Verdade


Voltaremos ao ponto inicial

Onde a ideia não vai divergir

Voltaremos ao ponto autoral

Onde a obra não vai destruir


Voltaremos ao ponto inicial

Onde o ódio não vai eclodir

Voltaremos ao ponto universal

Onde o cobre não vai conduzir


O ponto inicial

Amor

Sabedoria

Inspiração


O ponto inicial

Tolerância

Instrução

Dignidade


Poderemos voltar!

Não teremos confusões!


Poderemos voltar!

Não teremos omissões!


Voltaremos ao ponto inicial


13. Poema para os Espíritos


Este poema não precisa agradar ninguém

Vocês superaram as convenções humanas

Quero agradecer a ajuda de vocês

Sei que tenho que me dedicar


Este poema não precisa chatear ninguém

Vocês superaram os orgulhos mundanos

Quero destacar a esperança de vocês

Sei que tenho que acreditar


Poema para os espíritos


Este poema não precisa maltratar ninguém

Vocês superaram os poderes humanos

Quero destacar a alegria de vocês

Sei que tenho que me alegrar


Este poema não precisa ocultar ninguém

Vocês superaram as ilusões mundanas

Quero agradecer a sabedoria de vocês

Sei que tenho que saber


Poema para os espíritos


A vida se torna nítida

O valor da morte é esquecido

Procuramos a elevação


A verdade se torna meta

O sabor da briga é dissolvido

Encontramos a harmonia


Poema para os espíritos


O amor se torna caminho

O andar do tempo é examinado

Requeremos a razão


A divindade se torna morada

O falar do medo é rechaçado

Recebemos a justiça


Espíritos, por favor, recebam esse simples poema


Espíritos, por favor, recebam esse sincero poema


Poema para os espíritos


14. Reatar essências


Reatar Essências

Reatar Essências


Houve um medo

A essência se perdeu

A busca se tornou errada

A essência enfraqueceu


Houve um desleixo

A essência se perdeu

A ajuda se tornou errada

A essência entristeceu


Houve uma guerra

A essência se perdeu

A paz se tornou errada

A essência excedeu


Houve uma mentira

A essência se perdeu

A verdade se tornou errada

A essência encolheu


Tudo necessário aconteceu

A essência se mostrou


Tudo alarmante aconteceu 

A essência se mostrou


Deuses potenciais

Seres em eterna evolução

Moradas siderais

A matéria em dispersão


Retornos adversos

Jornadas em antiga repetição

Caminhos submersos

A alma em purificação


Experiências comoventes

Modos em eterna avaliação

Projetos abrangentes

A raiva em dissolução


Descobertas singulares

Ideias em antiga indagação

Saberes basilares

A estima em multiplicação


Tudo está acontecendo rapidamente

A essência está se mostrando


Tudo está acontecendo nitidamente

A essência está se mostrando


Reatar Essências

Oração, meditação

Ação, reparação


Reatar Essências

Instrução, preparação

Motivação, reunião


Reatar Essências

Lembretes, mensagens

Verbetes, coragens


Reatar Essências

Saberes, paragens

Deveres, viagens


Tudo acontecerá no lugar propício

A essência será mostrada


Tudo acontecerá no ciclo propício

A essência será mostrada


Reatar Essências

Reatar Essências


É proibida a reprodução desta obra sem a devida citação/menção do autor.


Todos os direitos reservados


sexta-feira, 16 de agosto de 2024

A Era dos Reajustes - As observações de Felipe Prasino (2024). Obs:. 14° livro de Felipe Prasino.

Cor: Branca


Símbolo matemático: Chaves


Temas: Interesse, voz, limite, preparação, condição, decepção, aparência, aventura, escolha, indagação, advertência, ação, reajustes


Data aproximada de escrita: julho e agosto de 2024


1. O pedaço que agrada


O pedaço que agrada

Pula tudo o que importa

Esconde o lado mais bonito

Mostra ao próximo o que deplora


O pedaço que agrada

Joga fora o que espanta

Esconde o lado mais sublime

Mostra ao próximo o que arranca


Esquece, ou faz questão de esquecer

Existem dois lados, duas bases

Existem respeitos a esmaecer


Repele, ou faz questão de repelir

Reúnem dois fardos, duas fases

Reúnem direitos a resistir


O pedaço que agrada

Não confere o escrutínio

A força que desaba

Não concebe o extermínio


O pedaço que agrada

Não impele a renovação 

A natureza que degrada

Não ingere a reprovação


Escrevo, ou faço questão de escrever

Envio dois bardos, dois carismas

Envio romances a escolher


Canto, ou faço questão de cantar

Cavo dois brados, dois prismas

Cavo histórias a reconsiderar


O pedaço que importa

Vai cair por ter mentido

Jogou fora a confiança

Vai sofrer por ter omitido


O pedaço que importa


Vai cair por ser questionado

Pulou fora a temperança

Vai sofrer por ter manipulado


O pedaço que agrada

E agradou

Não agradará sozinho


O pedaço que agrada

E agradou

Não definirá caminho


2. Só falarei... (Não consigo)


Agora só falarei o trivial

Tomar um lado me trouxe problema

Esquecerei o mundo tão desigual

Confrontar não burlou o sistema


Agora só falarei a futilidade

Estudar o fato me trouxe dilema

Descansarei a mente em saudade

Lamentar não derrubou o esquema


Só falarei...

Não consigo

Só falarei...

Não consigo


Não consigo desver a desigualdade

A crueldade cometida desde muito tempo

Não consigo desver a cumplicidade

A humildade ignorada desde muito evento


Gênero que se impôs a custa do outro

Vida repressora como sinal de desgosto

A imprudência sendo validade por um lado

Vida privativa como sinal de imposto


Liberdade que se trilhou a custa da outra

Vida cansativa como sinal de aprovação

A angústia sendo incentivada por um lado

Vida supressora como sinal de redenção


Só falarei o que quero alterar

Malgrado a posição que me defronta

Sei que tenho muito a remexer

Malgrado a situação que me remonta


Só falarei o que quero indicar

Malgrado a limitação que me avança

Sei que tenho muito a conceber

Malgrado a inspiração que me balança


Medo que se criou, alegando proteção

Trauma que se fincou, alegando reputação

Ódio que se alastrou, alegando distinção

Ensino que se evitou, alegando rebelião


Casamento que se arranjou, alegando companhia

Felicidade que se enterrou, alegando histeria

Posse que se retirou, alegando mentoria

Vida que se travou, alegando alegria


Só falarei...

Não consigo

Só falarei...

Não consigo


3. O limite em ceder


Exaustão

Apagamento

Confusão

Isolamento


Imposição

Afobamento

Decepção

Sofrimento


O limite em ceder

Quanto poderei diminuir?

A rotina de sorver

Quanto poderei garantir?


O limite em ceder

Quanto poderei recuperar?

A fadiga de prever

Quanto poderei sustentar?


O desprezo em não perceber

O esforço pra não demolir

O perigo em não entender

O cuidado pra não afligir


O descaso em não precaver

O pedido pra não explodir

O barulho em não acolher

O jeito pra não ressentir


Quem estudará o limite?

Quem estudará o ceder?

Se uma parte sempre suporta tudo

Quando a outra irá receber?


Quem estudará a necessidade?

Quem praticará o ceder?

Se uma parte sempre aproveita tudo

Quando a outra irá devolver?


Ceder

Sem ofender sua condição

Ceder

Sem exaltar sua posição


Ceder

Sem fixar seu pensamento

Ceder

Sem remover seu sentimento


O limite em ceder


4. Preparação


Quatro anos me dediquei

Os poemas são as minhas indagações

Houve vezes que repensei

As respostas são as minhas sugestões


Várias linhas escreverei

Os problemas são as minhas reparações

Houve perdas que lastimei

As lições são as minhas depurações


Preparação


Questiono frequentemente

Porque continuar o ofício de escrever?

O vazio será preenchido escrevendo?

E quando eu não conseguir discorrer?


Sofro conscientemente

Porque trilhar o caminho de procurar?

O saber será alcançado procurando?

E quando eu não conseguir encontrar?


Preparação


Quantos séculos me desviei

Os delírios são as minhas provações

Houve vezes que fraquejei

As quedas são as minhas punições


Vários livros meditarei

Os conceitos são as minhas expansões

Houve vezes que hesitei

As lacunas sãos as minhas motivações


Preparação


A igualdade que eu almejei

A rima que eu conquistei

O respeito que eu lapidei

O descaso que eu indiquei


A valorização que eu levantei

A beleza que eu transmutei

O reajuste que eu amparei

O período que eu informei


Preparação


5. Condição


Reafirmo, cravo o pé

Minha condição não é sortilégio

Realizo, chamo a fé

Minha condição não traz privilégio


Desconfio, cravo o pé

Minha condição não é império

Desafio, chamo a fé

Minha condição não traz mistério


Mentalizo, cravo o pé

Minha condição não é dispensa

Medianizo, chamo a fé

Minha condição não traz ofensa


Reescuto, cravo o pé

Minha condição não é licença

Refuto, chamo a fé

Minha condição não traz doença


Condição


O gênero que não é respeitado

É preciso gritar?

O caminho que é desprezado

É preciso gritar?


A ignorância que é continuada?

É preciso gritar?

A orientação que é atacada?

É preciso gritar?


O sexo que é estimado?

É preciso gritar?

O medo que é incitado?

É preciso gritar?


A luta que é zombada?

É preciso gritar?

A vida que é dizimada

É preciso gritar?


Condição não é limite

Sexualidade não é limite

Religião não é limite

Arte não é limite


Política não é limite

Sociedade não é limite

Ciência não é limite

Opinião não é limite


Não deixe te maltratar!

Não deixe te apagar!

Não deixe te governar!

Não deixe te arruinar!


Não se limite!

Não se limite!

Não deixe te limitar!

Não deixe te limitar!


Condição


6. Ainda gostará de mim?


Ainda gostará de mim?

Quando apontar as ruínas?

Quando desgastar a sociedade?

Quando refazer as gravuras?

Quando incomodar a maldade?


Ainda gostará de mim?

Quando desagradar as criaturas?

Quando esquecer a utilidade?

Quando remover as falhas?

Quando apurar a felicidade?


A sexualidade será estudada, respeitada

A empatia será incentivada, valorizada

A ignorância será abandonada, evitada

A harmonia será retomada, desejada


A existência será ponderada, melhorada

A igualdade será encontrada, almejada

A mentira será condenada, rechaçada

A busca será aguçada, orientada


Ainda gostará de mim?

Quando o reajuste terminar?

Ainda gostará de mim?

Quando a ira abrandar?


Ainda gostará de mim?

Quando o respeito começar?

Ainda gostará de mim?

Quando a discórdia revidar?


Talentos são diferentes

Escolhas deveriam florescer

Preconceitos são controversos

Multidões deveriam conhecer


Medos são enganosos

Ideias deveriam construir

Conflitos são horrorosos

Uniões deveriam instruir


Ainda gostará de mim?

Quando tudo for falado?

Ainda gostará de mim?

Quando tudo for lembrado?


Ainda gostará de mim?

Quando tudo for guardado?

Ainda gostará de mim?

Quando tudo for mudado?


7. Nada segura (O vazio da aparência)


Olho pra você

Não tenho nada pra dizer

Você olha pra mim

Não tenho nada pra contar


Pergunto pra você

Não tenho nada pra rever

Você pergunta pra mim

Não tenho nada pra somar


Nada segura

Se a superfície desabar

Se é complexo perdura

Até o mistério decifrar


Nada segura

Se a imagem engessar

Se é esbelto costura

Até o manto depurar


Nada segura

(O vazio da aparência)


Sua masculinidade forçada

Ninguém atura

Sua feminilidade forjada

Ninguém atura


Sua integridade forçada

Ninguém atura

Sua moralidade forjada

Ninguém atura


O vazio da aparência

Não pode mais apoiar

O poder que é cesura

Não pode mais saciar


O vazio da aparência

Não pode mais afastar

O prazer que é loucura 

Não pode mais simular


Nada segura

(O vazio da aparência)


8. Minhas andanças


Minhas andanças me afastaram de você

Eu não poderia apoiar a desigualdade

Minhas lembranças me alertaram de você

Eu não poderia suportar a fragilidade


Minhas andanças me afastaram de você

Eu não poderia ajudar a insensatez

Minhas cobranças me livraram de você

Eu não poderia imaginar a mesquinhez


Minhas andanças


A fraqueza é um terreno perigoso

Pisei em solos que poderiam me ceifar

O desgosto é um remédio doloroso

Tomei em goles que deveriam me curar


A independência é um voo belicoso

Respirei em ares que poderiam me lograr

O aprimoramento é um meio laborioso

Trabalhei em feitos que deveriam me lavar

Minhas andanças


Andanças que mostraram o vazio

A tranquilidade que ainda não atingi

Andanças que chamaram desafio

O conhecimento que ainda não refleti


Andanças que moldaram o caminho

A hesitação que ainda não resolvi

Andanças que ajeitaram o desalinho

O entendimento que ainda não acolhi


Minhas andanças


Andanças confrontam divisões

Os focos que são letais

Andanças confrontam imitações

As brigas que são banais


Andanças confrontam multidões

Os medos que são mentais

Andanças confrontam omissões

As vigas que são centrais


Minhas andanças


9. Por que, Feminino?


A repressão te limitou

A mancha foi ter te ignorado

O ódio te isolou

O golpe foi ter te arruinado


A ignorância te condenou

A traição foi ter te expulsado

O temor te apagou

O erro foi ter te assustado


Porque, Feminino?


Por que, Feminino?

Você foi tão desprezado?

Tão demonizado?


Por que, Feminino?

Você não foi estudado?

Não foi valorizado?


Por que, Feminino?

Você é tão vigiado?

Tão controlado?


Por que, Feminino?

Você não é respeitado?

Não é incentivado?


Por que, Feminino?


Você é muito cobrado

Os críticos te chamam de vitimista

Você é muito anulado

Os leigos te chamam de feminista


Você é muito previdente

Os machistas te acusam de privilégios

Você é muito consciente

Os moralistas te acusam de sortilégios


Por que, Feminino?


Masculino, reconhecerá a produção do Feminino?

Masculino, reconhecerá a estima pelo Feminino?


Masculino, reconhecerá a relevância do Feminino?

Masculino, reconhecerá a admiração pelo Feminino?


Por que, Feminino?


10. Evito gente alienada (Sou alienado?)


Evito gente alienada

Que não enxergam a própria condição

Que tem desprezo pela situação

Que só pensa nos próprios problemas


Evito gente alienada

Que não ajudam a conhecida multidão

Que tem fascínio pela rebelião

Que só grita pelos antigos dilemas


Evito gente alienada


Perdi meu tempo com gente alienada

Foi um erro que paguei alto preço

Me ignoram no virtual e na rua

Ampará-los me causou só tropeço


Perdi meu tempo com gente alienada

Foi um desgosto que recebi espinho

Me odiaram no sol e na lua

Estimá-los me legou só desalinho


Evito gente alienada


Alienados e alienados, se estudem!

Não veem que a vossa alienação atrapalha o mundo?

Não veem que a exaltação geral não dura um segundo?

Não veem que o desvio não mostra tudo?


Alienados e alienadas, se estudem!

Não veem que a vossa alienação impede a apuração da humanidade?

Não veem que a renovação total estraçalha a maldade?

Não veem que o vazio não ensina tudo?


Evito gente alienada


Sou alienado? Contribuo para alienação?

Quais impressões são alienadas?

Quais produções são alienadas?

Quais observações são alienadas?


Sou alienado? Contribuo para alienação?

Quais hesitações são alienadas?

Quais informações são alienadas?

Quais reflexões são alienadas?


Evito gente alienada


11. Não, não vão!


Zombaram de você

O que dizia é sem sentido?

Não!


Cansaram de você

O que vivia é sem sentido?

Não!


Roubaram de você

O que queria é sem sentido?

Não!


Ocultaram de você 

O que sabia é sem sentido?

Não!


Não vão zombar, não!

Já tentaram me calar

Não!


Não vão cansar, não!

Já tentaram me julgar

Não!


Não vão roubar, não!

Já tentaram me vetar

Não!


Não vão ocultar, não!

Já tentaram me matar

Não!


Não, não vão!


Não adoeçam mais!

Reformem o viver!

Não atrapalhem mais!

Instruam o poder!


Não ofendam mais!

Rejeitem a divisão!

Não estraguem mais!

Destruam a opressão!


Será que vão?


12. A Era dos Reajustes


Meu amor, estamos na Era dos Reajustes

Não endossaremos banalidades


A Era dos Reajustes

A mulher deverá viver

O erro que nos desune

Irá se arrepender


A Era dos Reajustes

O homem deverá respeitar

A ideia que nos assume

Irá se aprimorar


A Era dos Reajustes

A mulher deverá prosperar

O cuidado que nos habita

Irá reaproximar


A Era dos Reajustes

O homem deverá entender

A divisão que nos limita

Irá desaparecer


Pessoas, essa é a Era dos Reajustes!

Pessoas, não queremos mais embustes!


Pessoas, essa é a Era dos Reajustes!

Pessoas, não queremos mais abutres!


Mulheres, sejam as donas de todas as eras!

Mulheres, sejam as donas! Percebam as esperas!


Mulheres, sejam as donas de todas as eras!

Mulheres, sejam as donas! Percebam as esferas!


A Era dos Reajustes é agora!

Vamos aprender com a era!


A Era dos Reajustes é agora

Vamos escrever com a era!


Meu amor, estamos na Era dos Reajustes

Não endossaremos atrocidades


É proibida a reprodução desta obra sem a devida citação/menção do autor.


Todos os direitos reservados

Nomes e Vidas - As existências de Felipe Prasino (2024). Obs:. 13° livro de Felipe Prasino.

Cor: Bronze


Símbolo matemático: Expoente


Temas: Arquétipos, alter-egos, reencarnação, regressão, diásporas


Data aproximada de escrita: maio e junho de 2024


1. Próspero (Fábio)


Fábio

Revisor das lacunas

Agricultor de pensamentos

Comprovador das mudanças


Fábio

Admirador das tragédias

Leitor dos pergaminhos

Divulgador das memórias


Fábio

Seu trabalho é historiar

Analisar a História do povo do Lácio


Fábio

Sua ascendência é grega e romana

Escreva a prosperidade do saber latino


Prospero é o seu trabalho

Próspero é o seu interesse


Próspero é o seu tributo

Próspero é o seu legado


Da Antiguidade a Pós-Modernidade

Do Império Romano a Itália

Seu escritos ressoam

Malgrado as batalhas


Das ruínas aos museus

Das epopeias aos romances

Seus trabalhos persistem

Malgrado os discordantes


Analisou estátuas, caminhos

Investigou fatos, desatinos

Permitiu a continuação da cultura

Informou o jogo da política


Avaliou mapas, histórias

Confrontou relatos, memórias

Incentivou a busca por moderação

Recomendou o estudo da filosofia


Flávio

Plante feijões

Plante invenções

Tudo o que você conseguir


Flávio

Mostre opções

Mostre explorações

Tudo o que você inquirir


2. Prudente (Faruk)


Faruk

Defensor da razão

Professor das virtudes

Explorador dos conceito


Faruk

Apoiador do respeito

Mediador dos conflitos

Pacificador dos ódios


Faruk

Seu trabalho é filosofar

Meditar a Filosofia do povo do Nilo


Faruk

Sua ascendência é diversa

Inspire o saber egípcio e árabe


Prudente é o seu julgamento

Prudente é o seu compromisso


Prudente é o seu prestígio

Prudente é o seu discernimento


Da Núbia ao Levante

De Kemet ao Império Otomano

Seus conselhos ajudam

Malgrado as impurezas


Das civilizações as colonizações

Das invenções as replicações

Seus conselhos perduram

Malgrado as durezas


Apontou ilusões, erros

Desvendou mentiras, opiniões

Validou a construção de escolas

Fundamentou a necessidade de refletir


Ensinou símbolos, métodos

Relembrou escritos, biografias

Ampliou a noção de justiça

Dissipou o medo da ignorância


Faruk

Exale prudências

Exale inteligências

Tudo o que você conceber


Faruk

Viva a essência

Viva a coerência

Tudo o que você discorrer


3. Elegante (Loran)


Loran

Admirador da arte

Escultor dos diálogos

Compositor dos sonetos


Loran

Construtor dos romances

Entregador dos contos

Fomentador das peças


Loran

Seu trabalho é escrever

Escrever a literatura do povo de Magno


Loran

Sua ascendência é suíça e belga

Divulgue as crônicas do povo franco


Elegante é o seu apontamento

Elegante é o seu incentivo


Elegante é o seu capricho

Elegante é o seu recolhimento


Da Gália a República Francesa

Dos francos aos franceses

Seus ornamentos cintilam

Apesar da revoluções


Do Iluminismo ao Positivismo

Dos poetas aos cientistas

Seus pensamentos motivam

Apesar das demolições


Escreveu discursos, fábulas

Rompeu tradições, regimes

Ergueu liberdades, ideais

Remeteu ensaios, tratados


Promoveu estilos, lembranças

Concedeu bases, abordagens 

Escolheu testes, argumentos

Preencheu atos, mentalidades


Loran

Entalhe sugestões

Entalhe divagações

Tudo o que você encontrar


Loran

Trace referências

Trace experiências

Tudo o que você refinar


4. Complemento (Giuseppe)


Giuseppe

Apreciador da natureza

Conhecedor da matéria

Observador dos fenômenos


Giuseppe

Criador da ciência

Forjador da prática

Inventor dos procedimentos


Giuseppe

Seu trabalho é testar

Testar a Física do povo da Itália


Giuseppe

Sua ascendência é italiana, portuguesa e espanhola

Experimente as descobertas da Península


Complemento é o seu auxílio

Complemento é o seu roteiro

Complemento é o seu apreço

Complemento é o seu critério


De Ítala a Itália

Dos etruscos aos italianos

Seus saberes documentam

Apesar dos inovadores


Da unificação a imigração

Das províncias a federação

Seus saberes fundamentam

Apesar dos competidores


Costurou teorias, movimentos

Revisou livros, pesquisas

Alertou problemas, doenças

Elaborou instrumentos, protocolos


Provocou convicções, máximas

Verificou linhas, pareceres

Traçou hipóteses, estruturas

Combinou modelos, elementos


Giuseppe

Mova talentos

Mova elementos

Tudo o que você classificar


Giuseppe

Projete energias

Projete melhorias

Tudo o que você esmiuçar


5. As identidades mudam


Os amores que tive não vem atrás

Os lugares que vivi não fascinam mais

As histórias que sonhei não fazem abrigo

Os temas que versei não fazem ruído


As buscas que tive não provocam mais

Os medos que vivi não vem atrás

As ilhas que almejei não formam retiro

As horas que dediquei não mostram auxílio


As identidades mudam conforme os interesses

O que era passado não limita o futuro

Se eu largar tudo aquilo que eu fui?

Se eu mudar estarei mais seguro?


As identidades mudam conforme as existências

O que errei não impedirá as provações

Se eu analisar tudo aquilo que eu fiz?

Se eu focar afastarei as ilusões?


As brigas que tive não me provocam mais

Os louros que recebi não vem atrás

As revoltas que tramei não mostram legados

As besteiras que esbocei não formam extratos


As identidades mudam conforme as tendências

O que era esquecido não limita a pesquisa

Se eu largar a certeza que eu inventei?

Se eu protestar atiçarei a intriga?


As identidades mudam conforme as migrações

O que revisei não impedirá as objeções

Se eu comentar a ideia que eu encontrei?

Se eu resgatar as formas de conexões?


As identidades mudam conforme tempos

Regressões, reencarnações

Arquétipos, alter-egos


As identidades mudam conforme espaços

Diásporas, metáforas

Lados, fardos


As identidades mudam


6. Meus outros nomes (Minhas outras vidas)


Meu outros nomes

Minhas outras vidas

Minhas outras pontes

As despedidas


Meu outros nomes

Minhas outras pistas

Minha outras fontes

As recaídas


Outros nomes que eu tive

Antes de estar assim

Antes de botar pra fora

O incômodo que há em mim


Outros nomes que eu tive

Outros apreços e afetos

Antes de tentar romper

Os sonhos tão desertos


Outros nomes que eu tive

Antes de ser intermitente

Antes de desamargar

O coração é que é carente


Outros nomes que eu tive

Antes dos melhores dias

Antes de pensar e recolher

As escolhas tão vazias


Outros nomes que eu tive

Antes dos meus retrospectos

Antes de por na mesa e julgar

Os meu atos incorretos


Outros nomes que eu tive

Antes dos vários devaneios

Antes de mostrar o calcanhar

Aos olhares alheios


Outros nomes que eu tive

Antes das muitas vistas

Antes de expandir e expressar

Os interesses dos artistas


Outros nomes que eu tive

Antes dos tristes colapsos 

Antes de pensar e escrever

Os motivos dos fracassos


Meus outros nomes

Minhas outras vidas

Meus outros montes

As sacudidas


Meus outros nomes

Minhas outras vidas

Meus outros frontes

As retraídas


7. Difusões


Ao longo dos séculos me evitei

Permiti que a esperança se afastasse

Ao longo das quedas me definhei

Consenti que a maldade se instalasse


Ao longo dos séculos me odiei 

Reparti a família que era necessária

Ao longo das falhas me limitei

Convergi a força que era temporária


Difusões


Ao longo das vidas me questionei

Permiti que a mudança se mostrasse

Ao longo dos laços me motivei

Consenti que a bondade me inspirasse


Ao longo das vidas me encontrei

Reparti a ajuda que era habitual

Ao longo dos feitos me melhorei

Convergi a estima que era natural


Difusões


As quedas

As falhas

Não me impediram


Os laços 

Os feitos

Só me somaram


A família

A esperança

Só me instruíram


A ajuda

A estima

Não me amolaram


Os séculos

As vidas

Só me expandiram


Os séculos

As vidas

Não me pararam


Difusões


8. Nomes e Vidas


As vidas me convocam a querer

Os ângulos que ainda não vivi

Expandir é remover, entender

Os orgulhos que ainda não perdi


Os nomes me exortam a sofrer

Os medos que ainda não medi

Acudir é preparar, completar

Os hiatos que ainda não enchi


Nomes e Vidas

Fardos e calos

Pessoas resilientes

Altos contrastes


Nomes e Vidas

Terras e guerras

Forças persistentes

Altos desastres


As páginas me convocam a escrever

Os textos que ainda não produzi

Instruir é fortalecer, requerer

As virtudes que ainda não consegui


As telas me exortam a coser

As formas que ainda não tingi

Progredir é erguer, responder

As promessas que ainda não cumpri


Nomes e Vidas

Violências e decadências

Espíritos inconsequentes

Altos combates


Nomes e Vidas

Arquivos e motivos

Guias eminentes

Altos debates


Os tempos me convocam a partilhar

Servir


As ideias me exortam a perguntar

Seguir


Nomes e Vidas


9. Mensageira (Angélica)


Angélica

Mensageira das inteligências

Carteira da renovação

Parceira da cautela


Angélica

Escudeira das ponderações

Arqueira da natureza

Herdeira da gentileza


Angélica

Seu trabalho é transportar

Levar a Mensagem dos povos jê


Angélica

Sua ascendência é diversa

Informe o viver tupi e guarani


Mensageira é a sua entrada

Mensageira é a sua conversa


Mensageira é sua linguagem

Mensageira é a sua jornada


De Pindorama ao Brasil

Dos rios aos litorais

Seus tesouros transcendem

Apesar dos imorais


Da comunidade a metrópole

Das festas aos festivais

Seus reparos acolhem

Apesar dos tribunais


Enveredou estradas, memórias

Citou músicas, acontecimentos

Respeitou ancestrais, plantas

Curou mazelas, deserções


Aconselhou passos, escolhas

Cravou sementes, aspirações

Ligou imagens, culturas

Comentou distâncias, regiões


Angélica

Respire primores

Respire valores

Tudo o que você confirmar


Angélica

Valorize canais

Valorize sinais

Tudo o que você propagar


10. Permanente (Killara)


Killara

Administradora dos costumes

Zeladora das trajetórias

Portadora das convicções


Killara

Contadora dos relatos

Protetora das sociedades

Organizadora das informações


Killara

Seu trabalho é preservar

Cuidar das obras dos povos oceânicos


Killara

Sua ascendência é diversa

Guarde o dever aborígene e polinésio


Permanente é a sua procura

Permanente é a sua dedicação


Permanente é a sua luta

Permanente é a sua postura


De Uluru a Austrália

Dos desertos aos oceanos

Seus cuidados promovem 

Apesar dos insanos


Da federação a comunidade

Dos nativos aos australianos 

Seus afetos comovem

Apesar dos profanos


Questionou personagens, notícias

Formulou exposições, tecnologias

Acompanhou descobertas, coleções

Preparou museus, exposições


Treinou profissionais, ajudantes

Revelou falsidades, exageros

Solicitou proteções, recursos

Ajudou colegas, viajantes


Killara

Guarde artefatos

Guarde distratos

Tudo o que você ajuntar


Killara

Convoque reflexões

Convoque aceitações

Tudo o que você propagar


11. Guerreira (Nsona)


Nsona

Flautista das épocas

Corista das nações

Pianista das auras


Nsona

Harpista das emoções

Jurista das críticas

Florista das almas


Nsona

Seu trabalho é tocar

Soar as notas dos povos africanos


Nsona

Sua ascendência é diversa

Sopre os sons congoleses e beninenses


Guerreira é a sua partitura

Guerreira é a sua música


Guerreira é a sua habilidade

Guerreira é a sua figura


De Benim ao Congo

Dos africanos aos europeus

Seus arranjos transbordam

Apesar dos liceus


Da tradição a novidade

Dos ricos aos prebleus

Seus afetos concordam

Apesar dos apogeus


Planejou concertos, saraus

Destacou apresentações, hinos

Melhorou sinfonias, minuetos

Adornou compassos, tempos


Estipulou notas, escalas

Considerou atos, intervalos

Orientou maestros, orquestras

Misturou instrumentos, acordes


Nsona

Comova multidões

Comova reparações

Tudo o que você alinhar


Nsona

Aproxime empatias

Aproxime cantorias

Tudo o que você esmerar


12. Fraterna (Cendira)


Cendira

Desenhista das intenções

Paisagista das bençãos

Estilista das coragens


Cendira

Arquivista das belezas

Copista das feições

Retratista das índoles


Cendira

Seu trabalho é desenhar

Esboçar as estruturas do povo brasileiro


Cendira

Sua ascendência é diversa e brasileira

Meça as lutas de todos os continentes


Fraterna é a sua competência

Fraterna é a sua técnica


Fraterna é a sua atenção

Fraterna é a sua influência


Do lápis ao pincel

Da folha ao digital

Seus riscos superam

Apesar do espiral


Do mote a inspiração

Da exuberância ao trivial

Seus esforços nivelam

Apesar do desigual


Ilustrou jornais, revistas

Contornou rostos, horizontes

Adornou tons, fragmentos

Emendou cenários, brilhos


Encaminhou cores, pontos

Considerou olhares, tendências

Acentuou diferenças, proporções

Indicou espaços, gêneros


Cendira

Lance amizades

Lance qualidades

Tudo o que você dedicar


Cendira

Consiga proezas

Consiga sutilezas

Tudo o que você melhorar


É proibida a reprodução desta obra sem a devida citação/menção do autor.


Todos os direitos reservados.




quinta-feira, 18 de abril de 2024

Rompem-se as insistentes mentiras - As buscas de Felipe Prasino (2024). Obs:. 11° livro de Felipe Prasino.

Cor: Dourado

Símbolo matemático: Implicação

Temas: Conformismo, incoformismo, mentiras, insistências, distorções, distrações, procura, violências, ignorância, repressão, verdade, ilusões, repetição, reunião, fingimento, perversidade, recusa, competição, comparação, fixação, conscientização

Data aproximada de escrita: janeiro, fevereiro e março de 2024


1. Se lasca ou se cala


Quem não entra na caixa se lasca

Atrapalha a via da mentira

Se unge, se consagra

Entende tudo que suspira


Quem entra na caixa se cala

Ajuda a via da mentira

Não se une, não se abraça

Confirma aquilo que aspira


Se lasca ou se cala


Até que ponto apoiei a caixa?

Até que ponto desejei a caixa?


Queriam me colocar na caixa

Não deixei

Seria desprezar tudo que sei

Tudo que pensei, lutei, tentei


Queriam me colocar na caixa

Escapei

Seria aprisionar tudo que indaguei

Tudo que joguei, errei, mudei


Se lasca ou se cala


Até que ponto limitei a marcha?

Até que ponto separei marcha?


Quantos foram jogados

Pisados, rechaçados

Pelo caminho da enganação


Quantos foram condenados

Humilhados, ignorados

Por aquilo que brandiram


Quantos foram coniventes

Indecentes, imprudentes

Por desprezarem desigualdades


Quantos foram excludentes

Inconsequentes, impacientes

Por apoiarem atrocidades


Se lasca ou se cala


Até que ponto?

Até que ponto?


Se lasca ou se cala


2. Não ambiciono


Não ambiciono a tal dicotomia

O bem e o mal carregam suas facetas

O radical faz disso melodia

A ordem e o caos revelam suas tretas


Não ambiciono a tal hegemonia

O baixo e o alto sorvem seus pretéritos

O novato faz disso alegria

A vida e a morte trazem seus deméritos


Separações que só acusam

Mentiras novas que circulam

Ambições sem receios


Grosserias que só disputam

Contendas fúteis que recrutam

Enganações sem freios


Porque ambicionar o saber?

Porque ambicionar a verdade?

É preciso ainda conhecer?

É preciso ter criticidade?


Porque ambicionar a harmonia?

Porque ambicionar o dever?

É preciso ter empatia?

É preciso ainda entender?


Mentiras insistentes foram espalhadas

Pra assim conter a faixa da verdade

Poesias atraentes foram comentadas

Pra assim suster a faixa da vaidade


Pessoas comoventes trouxeram lições

Pra assim dizer a via da esperança 

Coroas deprimentes trouxeram trovões 

Pra assim romper a via da mudança 


Mentiras

Não ambiciono

Mentiras

Não intenciono

Coroas

Não ambiciono

Coroas

Não ambiciono


Não ambiciono


3. Histórico da repressão


A repressão esconde o que a enerva

Pensando que o silêncio tampa sua sujeira

A ação do ser humano que não tolera

O faz suspeito de tudo aquilo que rejeita


A repressão esconde o pacto com a mentira

Pensando que a verdade vai morrer

A ação da maldade que transpira

A faz culpada por todo mal que aparecer


Vem cá!

Não se arrepende, repressão?

Por todos que indagaram sua mão?

Por todos que morreram em maldição?


Vem cá!

Não te comove, repressão?

Por todos que rejeitaram sua ação?

Por todos que choraram em aflição?


Você, adepta da maldade

Tem responsabilidade

Não importa falsidade

Não importa pós-verdade


Você, adepta da guerra

Do medo, da perseguição

Não importa instituição

Não importa educação


Seu histórico é longo

Apoiou e apoia tudo que não presta

Não quer ter a verdade triunfante

E ver o brilho que longe ela desperta


Seu momento chega ao fim

Você foi e é um instrumento da maldade

Não quer ter a bondade incessante

E ser um meio de conquistar a liberdade


Adeus, repressão

E todo seu histórico de maldade


4. Verdade!


Verdade!

Mostre a verdadeira face da repressão

Mostre a verdadeira face da maldade

Mostre o porquê de tudo

Inclusive da comodidade


Verdade!

Mostre os tempos de bondade

Mostre os tempos de sinceridade

Mostre o porquê da vida

Inclusive da saudade


Verdade!


Verdade!

Seja o vento da temperança

Seja o barco da segurança

Seja o rumo da esperança

Traga o porquê do ódio

Inclusive da liderança


Verdade!

Seja a ideia da transformação

Seja a forma da indignação

Seja a base da reconstrução

Traga o porquê do medo

Inclusive da decepção


Eu te clamo, Verdade!

Venha, Verdade!


Rompa os mitos da mentira

Procure os erros da maldade


Eu te apoio, Verdade!

Lute, Verdade!


Combata os frutos da violência

Derrube a temida desigualdade


Não nos abandone, Verdade!


Verdade!


5. Caia, Ilusão


Caia, Ilusão

Caia o tempo do rancor

Caia o fardo da distorção


Caia, Ilusão

Caia o jogo do terror

Caia o rumo da distração


Caia, llusão


Caia, Ilusão

Você que motivou a rebelião

Você que instituiu a vaidade

E vários meios de alienação


Caia, Ilusão

Você que semeou a ingratidão

Você que construiu a ansiedade

E várias horas de preocupação


Caia, Ilusão

Tudo que você cultivou

Caia

Tudo que você infernizou

Caia

Tudo que você dispersou

Caia

Tudo que você inventou

Caia


Quantos não sucumbiram?

Quantos andaram em vão?

Caia, Ilusão


Quando não perceberam?

Quantos sofreram em vão?

Caia, Ilusão


Leve as intrigas

Leve as mentiras

Leve a separação


Caia, Ilusão


6. Distorção, distração


Distorção, distração


O último anúncio saiu

Houve mais medo que comoção

Passaram a vender a maldade

Com vários sabores de aceitação


A pós-verdade vingou

Trazendo ainda mais distorção

A sociedade aceitou

E ainda a tornou distração


Distorção, distração

Vejam quem desenvolveu

Se apoio pra não rebater

Esqueço o que já sucedeu


Distorção, distração

Vejam quem arrefeceu

Se o outro não é meu dever

Esqueço o que já percorreu


Distorção da nação

A meritocracia mais enganosa

Distorção da nação

A democracia mais enganosa


Distração da união

A igualdade sexual mais enganosa

Distração da união

A igualdade social mais enganosa


Distorção da noção

A igualdade racial mais enganosa

Distração da noção

A igualdade salarial mais enganosa


O que não é distorcido?

Quem não é distraído?


Por que distorcem?

Por que distraem?


Em tempos de futilidade

Não há questionamento da ação

Em um mundo de banalidade

Só nos resta distorção, distração


7. Pra que procurar?


Pra que procurar a felicidade humana?

Se ela precisa mentir pra suster?

Pra que procurar a verdade humana?

Se ela precisa iludir pra reter?


Pra que agitar?

Explorar?

A verdade traz tonturas


Pra que ajudar?

Repensar?

A mentira faz torturas


Não procuro relembrar

Tudo aquilo que passou

Se o passado é um fardo

O culpado já trilhou?


Não procuro limitar 

Tudo que ainda não tem

Se o futuro é um charada

O culpado será quem?


No meio das mentiras

Insistentes falsidades

Ressentidas intrigas

Escondendo raridades

Cadê sinceridade?


No meio das cantigas

Fatigantes personagens

Conhecidas inimigas

Cadê singularidade?


Pra que procurar?


Pra que procurar?

Se não revelar safiras?

Pra que procurar?

Se não derrubar mentiras?


Pra que procurar?

Se não quiser descobrir?

Pra que procurar?

Se não quiser repartir?


Pra que procurar?


8. Repetição é reunião


O que escrevo? Repito

O que acredito? Reuno

As mentiras? Repito

As carências? Reuno


Minhas falhas? Repito

Meus decretos? Reuno

As insistências? Repito

As futilidades? Reuno


Repetição

De ordinários desertos

De espelhos incorretos

Lacunas


Reunião

De cansativas proezas

De vaidosas destrezas

Escombros


Repetição é reunião

Reunião de mentiras que impedem a ascensão


Repito o que não querem ouvir

Mas eu preciso indicar

Os deveres são coletivos

Não posso me eximir de ajudar


Repito o que muitos falaram

Mas não causaram comoção

As vidas estão dispersadas

Não devo esperar a aclamação


As desistências? Todos repetem

As covardias? Todos reúnem

As intrigas? Todos repetem

As mágoas? Todos reúnem


Os infortúnios? Todos repetem

Os desleixos? Todos reúnem

Os conflitos? Todos repetem

Os remorsos? Todos reúnem


Repetição é reunião

Reunião de insistências que levam a exaustão


9. Fingimento interminável


Você não é assim

Quanto durará esse fingimento?

Você não cansou

Quanto adiará esse melhoramento?


Você não é assim

Quanto durará nesse sofrimento?

Você não cansou

Quanto adiará esse conhecimento?


Fingimento em vários quadros

Nos detalhes, no geral

Monotonia em vários modos

Nas ideias, na realidade


Fingimento em várias trilhas

Nos monumentos, nos buracos

Monotonia em vários sons

Nos arranjos, na embalagem


Fingimento interminável

Do que sente realmente

Do que deseja

Do que tem saudade


Fingimento interminável

Do que pensa realmente

Do que planeja

Do que tem amizade


A masculinidade insustentável

A feminilidade insustentável

A mentira desegradável

Para agradar o mundo alienável


A riqueza insustentável

A beleza insustentável

A insistência desagrável

Para apoiar a vida inviável


A arte insustentável

A filosofia insustentável

A ignorância desagradável

Pra atiçar o medo incontrolável


10. Lógica perversa


Lógica perversa que eu não quero entrar

Trabalhar à beça até não mais aguentar

Enricar a festa que eu não vou entrar

Lógica perversa, eu não quero me estressar


Meritocracia, a vergonha da economia

Faz o pobre se sentir mal, todo dia


Capitalismo, um sistema da desigualdade

Faz a fome se tornar normal, sem maldade


Lógica perversa que eu não quero entrar

Evitar a miséria que não querem cessar

Informar as proles que devem enricar

Lógica perversa, eu não quero me enganar


Moralismo, a doença da sociedade

Faz o humano se sentir central, com vontade


Igualdade, o terror do liberalismo

Faz o certo se tornar imortal, sem elitismo


Lógica perversa que eu não quero entrar

Aceitar mentiras que não vão acalmar

Esquecer princípios que eu vou relembrar

Lógica perversa, eu não quero me fechar


Socialismo, a proposta da justiça

Faz o meio se tornar vital, sem preguiça


Ignorância, a patroa da falsidade

Faz o tolo se sentir legal, com vaidade


Lógica perversa que eu não quero entrar

Complicar a vida que não vão melhorar

Adiar a verdade que querem evitar

Lógica perversa, eu não quero me acabar


Lógica perversa, eu não quero te ajudar

Lógica perversa, eu não quero te ajudar

Lógica perversa, eu não quero me acabar

Lógica perversa, eu não quero me acabar


11. Recusa


A falta da verdade

Recusa

A própria falsidade

Recusa


A falta de prudência

Recusa

A própria decadência

Recusa


A tristeza alheia não provoca comoção

O sofrimento não é lembrado

O genocídio faz vários planos

O mal não é controlado


A trajetória alheia não provoca reflexão

O delírio não é estudado

O golpe faz vários enganos

O erro não é alertado


Recusa


Solos inteiros foram desmatados

Desgraçados, destrinchados

Povos inteiros foram amedrontados

Assassinados, aniquilados

Tudo é recusado


Culturas inteiras foram esvaziadas

Evitadas, enterradas

Tempos inteiros foram alterados

Arquivados, apagados

Tudo é recusado


A mentira virou rotina

Há o apoio à futilidade

Manipulam, perseguem

Há a construção de rivais


A verdade ganhou desprezo

Há a falsa independência

Impõem, rotulam

Há a mudança dos fatos


Recusa


12. Competição, comparação


Competição

Batalha dos insensatos

Comparação

Vazio dos aparatos


Competição

Tristeza dos rejeitados

Comparação

Ócio dos alienados


Competição 

Comparação


O outro ganha mais que você

Não pensa no desemprego

E em tudo que vê


A outra gasta mais que você

Não pensa no ambiente

E em tudo que lê


Você, não ganha e não gasta

Pensa no desemprego, ambiente

Só vê, lê e se desgasta


Competição

Comparação


Competirão por um lugar inacessível

Sonharão com um instante perecível

Perceberão frustrações desagradáveis

Alcançarão doenças incuráveis


Compararão por uma postura transitória

Esperarão com uma ilusão vexatória

Lembrarão insistências destrutivas

Alimentarão mentiras repulsivas


Competição

Comparação


Você, não compete e compara

Pensa suas escolhas

Se previne, sossega e afasta


Competição

Comparação


13. Guerra de mentiras


Usando o nome da pátria

Mascaram seus alojamentos

Esquecem a ética e direitos

Partilham os chãos violentos


Usando o nome da divindade

Mascaram seus faturamentos

Esquecem a paz e simplicidade

Disputam os ralos pagamentos


Guerra de mentiras

Que arrastam multidões

Há delírios, traições

Incitando secessão

Arruinando relações


Usando o nome da ciência

Mascaram seus investimentos

Esquecem a vida e natureza

Aumentam os seus segmentos


Usando o nome da moralidade

Mascaram seus atrevimentos

Esquecem a vontade e respeito

Inventam os seus sofrimentos


Guerra de mentiras

Que aniquilam multidões

Há delírios, confusões

Incitando repressão

Enganando gerações


Usam o nome da política

Mascaram seus comportamentos

Esquecem o povo e democracia

Falseiam os seus argumentos


Usam o nome da ordem

Mascaram seus impedimentos

Esquecem o plano e segurança

Bloqueiam os seus fundamentos


Guerra de mentiras

Que alarmam multidões

Há delírios, exclusões

Incitando repulsão

Falseando conclusões


14. Fixação


Entrou naquele grupo

"Ah, vou arrasar"

Largou aquele senso

"Ah, vou aceitar"


Entrou naquela firma

"Ah, vou escalar"

Largou aquela dúvida

"Ah, vou esperar"

 

Fixação


A mentira traz fixação

A insistência traz fixação

Enterram a própria opinião

Enterram a própria instrução


A carência traz fixação

A ignorância traz fixação

Expõem a própria aflição

Expõe a própria condição

Fixação


Entrou naquele trilho

"Ah, vou acertar"

Largou a humildade

"Ah, vou enricar"


Entrou naquela ideia

"Ah, vou apoiar"

Largou a diferença

"Ah, vou evitar"


Fixação


O apego traz fixação

O desprezo traz fixação

Enterram a própria mutação

Enterram a própria redenção


O egoísmo traz fixação

O traz fixação

Expõem a própria ingratidão

Expõem a própria alienação


Fixação


15. Acordemos!


Acordemos!

Gostamos mesmo é da patota

Acordemos!

Geramos a própria derrota


Acordemos!

Nunca conseguimos se entrever

Acordemos!

Nunca conseguimos se resolver


Os culpados por nossas mentiras somos nós

Nós, que não tivemos sensibilidade

Sensibilidade de buscar a verdade

A verdade apesar das mentiras


Os culpados por nossas insistências somos nós

Nós, que não tivemos criticidade

Criticidade de buscar a piedade

A piedade apesar das mágoas


Não nos enganemos

O tempo da transição está ensinando

Não nos ofendamos

O tempo da revelação está confirmando


Não nos enganemos

O mundo de aflições está piorando

Não nos ofendamos

O mundo das ilusões está acabando


Acordemos!

Gostamos mesmo é da confusão

Acordemos!

Geramos a própria destruição


Acordemos!

Nunca conseguimos ter empatia

Acordemos!

Nunca conseguimos ter sintonia


O culpado por tudo que acontece somos nós

Nós que não percebemos que tudo nos afeta

Nós que não nos ajudamos e não nos questionamos

O culpado por tudo que nos assusta somos nós


Não nos enganemos

Não nos ofendamos


Acordemos!


16. Rompem-se as insistentes mentiras


Algum tempo ignorei o universo que existia

A estrada da verdade eu ainda não seguia

Algum tempo desviei o trabalho que pedia

Na estrada da mentira eu ainda me iludia


Rompem-se as insistentes mentiras

Rompem-se os medos incertos

Rompem-se as envolventes intrigas

Rompem-se os ledos desertos


Algum tempo ignorei o saber que esvaia

A chance da mudança eu ainda não sentia

Algum tempo rejeitei o desejo que surgia

Na escrita da aflição eu ainda me perdia


Rompem-se as insistentes mentiras

Rompem-se os remotos temores

Rompem-se as atraentes liras

Rompem-se os rotos dissabores


Vem chegando a verdade

Rompendo todas as mentiras

Rompendo todas as insistências

Vem chegando a verdade


Vem chegando o amor

Construindo todos os vínculos

Construindo todos os grupos

Vem chegando o amor


Vem chegando a inteligência

Questionando todas as criações

Questionando todas as mudanças

Vem chegando a inteligência


Rompem-se conceitos

Rompem-se preconceitos

Rompem-se desrespeitos


Rompem-se caixas

Rompems-se ódios

Rompem-se hierarquias


Rompem-se a fome

Rompem-se a violência

Rompem-se a maldade


Rompem-se a perseguição

Rompem-se a estagnação

Rompem-se a separação


Findará a humilhação

Findará a manipulação

Findará a dominação


Findará a alienação

Findará a opressão

Findará a conspiração


Rompem-se as insistentes mentiras


É proibida a reprodução desta obra sem a devida citação/menção do autor.


Todos os direitos reservados.



Serão os seus melhores dias - As expectativas de Felipe Prasino (2024). Obs:. 12° livro de Felipe Prasino.

Cor: Prata

Símbolo matemático: Conclusão

Temas: Solidão, companhia, intempéries, espera, hesitações, ajuda, calma, resiliência, mudança, futuro, sutileza, motivações, reflexões, repetição, leveza, experiências, desprendimento, divagações, previsões

Data aproximada de escrita: janeiro, fevereiro, março e abril de 2024


1. Solidão, antiga companheira


Ninguém me fará feliz na Terra

Tentei vários jeitos, mas não encontrei

O problema da vida é não ter espera

Não tive respostas, mas não importei


Nenhum humano suprirá meu vazio

A sede é enorme, mas não saciei

O problema da crise é não ter desvio

Não tive escoras, mas não desabei


Solidão, companheira...

Solidão, companheira...


Solidão, antiga companheira

Não estou mais zangado

Não fico na soleira

Esperando algo à mão


Solidão, antiga companheira

Não estou mais cansado

Não fico na trincheira

Enfrentando algo em vão


Solidão, companheira....

Solidão, companheira...


Solidão, me afasta da decepção

Me aproxima da solicitude

E de toda forma de atenção


Solidão, me afasta da alienação

Me desvia do menosprezo

E de toda forma de ilusão


Solidão, companheira...

Solidão, companheira...


Solidão, antiga companheira

Não fico mais tão quieto

Não guardo mais poeira

Escondendo o uso da razão


Solidão, antiga companheira

Não fico mais tão triste

Não tenho mais ciumeira

Escolhendo o uso da paixão 


Solidão, companheira...

Solidão, companheira...


2. Intempéries do Destino


Quando não fazia nada

Evitando tudo em mim

Eu andava a maratona

Sem adivinhar o fim


Quando eu ficava em casa

Estudando o tão falado

Eu olhava a multidão

Sem ficar incomodado


Intempéries do Destino

Grato pelo que mudou

Imagina se me enterro

No tempo que findou


Intempéries do Destino,

O trajeto eu repensei

Se agora me revivo

É porque já superei...


Intempéries, intempéries

Quando digo o que imagino

Demonstrando meu intento

Peso logo na balança

Evitando mais tormento


Quando grito a mudança

Declarando o que sei

Pego logo o fundamento

É porque já suportei...


Intempéries, intempéries


Intempéries do Destino

Tudo isso já doeu?

Sempre atento a névoa triste

Ela quase me venceu


Intempéries do Destino

Tudo isso já firmou?

Sempre atento ao vento firme

Ele quase me empurrou...


Intempéries, intempéries


3. Não espero nada de você


Não espero nada de você

Sei que poderá me evitar

Sei das suas questões

Não serei mais um fardo


Não espero nada de você

Sei que poderá me odiar

Sei das suas aflições

Não serei mais um espinho


Não espero nada de você

Mas, talvez...


Mas, talvez, no futuro, poderemos conversar

Entenderei você, e talvez te ajudarei

Construirei com você, se você aceitar

Transformarei com você, se você gostar


Mas, talvez, no futuro, poderemos explanar

Escutarei você, e talvez te motivarei

Lançarei com você, se você caminhar

Alçarei com você, se você sublimar


Não espero nada de você

Mas, talvez...


Assim, sem esperar, não cobro exigências

Não mostro carências

Não faço planos irreais


Assim, sem esperar, não mostro urgências

Não mostro divergências

Não faço conexões tóxicas


Não espero nada de você

Mas, talvez...


Não espero nada de você

Tudo irá se encaminhar

Talvez não consiga mais te ver

Mas vou tentar me informar


Não espero nada de você

Tudo irá se encontrar

Talvez não consiga mais te ler

Mas vou tentar me adaptar


Não espero nada de você

Mas, talvez...


4. Se ajudar, se acalmar


Se ajudar

É repensar a própria imagem

Se acalmar

É rebuscar o próprio trilho


Se ajudar

É repensar a própria viagem

Se acalmar

É rebuscar o próprio brilho


Se ajudar, se acalmar


Lidar a carga, o lamento

Lidar a vida, o pensamento

Amar o vigor, o movimento

Amar o zelo, sentimento


Lidar a queda, o afastamento

Mudar a vaga, o contratempo

Amar o código, juramento

Pesar o futuro, o desalento


Se ajudar, se acalmar


Captar o sofrimento

Deixar o sofrimento

Ganhar a possibilidade

Ligar a possibilidade


Superar o sofrimento

Tratar o sofrimento

Amar a possibilidade

Falar a possibilidade


Se ajudar, se acalmar


Se ajudar, se acalmar

Sem causar afobamento

Se ajudar, se acalmar

Sem causar isolamento


Se ajudar, se acalmar

E causar conhecimento

Se ajudar, se acalmar

E causar melhoramento


Se ajudar, se acalmar


5. Não preciso mais gritar


Não preciso desabar se não vejo um fim

Ser sincero me causou uma enorme contenda

Não busco alcançar para sempre um sim

O caminho é processo para que eu me transcenda


Não preciso explicar se não vejo um sentido

Ser direto me ajudou a alertar o declínio

Não pretendo agradar para sempre o zunido

O desgosto é estímulo para o meu raciocínio


Não preciso mais gritar


Não preciso incomodar

Poucos lembram a brevidade

Não preciso me estressar

Poucos buscam a raridade


Não preciso estacionar

Muitos isolam a novidade

Não preciso provocar

Muitos assolam a qualidade


Não preciso mais gritar


Não preciso gostar se não vejo um afeto

Ser sozinho me causou um enorme dilema

Não busco ignorar para sempre um trajeto

A sociedade é movida a cair num esquema


Não preciso incomodar se não vejo ironia

Ser eclético me levou a vários estilos

Não consigo destruir a sagaz grosseria

O tormento acompanha os vários vacilos


Não preciso mais gritar


Não preciso relembrar

Poucos mudam a vontade

Não preciso apontar

Poucos clamam a caridade


Não preciso agradar

Muitos buscam a validade

Não preciso revirar

Muitos buscam a nulidade


Não preciso mais gritar


6. O que fazer (Vou indo)


O que fazer?

Buscou, mas não te buscaram

Se importou, mas nunca se importaram


O que fazer?

Chorou, mas não choraram

Se isolou, mas nunca se isolaram


Vou indo

Amando como devia ter amado

Criticando como devia ter criticado

Me lascando como devia ter me lascado


O que fazer?

Esqueceram, mas não esqueceu

Romperam, mas não rompeu


O que fazer?

Venceram, mas não venceu

Cresceram, mas não cresceu


Vou indo

Inventando como devia ter inventado

Cooperando como devia ter cooperado

Me arruinando como devia ter arruinado


Como ser feliz e ignorar o tumulto?

Serei sincero ou alienado?

Serei único ou comum?

Foi um erro ter me questionado?


Como ser estável e apontar o egoísmo?

Serei hipócrita ou acomodado?

Serei atento ou distraído?

Foi um erro ter me preocupado?


Vou indo

Concebendo que precisa ser concebido

Escrevendo o que precisa ser escrito

Debatendo o que precisa ser debatido


Vou indo

Recolhendo o que precisa ser recolhido

Movendo o que precisa ser movido

Dizendo o que precisa ser dito


O que fazer?

Vou indo


7. Lembro


Lembro quando eu ainda pretendia

Conquistava com a minha inteligência

Passou a infância, a adolescência

Acabou a escola, mas ainda remexia


Sorria, ao viver a juventude

A primeira faculdade, muita temeridade

Sofria, ao estranhar minha atitude

A busca por agradar, ao tentar me encaixar


Lembro quando eu ainda ressentia

Rejuntava com a minha tristeza

Passou o medo, a incerteza

Acabou a primeira faculdade, mas ainda exigia


Queria, ao correr da juventude

A segunda faculdade, muita curiosidade

Sabia, ao rever minha vontade

A busca por mudar, ao tentar a completude


Lembro quando eu ainda despedia

Revoltava com a minha solidão

Passou a quarentena, a união

Acabou a segunda faculdade, mas ainda ressentia


Ouço, ao findar a juventude

A terceira faculdade, muita adversidade

Respiro, ao tecer sinceridade

Deixei a terceira faculdade, mas não minha saúde


8. Porvir


Porvir

Questione a criação

Inspire a poesia, o futuro

E os meios da arte


Porvir

Questione o disparate

Inspire as pessoas, as mudanças

E os meios do debate


Todos terão bem?

Não haverá mesquinhez?

A enganação ficará no passado

Eu quero outro tipo de união


Todos viverão bem?

Não haverá escassez?

A população focará no futuro

Eu quero outro tipo de atenção


Porvir, os dias passaram

Houve reflexão?

O medo do futuro

Vem da falta da ação


Porvir, os erros perduram

Houve instrução?

O medo do desfecho

Vem da falta de noção

 

Todos ficarão bem?

Não haverá monopólio?

A informação focará na verdade

Eu quero outro tipo de transmissão


Todos entenderão bem?

Não haverá atrito?

A missão ficará no pensamento

Eu quero outro tipo de sublimação


Porvir

Espalhe a confiança, a esperança

Espalhe a sabedoria, a autoria

Espalhe a honestidade no caminhar


Porvir

Reúna a semelhança, a temperança

Reúna a companhia, a empatia

Reúna a maturidade no ajudar


9. Sutileza


A graça para espalhar a sutileza

Uma arte que aprende no observar

Uma ação que expande aos poucos

Uma ideia que permite transformar


A força para construir a sutileza

Uma luta que ganha sem brigar

Uma estrada que pondera os detalhes

Uma coluna que permite sustentar


Sutileza...


A poesia que diz é atrelada ao sentir Sutileza

A música que canta é atrelada ao chamar sutileza

A peça que ensaia é atrelada ao expandir sutileza


A filosofia que resiste é atrelada ao agregar sutileza

A ciência que cria é atrelada ao explorar sutileza

A religião que melhora é atrelada ao preservar sutileza


Sutileza...


Sutileza

Grande pregadora do mundo

Muda o rumo num segundo

Exalto a sua proeza


Sutileza

Grande protetora da vida

Muda a atenção esquecida

Exalto a sua beleza


Sutileza...


Grande poetisa

Grande cantora

Grande atriz


Grande filósofa

Grande cientista

Grande religiosa


Sutileza...


10. Motivos para refletir


O padrão forçado não deu certo

Já chorei as desgraças existentes

O incômodo se tornou indiscreto

Já procurei as ruínas decadentes


A mentira recontada não deu certo

Já critiquei as mazelas esquecidas

O abismo se tornou concreto

Já enfrentei as crises repelidas


O segredo incentivado não deu certo

Já evitei as cansativas valsas

O brilho se tornou abjeto

Já afundei as fracas balsas


O poder irrefletido não deu certo

Já calculei os nítidos motivos

O sucesso se tornou incorreto

Já estudei os recentes arquivos


Motivos para refletir

Mesmo na ingratidão

Motivos para refletir

Mesmo na trepidação


Motivos para refletir

Mesmo nos insultos

Motivos para refletir

Mesmo nos tumultos


Coragem

Motivo pra refletir

Mesmo nas exigências

Mesmo nas desistências


Esperança

Motivo para refletir

Mesmo nos exageros

Mesmo nos desesperos


Simpatia

Motivo para refletir

Mesmo nos acasos

Mesmo nos descasos


Proteção

Motivo para refletir

Mesmo nas frivolidades

Mesmo nas dificuldades

Motivos para refletir


11. Seguir sobrando


Agora sei que estava sobrando

Se aceitei é porque estava limitado

Se estiquei é porque estava apegado

Agora sei que estava errando


Agora sei que estava sobrando

Se tolerei é porque estava ignorado

Se demorei é porque estava afundado

Agora sei que estava evitando


Seguir procurando

Seguir sobrando


A sensação de estar sobrando

Eu juntava só ilusão

A sensação de estar livrando

Agora junto só união


A sensação de estar sobrando

Eu ganhava só rastelos

A sensação de estar mudando

Agora ganho só castelos


Seguir estudando

Seguir sobrando


A sensação de estar sobrando

Eu ganhava só minutos

A sensação de estar contando

Agora ganho só produtos


A sensação de estar sobrando

Eu dizia só parcelas

A sensação de estar grafando

Agora digo só janelas


Seguir relembrando

Seguir sobrando


Sobrarei?

Sobrei?

Não sobro?

Sobrar?


Seguir sobrando


12. Hoje de manhã


Hoje de manhã sonhei

No sonho eu "hablei" muito

Me sinto mais leve

Não guardo mais o que sinto


Hoje de manhã melhorei

A reflexão me ajudou muito

Me sinto mais consciente

Não guardo mais o que penso


Muitas vezes me anulei

Pensando que assim eu agradava

Mas de toda forma me evitavam

Não importava o que eu dissesse


Muitas vezes me calei

Pensando que assim não chateava

Mas toda forma me paravam

Não importava o que eu fizesse


Hoje de manhã apontei

Na nota já teci universos

Me sinto mais inspirado

Não guardo mais o que escrevo


Hoje de manhã encontrei

Na procura eu relembrei muito

Me sinto mais conectado

Não guardo mais o que acredito


Muitas vezes me evitei

Pensando que assim eu avançava

Mas de toda forma me estressavam

Não importa o que eu inventasse


Muitas vezes me isolei

Pensando que assim eu melhorava

Mas de toda forma me olhavam

Não importa o que eu tentasse


Hoje de manhã eu pensei

Na mente eu versei muito

Me sinto mais expansivo

Não guardo mais o que labuto


13. Experiências


A busca que só atrapalha

A busca que não se contenta

Experiências


A dúvida que só desagrada

A dúvida que não se contenta

Experiências


A ideia que só se propaga

A ideia que só atormenta

Experiências


A sorte que só se destaca

A sorte que só atormenta

Experiências


Experiências

Recusam convites

Apontam limites

Não mandam condolências


Experiências

Provocam ansiosos

Desdenham os invejosos

Não guardam coerências


Experiências


O apoio que só se separa

O apoio que não se intenta

Experiências


O juízo que só se amarga

O juízo que não se intenta

Experiências


O trabalho que só dilata

O trabalho que não comenta

Experiências


O sossego que só embaralha

O sossego que não comenta

Experiências


Experiências

Recusam presentes

Apontam correntes

Não mandam rigores


Experiências

Provocam intervenções

Desdenham convenções

Não guardam rancores


14. Larguei, melhorei


Não me procuravam

Não me pertenciam

Não me ajudavam

Não me preenchiam


Não se esforçavam

Não se escolhiam

Não se acalmavam

Não se esqueciam


Larguei, melhorei


Estima não se força

Fui muito e procurei

Descaso já se nota

Fui besta e me fechei


Interesse não se força

Disse muito e chateei

Ausência já se nota

Fui carente e me lasquei


Larguei, melhorei


Suportei certo período

Larguei

Não aguentei tanto pretexto

Larguei


Suportei certo lugar

Larguei

Não aguentei tanto lamento

Larguei


Larguei, melhorei


Não me inspiravam

Não me convenciam

Não me atendiam


Não me questionavam

Não me aconselhavam

Não me transformavam


Larguei, melhorei


15. Divagações


Minha busca não depende de ninguém

A arte é a vontade de influenciar

O medo sempre mostra um desdém

O problema traz o dever de prosperar


Meu impacto amplia com mistérios

A recorrência é o ensejo de sofrer

O tumulto nunca avalia os critérios

A solução traz o desejo de conhecer


Divagações


Minha tarefa não depende de ninguém

A mudança é o medo de reproduzir

O vício sempre mostra um desdém

O trabalho traz o direito de construir


Meu conflito atrai as divergências

A derrota é a forma de entender

O troféu nunca apoia imprudências

A persistência traz o tempo de vencer



Minha escrita não depende de ninguém

A certeza é a técnica para estagnar

O estorvo sempre mostra um desdém

A crise traz o apelo para conversar


Meu silêncio ajuda as interpretações

A referência é o aceno para examinar

O estudo nunca impede as revisões

A franqueza traz o respeito para criticar


Divagações


Meu futuro não é assunto de ninguém

A história nunca esgota a variedade

O engodo sempre mostra um desdém

A poesia traz o gosto da eternidade


Minha melhoria reclama os esforços

A atenção é o local para examinar

O dia sempre deixa alguns destroços

A resistência traz o mérito de superar


Divagações


16. Serão os seus melhores dias


"Felipe, hão de ser os seus melhores dias"

Ela me disse em sonho


Serão os seus melhores dias


Os momentos indicaram, quase revelações

As dúvidas renovaram, várias discussões

Os caminhos testaram, vários livramentos

As firmezas acabaram, quase fragmentos


Os conflitos ensinaram, quase decisões

As metas ampliaram, várias combinações

As obras dedicaram, vários pensamentos

Os valores juntaram, quase complementos


Tenho que examinar

Tenho que considerar


"Felipe, hão de ser os seus melhores dias"

Ela me disse em sonho


Serão os seus melhores dias


As dívidas serão constantes

Os medos podem voltar

As provas serão irritantes

Os erros podem atrapalhar


As redenções serão persistentes

Os defeitos podem extrapolar

As petições serão comoventes

Os insultos podem assombrar


Tenho que elaborar

Tenho que colaborar


"Felipe, hão de ser os seus melhores dias"

Ela me disse em sonho


Serão os seus melhores dias


O futuro não isenta os erros do passado

Não pensamos nos limites da repetição


O mundo não entende os atos do presente

Não pensamos nas forças da cooperação


Felipe, hão de ser os seus melhores dias"

Ela me disse em sonho


Serão os seus melhores dias


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